O texto de hoje vai falar sobre a relação patrimonio e mercado nos tempos de hoje, é uma reportagem retirada do site Defender
Curitiba/PR – Quanto vale o patrimônio histórico de uma cidade?
by Silvana Losekann •
A foto acima mostra uma argola centenária em frente a funerária São
Francisco, que outrora foi uma maternidade e que servia para amarrar
arreios de cavalos. Esta é a última e onde ficará? Nos escombros de
algum depósito de lixo? A rua mais antiga da cidade, assim como o
patrimônio histórico do Hospital Bom Retiro e o bosque que deveriam ser
tombados estão aos ventos do mercado, esse novo e poderoso destruidor da
história e da cultura.
O tombamento se faz necessário toda vez que a conservação se vincule a
fatos memoráveis da história. É assim nas cidades que possuem algo para
contar (1).
Ao invés disto prevalece a vontade do “mercado”.
Sobre o tema o professor Michael Sandel argumenta: “Precisamos
perguntar se não existem certas coisas que o dinheiro não pode comprar,
pois o mercado descarta o moral”. (2)
Os períodos que antecedem as eleições transformam profundamente
as cidades. Não acontecem somente discursos, mas ações muitas vezes sem o
debate e a discussão democrática que devem antecedê-las.
O patrimônio histórico e cultural de um território define sua cultura
– e a base das civilizações se forma na cultura. Com a globalização e o
neoliberalismo vem a devastação dos lugares públicos e do sentido de
coletividade. Em resumo: o público se privatiza.
Ocorre que a história de uma cultura nos demonstra que quando os interesses econômicos prevalecem, ela desaparece.
Notas
(1) DI PIETRO, M.S.Z. Direito administrativo. 25ª ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 146 e ss.
(2) SANDEL, M. O que o dinheiro não compra: os limites morais
do mercado. Trad. ClóvisMarques. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2012, p. 13 e 93.
fonte: http://www.defender.org.br/curitibapr-quanto-vale-o-patrimonio-historico-de-uma-cidade/
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