Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SENTIDOS para ENSINAR ARTE

    A seguir sera postado o que o estado de Minas Gerais entende por arte na sala de aula. O texto é bem interessante e resumi todos os textos sobre arte educação que ja coloquei aqui.

Arte é a oportunidade de uma pessoa explorar, construir e aumentar seu conhecimento, desenvolver suas habilidades, articular e realizar trabalhos estéticos e explorar seus sentimentos.

O ensino de Arte deve possibilitar a todos os alunos a construção de conhecimentos que interajam com sua emoção, através do pensar, do apreciar e do fazer arte. 



                                
                                          Foto do projeto fazendo arte

Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo a produção de outras pessoas e de outras culturas, o aluno poderá compreender a diversidade de valores que orientam tanto o seu próprio modo de pensar e agir quanto o da sociedade. É importante que os alunos compreendam o sentido do fazer artístico, ou seja, entendam que suas experiências de desenhar, pintar, cantar, executar instrumentos musicais, dançar, apreciar, filmar, videografar, dramatizar etc. são vivências essenciais para a produção de conhecimento em arte. Ao conhecer e fazer arte, o aluno percorre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específi cos sobre sua relação com a própria arte, consigo mesmo e com o mundo.

Não basta, porém, que a Arte esteja inserida nos currículos escolares. É necessário saber como é concebida e ensinada e se como expressa no contexto de cada região. É necessário, também, estarmos conscientes de seu significado para o indivíduo e a coletividade, e sabermos se os alunos possuem as condições adequadas para a fruição e/ou prática da expressão artística, sem as amarras de um conceito de Arte tradicionalista e conservador, fundamentado em parâmetros descontextualizados da realidade dos alunos.

É sabido que, dentre as áreas de conhecimento que contribuem para incitar o pensamento, a arte ocupa um lugar de destaque. Nela, o estudo-ação está sempre presente, pela própria obrigatoriedade da especulação constante, pois tanto o artista quanto o estudioso ou o fruidor lançam mão do pensamento para executar ou analisar a obra de arte.

Fazer arte é descobrir e descobrir-se, pois, juntamente com os sons, as imagens, os gestos e/ou os movimentos, coexiste a emoção que está sempre presente nesses sons, nessas imagens, nesses gestos e/ou movimentos.

Ensinar Arte significa, portanto, possibilitar experiências e vivências signifi cativas em apreciação, reflexão e elaboração artística.

Entendendo o ensino de Arte como agente transformador e formador do cidadão, estão elencados objetivos, em que estão contempladas a memória do patrimônio cultural, novas e possíveis leituras do mundo por meio de sons, imagens e movimentos e o entendimento da sociedade por meio de atividades práticas de pesquisa, criação e fruição em arte. Estabelece-se a contextualização desses objetivos, conteúdos e estratégias, respeitando as ações individuais e coletivas em diferentes comunidades, resguardando sempre seus valores culturais e patrimoniais.

Nesse sentido, é necessário que o ensino de arte esteja presente durante toda a vida escolar do aluno, em todas as séries. 




É necessário o planejamento e a experimentação em sala/escola/comunidade para que, em sua prática diária, os educadores possam, a partir da flexibilidade do projeto, ajustar tal proposta às necessidades da comunidade onde a escola está inserida.



fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&id_objeto=38684&tipo=ob&cp=fc5e36&cb=&n1=&n2=Proposta%20Curricular%20-%20CBC&n3=Fundamental%20-%206%BA%20ao%209%BA&n4=Arte&b=s

 Proxima Postagem: Objetivo do ensino de arte

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

APRENDIZADO CULTURAL

   O Texto de hoje é sobre a relação da arte com a cultura e a importancia de ambas em nossa vida



Convivência com a arte
Foto: Karina Bacci,
MAM/SP

   Uma vez que a cultura é uma construção de grupos humanos, anterior a cada um de nós, precisamos aprender os modos de nossa cultura. Esse aprendizado se inicia no momento em que nascemos, pois o próprio modo do parto é cultural. Aprendemos com quem toma conta de nós, com as roupas em que estamos vestidos, com os sons da língua materna e assim por diante. Esse aprendizado se dá de modo informal, dentro do ambiente em que vivemos, com todas as pessoas responsáveis por cuidar de nós. Aprendemos por imitação, por tentativa e erro, castigo e premiação. Aprendemos por meio das palavras, mas também por meio dos comportamentos e atitudes dos outros. A partir do momento em que a criança entra na escola, ela passa para o sistema formal de aprendizado: aprende as regras da língua padrão, Geografia, História, Ciências, Artes, Educação Física e também regras de convívio social entre seus pares (outras crianças), entre crianças e professores, funcionários, dirigentes. Esse convívio social, entretanto, não é parte do "conteúdo formal" de nenhuma disciplina. Continua sendo ensinado por meio do comportamento e das atitudes de todos os envolvidos.



Estudo da arte
Foto: Jonathan Nóbrega
   Tudo isso diz respeito apenas à cultura de origem, ou seja, à cultura à qual a criança pertence. Ela conhece somente um modo de cultura, o seu, que se torna sua "segunda pele" e é encarada como o modo "normal", único mesmo, de fazer as coisas, de se comportar. Nesse sentido, a cultura é importante para o funcionamento do grupo, e o aprendizado cultural é indispensável para que cada indivíduo se adapte ao seu grupo. Entretanto, é de extrema importância que cada um também aprenda a contribuir para a sua cultura, criando idéias, objetos, ferramentas, colaborando no desenvolvimento de várias linguagens, enfim, mantendo sua cultura viva e adequada às necessidades do grupo.

   Do mesmo modo, é preciso aprender a interpretar a arte, seja ela um filme, uma peça teatral, um espetáculo de música, dança, circo, artes visuais, performance, happening uma vez que a arte é um dos modos humanos de atribuir significados ao mundo.



Fazer artístico
Foto: Du Ribeiro

     Aprende-se arte convivendo com obras de arte, seja na escola, em museus, em casa, no cotidiano de cada um. A freqüentação, como é chamada essa convivência com as obras de arte, ajuda a construir um certo "vocabulário" de estilos, de artistas, épocas, linguagens, suportes. Aprende-se arte por meio do fazer artístico, explorando linguagens e materiais, o que nos faz compreender melhor as dificuldades e as soluções encontradas pelos artistas. A convivência com a arte nos mostra soluções variadas para cada um desses problemas.

    Aprende-se arte, ainda, pelo estudo da história da arte e das linguagens artísticas, bem como pelo estudo da estética, isto é, dos diversos conceitos de valor em arte.

    A cultura, portanto, é o que torna a vida humana possível no mundo. Ela é, ao mesmo tempo, um produto já elaborado pelas gerações que nos precederam, e um processo contínuo de adaptação dessa herança recebida a novos modos de vida, novos problemas, novas necessidades. E, nesse processo, a arte, por não ter utilidade prática imediata, é um campo privilegiado de experimentações, de crítica, até mesmo de denúncia de práticas sociais ultrapassadas. Por meio das obras de arte, é possível vislumbrar outros valores importantes para a vida humana. 

Fonte:http://www.educared.org/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=16&id_subtema=1#maquina4 

   Proximas Postagens:
                                        Sentidos para ensinar arte
                                         Objetivo da Arte

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

:: CULTURA E ARTE



         
                    Reprodução de obras de arte e artesanato brasileiro            

     Ao falar de cultura, é possível fazer um corte no sentido amplo do termo e referir-se apenas a alguns aspectos da produção humana, ligados às diferentes práticas artísticas: pintura, dança, música, teatro, literatura, cinema, vídeo, escultura, entre outras. Essa produção cultural, além do caráter simbólico que toda cultura tem, existe independentemente das relações utilitárias e funcionais, ou seja, podemos dizer que elas são inúteis para a nossa vida prática. Um vaso grego, por exemplo, extrapola o valor utilitário de objeto para guardar água, vinho ou óleo. Esse vaso era feito para aparecer, para figurar entre as coisas do mundo, apoderando-se da atenção do espectador, comovendo-o, revelando significados internos que sobrevivem a cada geração. É o reflexo de uma civilização que prezava a simetria, a beleza ideal, o culto aos deuses, a perfeição do fazer artístico e artesanal.

    Nesse sentido, então, nem tudo é obra de cultura e é necessário estabelecer distinções entre o que é cultura e o que é entretenimento ou diversão.












"Projectio (Ladder)" (1984)de Regina Silveira


Reprodução
     


    Uma obra de arte   nos traz um novo conhecimento de mundo. Esse conhecimento não é lógico e racional, mas intuitivo, concreto e imediato, na medida em que nos faz compreender um sentimento de mundo. Voltando ao exemplo do vaso grego, podemos perceber que ele nos transmite o sentimento de um mundo simétrico, proporcional, razoavelmente estável e seguro. Já uma obra de arte contemporânea, como as anamorfoses de Regina Silveira, em que os objetos do cotidiano são apresentados como sombras deformadas dos objetos que existem no mundo real, nos traz o sentimento de um mundo desordenado, torto, inseguro. Um exemplo mais próximo, o videoclipe, revela a velocidade da vida contemporânea (com mudanças bruscas de cena), a fragmentação e a falta de sentido aparente.

    A obra de arte, para ter esse efeito sobre nós, apresenta um modo novo de ver a realidade, porque ela não se refere necessariamente ao que de fato existe. A arte não representa o mundo como ele é, mas como poderia ser. Para isso, ela inova em termos de materiais – por exemplo, uma escultura hoje pode ser construída a partir da luz e não de materiais tradicionais como a madeira, a pedra ou o metal; ou uma obra "desenhada" com cortes sobre a tela, em vez da tinta. Inova em temas, inova em estilos e linguagens, cria novos códigos para ser fiel à sua função de evocar um sentimento de mundo.

  A arte não tem a obrigação de explicar nada, não é um discurso lógico e, nesse sentido, não explica nada por conceitos. Ela nos faz sentir, por meio de uma obra concreta, uma possibilidade do mundo entrevista pelo artista. Ela nos traz a compreensão de certos aspectos do mundo.

Um produto para o entretenimento e diversão, ao contrário, é repetitivo,   só confirma o que já sabemos, ajuda-nos a passar o tempo de uma forma agradável, sem que precisemos engajar nossa sensibilidade, nossos sentimentos ou nossa inteligência na sua interpretação. Ele reforça os valores da cultura em sentido amplo: sabemos de antemão que os maus serão punidos, os bons recompensados, a personagem principal não vai morrer no fim da história, e todos os problemas serão resolvidos a contento, a fim de não provocarem angústias e dúvidas a respeito da vida e do mundo. Esses produtos apaziguam, não criam polêmicas, não nos obrigam a mudar de atitude ou modo de ser e pensar. Eles são construídos respeitando e reafirmando os códigos da cultura dentro da qual são criados. Por isso mesmo, têm o poder de entreter e divertir. 

Texto original: Profa. Dra. Maria Helena Pires Martins
Edição: Equipe EducaRede
Fonte:http://www.educared.org/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=16&id_subtema=1

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

IMPASSE DA ANTIARTE



     O crítico de arte não é como um juiz, que emite seu veredicto baseado nos artigos da lei. Do juiz espera-se impessoalidade a fim de que seus sentimentos e pré-juízos não interfiram na apreciação da coisa a ser julgada. Já, do crítico, não. Como pedir impessoalidade a alguém que julga a partir da emoção que a obra lhe transmite? Certamente, a emoção artística implica, da parte do crítico, uma visão teórica, uma compreensão do que seja ou não seja uma obra de arte, mas jamais partirá ele de normas e princípios em que deverá enquadrar a obra que tem diante dos olhos. Há, sem dúvida, críticos, cuja visão será mais ou menos abrangente, mais ou menos flexível, mas nunca poderá ele demonstrar, como um juiz no tribunal, que o autor desta ou daquela obra está indiscutivelmente errado ou certo. Seu juízo é sempre parcial e, por isso mesmo, discutível. Isto vale tanto para o crítico que, por exemplo, questiona o valor artístico de determinada tendência de vanguarda como para aquele que a defende, já que nem um nem outro tem condições de demonstrar de modo indiscutível o acerto de sua opinião.
 
    A tendência atual, conhecida como arte conceitual ou “arte contemporânea”, cujas primeiras manifestações surgiram na segunda década do século 20 com as manifestações dadaístas e, mais particularmente, com os read-mades de Marcel Duchamp, constitui a mais radical ruptura com os conceitos artísticos, a ponto de ter sido designada por seu inventor como “antiarte”. De fato, as manifestações que dispensam os suportes tradicionais da expressão artística e, com eles, as próprias linguagens da arte, dificilmente podem ser tidas como obras de arte. Isso não significa que não expressem nada, que não tenham qualquer significação. A questão é saber se tal modo de expressão pode ser considerado arte.
 
   Não resta dúvida de que, para os defensores dessa tendência, tal questão já não tem cabimento: para o antiartista, o que até aqui se chamou de arte não importa; o que vale é a expressão pura e simples – e tudo é expressão. Isso que, de meu ponto de vista, tiraria qualquer sentido a tal escolha (se toda e qualquer expressão é arte, nada é arte), constitui a base teórica da antiarte. Por isso mesmo entendo que essa negação da arte pela afirmação da antiestética expressará, talvez, a rejeição de uma concepção da existência como invenção de um universo significativo fundado no imaginário e na fantasia. Não por acaso, a maioria das expressões anti-arte apoia-se na banalidade do cotidiano e a ela remete ou a elementos materiais destituídos de transcendência.
 
    Tomemos como exemplo a arte de Márcia X, de que vi recentemente uma retrospectiva aqui no Rio. Uma de suas “obras” consistiu em mergulhar numa banheira cheia de coca-cola; uma outra era ela manipulando, em condutos de vidro transparente, tinta líquida azul. Tanto num caso como noutro, está evidente o caráter gratuito da atitude. Que significação pode ter mergulhar numa bacia cheia de refrigerante diante de meia dúzia de espectadores? Trata-se, sem dúvida, de uma ação inusitada, mas que nenhuma conseqüência teve (ou terá), seja na vida cultural ou na vida social. O mesmo pode dizer-se da manipulação de tinta líquida. Acaba a exibição, acabou-se tudo. Disso sobrarão, como sobraram, fotografias, um modo de registrar um fato que em si não tem qualquer importância. Alegar que os espetáculos de teatro e dança também são efêmeros, seria desconhecer a natureza estética daquelas duas formas de expressão. Quando se trata das artes plásticas ou da literatura, nenhuma importância tem se o pintor ou o escritor trabalhou em pé ou sentado, se estava nu ou vestido ao pintar ou escrever: o que importa é a obra que resulta de seu trabalho. Já na antiarte, que nega o objeto artístico, o que importa é a performance. É verdade que há antiartistas que produzem objetos, mas não objetos estéticos, resultantes do domínio técnico da linguagem artística; são, quase sempre, objetos não-estéticos, às vezes na linha dos read-mades.
 
    Cabe então indagar o que leva uma pessoa, com vocação artística, a consumir sua vida em atos gratuitos, inteiramente desvinculados uns dos outros, efêmeros por natureza e sem qualquer peso cultural. Essa mesma artista empregou grande parte de seu tempo a criar cenas eróticas com bonecos e a fazer do falo um tema constante. Numa época em que a repressão sexual já perdera força e importância, voltar-se tão insistentemente para tal temática indica pobreza de imaginação e superficialidade no trato dos assuntos.

   Ao dizer isso, não emito um juízo estético. Apenas constato o que é óbvio, situando-me no mesmo plano não-artístico em que a autora de tais obras se colocou. Certamente, não se podem levantar questões estéticas em face de expressões que, por opção, as excluem. Se diante de uma obra de Morandi ou de um Pevsner, não teria cabimento adotar uma análise psicanalista ou sociológica em lugar da apreciação estética, no caso da antiarte, isto é perfeitamente cabível. Resumindo, diria que tais manifestações são expressão de um impasse em que se encontram muitos daqueles que, negando a obra de arte, não sabem o que pôr em seu lugar.
 

Fonte: Revista Continente Multicultural  www.continentemulticultural.com.br
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