Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

AFINAL, O QUE É ARTE CONTEMPORANEA? (parte 2)

Continuaçao das respostas de varios pensadores ligadis a area
Marcia Tiburi (doutora em filosofia, escritora e apresentadora de TV)
“Arte contemporânea é um conceito que, a meu ver, vale mais como produto da ‘arte conceitual’ do que como recorte histórico que signifique algo. Na verdade, é uma definição anacrônica, tanto quanto a arte conceitual, que nasceu da crise dos críticos (a morte da crítica, sim, foi pouco avaliada). Também a palavra arte se tornou anacrônica. Ninguém entende de arte, nem de arte conceitual. Nem de conceitos. Não temos, é claro, aparato conceitual que dê conta dos fenômenos. Em outras palavras: ‘arte contemporânea’ é uma definição que usamos vagamente para sinalizar que nas produções atuais vemos algo de arte. Mas não sabemos o que é arte e ficamos a insistir em arte contemporânea por falta de domínio conceitual. Círculo vicioso, sim. Portanto, eu não confio nessa ideia. O povo? Ora, deixemos o povo pra lá que, como o marido, é o último a saber. Mais importante é avaliar que estamos no tempo da performance, do design e do espetáculo. Performance é o que há de mais parecido com o que chamávamos de arte, design com o que envolvia conceitos, espetáculo com o que chamávamos cultura de massa. Enquanto as categorias permanecerem em tensão, nossa cultura tem futuro. Do ponto de vista das formas, o que me interessa hoje é literatura como tal, que não se importa em ser literatura, que cospe nos roteiros de cinema disfarçados de escritura, que vomita no contentamento dos semianalfabetos de alma, que o são também políticos, ou os bem-pensantes; prefiro os insuportáveis, os sem-medo nem limites, quem sabe Lobo Antunes, mas, sobretudo, os pichadores das cidades grandes. Para mim, tudo o que chamamos de arte um dia está nos muros, perturbando a ordem enfeitadinha do nosso circo. Mas não é mais arte, é apenas o que nos faz ver que retornamos ao pó.”

Márcio Harum (pesquisador do grupo Hélio Oiticica e do Programa Ambiental)
“Essa indagação não é nada simples e não tem resposta alguma que satisfaça as pessoas… Enquanto estou aqui pensando, acho que não vou conseguir escapar das reminiscências do credo difundido por Charles Baudelaire (1821-1867): ‘É preciso ser de seu tempo’ (Il faut être de son temps, citação original do pintor Honoré Daumier, 1808-1873). Hoje em dia, o ponto de inflexão comum a todos talvez seja: ‘Preciso ser mesmo do meu tempo, mas que tempos são esses, afinal?’.”

Sônia Alves Dias (formada em artes plásticas, participou do coletivo Vinte e Sete+Um e assina o blog A Letreira)
“Chama-me atenção o fato de vivermos uma fase artística carente de novos talentos individuais. Há uma sensação incômoda no ar, de que no mundo atual uma parte significativa da sociedade se autodenomina artista e, em decorrência desse excesso de pseudotalentos, a arte fica no meio-fio entre o que é permitido e o que é possível e quem são os executores práticos dessas ideias. Não dá para falar em arte contemporânea sem pensar em TV, internet e tantos outros recursos tecnológicos e audiovisuais, que fazem com que as transformações e intervenções da arte em movimento sejam captadas e reinventadas em tempo real. Atualmente, o que mais chama atenção é o campo literário. Pois a quantidade de escritores fantasmas que se revelam através de blogs e comunidades literárias é cada vez maior. No Brasil, inclusive, existem cursos acadêmicos de formação de escritores e agentes literários, onde cada aluno mantém um blog. Essa nova condição de escritor virtual multiplica-se vertiginosamente deixando no ar a pergunta ‘o que esperar da escrita futura feita por escritores formados e formatados?’.”


(...)
Eduardo Senna Boaventura (historiador, artista visual, gestor cultural)
“Como é visível em tudo que foi dizível por diversos autores, arte contemporânea constrói uma divisibilidade, própria das contradições em sermos ‘contemporâneos de nós mesmos’, cuja existência é inexoravelmente contradição em uma história marcada pelo exercício da corrupção. A arte mostrou-se no processo histórico como o melhor dos meios de comunicação para retratar a realidade em que cada autor esteve ou está contextualizado.


Ao lutarmos contra as imagens prontas, os desejos pasteurizados, as conclusões acabadas, não nos opomos aos instrumentos de comunicações dominantes, mas ao domínio dos instrumentos como fórmulas prontas de resultados previstos e testados.
A guerra contra a imagem como instrumento de subversão da realidade não pode se opor à realidade como forma de subversão da imagem, nas quais atuamos como criadores e criaturas.”
Christiana Daisy
“De qualquer modo qualquer coisa é sempre alguma coisa…!


   Algo muito simples, algo muito complexo, algo muito controverso ou talvez contra o verso, o inverso do que se pretende ser? o universo do ser? Como definir arte contemporânea se o próprio termo arte ainda é algo vago, abstrato e intangível. Arte, anti-arte afinal do que se trata? Haja singularidade, pluralidade, imcompletude, polissêmia, o dito e o não dito, o vísivel e o invisível, o tangivel e o intangível …afinal do que se trata?! O que legitima, o que exclui, o que torna a arte mais arte que outra arte? O que torna a arte uma anti-arte ou uma arte qualquer. O que é arte contemporânea afinal? Seria a arte deste tempo, do nosso tempo? Seria a arte com tempo? a arte sem tempo? Porquê arte contemporânea e não arte Extemporânea? Porque arte? Porque perguntar? Porque responder? Porque o confronto? Porque o conflito? Arte é tudo que assim se denomina? Ou tudo o que domina, pre-domina? O instituído, o constituído, o destituído? Afinal oq que é arte contemporanea? A arte que se faz no confronto com a obra, independente de seu estado, de seu estágio, de seu tempo? O que se cria, concebe e denomina? O que se diz arte? o que se sente arte? O que o artista cria, o que o observador casual e o aficcionado entendem do que se cria? Outras criações? Arte afinal o que é? Um valor construido pelo olhar especializado, ou desconstruido pelo olhar despretencioso do olhar comum, do senso-(in)comum? Arte-final, finalizada…obra imcompleta de nosso imaginário. Arte afinal, o que é? Como definir? Porque ~simplesmente “não fruir e usufruir” do que se diz arte, se assim se intitula? Arte que se consuma na fruição, arte que se consome na fruição, arte que consumo, arte com sumo, em suma o que afinal é arte comtemporânea retirados os conceitos, preceitos e preconceitos que embalam, rotulam e lacram e isolam tudo o que não seja arte, ou pelo menos a arte que vemos, a arte que cremos , a arte que acreditamos ver? Algo muito simples, algo muito complexo, algo muito controverso…melhor só indagar, não responder…deixar que a arte se faça em seu confronto com a obra, com o artista, com o público e com o privado…desde que a arte se faça contemporânea, extemporânea ou como queiram!”
Charô (que acredita que meerkats don’t wa-da-tah to the shama cow e assina o blog Artposts da Charô e @acharolastra)
“Definir arte tem como objetivo tolher horizontes. Trata-se de impor limites sócio-culturais, financeiros e políticos à expressão humana. Ainda assim, diria que arte pode ser encontrada em tudo o que é concebido, interpretado ou entendido como arte. Mas isso seria perda de tempo.”


Daniel Brazil (roteirista e diretor de TV e assina o blog Fósforo)
“O velho conceito dicionarizado de arte ainda resiste: arte é tudo aquilo feito pelo homem com intenção de provocar uma emoção de ordem estética.


Mudaram os suportes, os contextos, as técnicas, mas não mudou a intenção primordial. No limite, se relativizou. Sensações como o tédio, o desconforto, a irritação e a mera curiosidade ganharam status de emoção estética. Sintoma de contemporaneidade.”

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

AFINAL, O QUE É ARTE CONTEMPORANEA? parte 1

SE a pergunta o que é arte ja nos aflinge tanto imagine o que arte contemporane. Nao me pergunte pois ate hoje estou na primeira pergunta e ainda custo a entender mesmo gostando pois muita das coisas nao precisa entender pra gostar, basta sentir ne? Este é um artigo com varias opinioes para escolherem a sua

Afinal, o que é arte contemporânea?

Micheliny Verunchk
Decifra-me ou te devoro. É o que parece dizer a arte contemporânea a qualquer pobre mortal que ousa encará-la. Filha do desencanto e das tensões advindos do instável século XX, surge representando uma ruptura com o que, até então, se chamava arte moderna.
Como a esfinge, que aqui lhe serve de metáfora, a arte contemporânea nasceu, sobretudo, questionadora, amante da polêmica. Não lhe interessavam os velhos moldes, o cânone, o sentido tradicional da beleza. No entanto, denunciam alguns, e atualmente tem se rendido a um mercado cada vez mais manipulador e caracterizado por cifras estratosféricas.
Oscilando entre a incompreensão e os julgamentos de valor traduzidos em questões sobre sua utilidade e autenticidade, é alvo de discussões apaixonadas. Assim, a Continuum convidou algumas pessoas a responder ao enigma: O que é arte contemporânea?
Affonso Romano de Sant’anna (poeta, ensaísta e professor)
“A expressão ‘arte contemporânea’ é muito precária, não resiste a uma análise. Não se pode considerá-la sem investigar outra expressão igualmente confusa: ‘pós-modernidade’. Isso, de maneira geral, caracteriza muito do que se fez nos últimos 40 anos. Tem muita bobagem teórica e prática para ser revista. Cito alguns tabus. Veja John Cage – tinha algum talento e perdeu-se no histrionismo. Veja Duchamp, mal lido e mal interpretado há 100 anos. Continuo insistindo: temos que passar o século XX a limpo, não para voltar ao XIX, mas para equacionar os equívocos de nossa geração. Uma das tolices de nossa época foi achar que a ‘modernidade’ era o topo da história. Como se diz, ‘pretensão e água benta cada um toma quanto quer’. ”

Ana Mae Barbosa (doutora em arte-educação e professora)
“Não dá para resumir a arte contemporânea numa só característica, pois a pluralidade domina nosso tempo. Assim, podemos apreendê-la pela seguinte série de qualidades:
– consciência da morte da autonomia da obra ou do campo de sentido da arte em prol da contextualização.
– metalinguagem: reflexão sobre a própria arte.
– incorporação de matrizes populares na arte erudita.
– preocupação em instaurar um diálogo com o público e levá-lo a pensar.
– tendência ao comentário social.
– ‘interritorialidade’ das diversas linguagens.
– tecnologias digitais substituindo a vanguarda.
O que mais me tem chamado atenção é a confirmação do comentário de Arthur Danto, de que sob a designação de arte contemporânea temos muitas vezes a continuação da arte moderna. Isso é verdade especialmente no Brasil, que é muito apegado ao modernismo.”

Dalva Soares Bolognini (especialista em cultura popular)
“Arte contemporânea é toda expressão artística que revela, em traços ou por inteiro, a atualidade da vida social – local ou mundial. Assim, cada momento da sociedade, cada mudança visível de um grupo social, pode ser representado e percebido nos seus vários suportes. Historicamente esse tempo social é geralmente longo, suficiente para gerar um movimento artístico. Gostaria de mencionar que, no final da Segunda Guerra Mundial, os automóveis americanos, pesados e quase sempre pretos, que haviam cedido seu lugar nas fábricas para os veículos bélicos, ressurgiram enormes e coloridos, como a sinalizar um tempo de bonança e felicidade plena, onde o espaço era primordial.”

Ivôn Rabelo (mestrando em literatura e interculturalidade pela Universidade Estadual da Paraíba)
“O dizer sobre arte, em si, já é algo complicado. Mas carrega algo de simplório, pois qualquer tentativa de expressão que condense os conhecimentos acumulados pela humanidade, e, além disso, os saiba traduzir como manifestação simbólica, deve ser alçada ao posto de discurso sacralizado. A arte na contemporaneidade não foi vanguarda, mas torna-se agora, em nossa pós-contemporaneidade: um atributo da velocidade com que (es)corre a areia fina da ampulheta do século XXI, passagem instantânea que a deixa (es)correndo pelas frestas da litania [ladainha] de paz e paciência pela qual oramos diariamente nessa grande sala babélica de exibições em que se transformou a internet, a TV digital, a parafernália musical, audiovisual e literária das celebridades instantâneas de Warhol. Nada precisa fazer ou dizer fazer um sentido, mas, sim, vários (além dos triviais e exauridos cinco que desde sempre disseram que possuímos), em qualquer forma de expressão dita artística, pós-contemporaneamente falando. É essencial que nos remeta ao mais pré-histórico dos intentos: uma tentativa de união com um algo dito sagrado. Ou até mesmo perfeita e convincentemente profano. Mas que seja sacro, e não um saco!”


Parte 1. O texto continua semana que vem com o link de referencia

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A ARTE E O ABSTRACIONISMO (Parte 3 final)

Tentativa de definição

Na experiência, do ponto de vista da relação com os objetos, o abstracionismo dá conta do possível distanciamento psíquico que sente o artista em sua produção, do temor, da constante intenção de transcendência ao fluxo do real. Coloca-se, desta forma, em oposição ao naturalismo, cuja base na experiência psíquica dá-se pela aproximação com o objeto, à empatia, ao envolvimento.
Ao chamarmos o abstracionismo uma categoria, não significa que ele se identifique com a definição kantiana do a priori puro. O abstracionismo não é uma forma dada anteriormente, sobre a qual é possível meditar-se sem qualquer relação ao real. Depende, ao contrário, inteiramente de um contato com o mundo da experiência; forja-se, o abstracionismo, diretamente sobre a vivência humana.
Por outro lado, não há coincidência entre o abstracionismo como categoria estética e o progressivo distanciamento entre o sensível e o racional, formulado por Hegel. Primeiro porque esta categoria abstrata é uma forma dada já na apreensão do objeto, portanto não necessariamente distante do sensível. Segundo, porque o distanciamento do real na experiência faz-se não em direção a uma análise (racional), logocêntrica, mas em direção à uma síntese plástica.

O abstracionismo e o estilo

Ao retornarmos à questão do estilo, após esta colocação do abstracionismo como uma categoria estética, é possível obter muitas luzes na análise das obras de arte. Diversamente de agrupar as obras apenas enquanto tem esta ou aquela aparência, pode-se buscar uma abordagem mais profunda, que saliente as raízes destes estilos na experiência vivencial com que foram produzidos.
É possível entender certas "anomalias" estilísticas, que ficariam não compreendidas se apelássemos para distinções superficiais. O estilo pontilhista, por exemplo, que superficialmente é figurativo, tem a abstração como concepção estética produtora. Contrariamente, a catedral gótica, que é abstrata na aparência e na construção, exige uma aproximação estética empática. Estes exemplos mostram como as categorias podem se relacionar complexamente com os estilos.
Por outro lado, é possível compreender o verdadeiro lugar do surgimento da abstração contemporânea: ao invés de apenas um modismo, como muitas vezes tem sido encarada por artistas e críticos, a abstração vem dar resposta às novas formas de experiência trazidas pela Revolução Industrial e pela Revolução da Informação.


Fonte: http://www.auladearte.com.br/galeria/abstracionismo.htm#ixzz3rJnHFoNI 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A ARTE E O ABSTRACIONISMO (PARTE 2)

Abstração e estética

Se tomarmos o estilo abstrato, entretanto, no seu aspecto positivo na modernidade, desenvolvido principalmente pelos abstracionistas formais, e que consistia em uma resposta aos (então) novos contextos sociais, então é possível situar e entender não somente a arte abstrata contemporânea, como delimitar a verdadeira esfera do abstracionismo inerente à arte.
Não tomaremos o abstracionismo apenas enquanto um estilo artístico, entre outros, mas relacionaremos o abstracionismo à experiência vivencial, não só no tempo presente mas no passado também. A própria constatação de que o abstracionismo surge como estilo em diversos períodos históricos, leva-nos a supor que as suas características são muito mais gerais que particulares, muito mais comuns a vários períodos que restritas a este ou aquele específico.
A tese que se coloca é a de que o abstracionismo é, na verdade, uma autêntica categoria de experiência estética. O abstracionismo seria uma forma de experiência, qual seja, uma maneira que tem o sujeito de experimentar o real.
Se concordamos em que, genericamente, nosso trânsito com o real dá-se na experiência, ou por aproximação ou por distanciamento (não físico, mas psíquico), então podemos situar o abstracionismo como uma categoria estética. Se por aproximação entendermos toda forma de experiência que se constitua pela empatia com o objeto, então distanciamento seria toda forma de experiência que visa a um deslocamento, a uma transcendência dos objetos.
A categoria abstrata, em arte, seria caracterizada pela representação que não tivesse, por experiência psíquica, uma necessidade de apropriação ou envolvimento com objetos particulares. Essa categoria abstrata buscaria, pelo distanciamento ao real, uma universalização da linguagem artística.
É possível perceber, mesmo ainda sem exemplos ilustrativos de obras de arte, que essa categoria abstracionista seria uma descrição, particularizada na experiência estética artística, do processo abstrativo geral da cultura, que, em um amplo quadro histórico, conduziu às formulações de uma religião transcendental monoteísta em oposição aos mitos animistas anteriores, a um processo de investigação pelo pensamento em oposição às práticas mágicas anteriores, etc.
continuaçao 15/12

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A ARTE EO ABSTRACIONISMO (parte 1 de 3)

A ARTE EO ABSTRACIONISMO
JOÃO WERNER, autor
   A arte abstrata é uma grande polêmica entre artistas, críticos e historiadores. A questão de saber o que é abstracionismo, como pode ser apreendido esteticamente, ou, até mesmo, se pode o abstracionismo serartístico, foi central em inúmeros debates.
   A arte abstrata pode ser pensada como um estilo, entre outros diversos, dentro da história da arte. Como estilo, foi retomada a partir da modernidade inicialmente com cubistas e futuristas, disseminando-se, a partir de então, em diversas outras tendências artísticas, ora formais, que prezam a articulação inerente à obra, ora informais, cuja intenção é a desarticulação interna da obra.
   Como abstracionistas formais teríamos o Neoplasticismo, a Arte Concreta, a Minimal Art, etc. Como exemplos do abstracionismo informal temos a Action Painting, o Tachismo, o Neo-Expressionismo etc.
   A retomada do estilo abstrato nos primeiros anos do século, teve uma dupla origem. Por um lado, foi fruto das novas experiências estéticas exigidas pela modernidade econômica e social na Europa. Por outro lado, o estilo abstrato foi retomado porque prestava-se, como "novidade", às intenções vanguardistas de alguns movimentos artísticos.
   Neste segundo sentido, vanguardista, a arte abstrata foi retomada porque representava, para a época, um "estar à frente do tempo". Dado que, desde antes da Renascença, nenhuma tradição artística européia podia assumir ser a origem do abstracionismo artístico, este estilo dava a nítida impressão a todos de umaruptura com aquelas tradições.
   Esta intenção de colocar o abstracionismo no epicentro de um movimento social e político de ruptura, especialmente levado a cabo por abstracionistas informais, revelou-se despropositada.
   Como estilo artístico, o abstracionismo é quase tão antigo no tempo como a sua antítese, o naturalismo. Se, na pré-história, toda a arte do período paleolítico foi de um naturalismo vigoroso, no neolítico, ao contrário, a linguagem artística usual era o abstracionismo.
    Nos desenhos rupestres neolíticos, no uso das técnicas da cestaria ou da cerâmica, está atestada uma origem para o estilo abstrato. Cai por terra a idéia de uma "novidade" no ressurgimento do estilo abstrato na modernidade.
Continuaçao dia 8/12


terça-feira, 24 de novembro de 2015

AFINAL, O QUE INTERATIVIDADE EM MUSEUS?

Interatividade nao é claro para muita gente mas para quem usa videogames isso eh bem claro. O interativo quer dizer age entre duas coisas ou mais, isso quer dizer se voce faz uma ação ele te responde com uma reação imediata sem precisar que alguem o lembre disso. Entao os totens de respostas, os eletronicos, enfim... 

Afinal, o que é interatividade em museus?

   Na última década, tem crescido a febre por “Museus Interativos”. E as definições divulgadas na mídia nada mais são do que uma confusão danada, tentando convencer os visitantes que qualquer coisa que pisque, é interativa.  Apertou um botão? Passou e um sensor ascendeu uma luz? Viu um vídeo?  Olha que coisa, está interagindo com o museu! Só que não.
Vamos então fazer o caminho contrário. O que não é interatividade em museus?
   O fato de um museu ter muitos monitores, vídeos, gadgets, luzes e efeitos especiais não o torna interativo. O fato de dar qualquer estímulo sensorial para o museu também não o torna interativo por si só. Diversão em museu, joguinhos, controles remotos, entre outros, por si só, também não o são.
O fetiche pelos dispositivos digitais fez com que se investissem milhões de reais (ou dólares) nas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação e dos dispositivos audiovisuais e muito pouco em pesquisa. A aparente “facilidade” da apreensão do conteúdo, data por esses recursos, é capaz de transformar grandes museus em parques de diversões. Não sou contra o visitante aprender se divertindo. Nada disso. Mas até que ponto isso ocorre realmente nos museus brasileiros modernos, como o da Língua Portuguesa ou o do Futebol?

Se olharmos no dicionário, encontraremos a definição de interativo:
Diz-se de fenômenos que reagem uns sobre os outros.
Dotado de interatividade.
Diz-se de um suporte de comunicação que favorece uma permuta com o público.
  • HANDS ON: muito utilizada em museus de ciência, é aquela em que o visitante tem uma interação mecânica com um objeto e assim é demonstrado um fenômeno.
  • MINDS ON: “Aqui, os elementos de interação estimulam o funcionamento da mente, instigando os visitantes a empreender um “exercício” mental, elaborando questões, solucionando problemas, criando analogias e percebendo contradições. Coloca-se, então, a expectativa de que, ao se estabelecer uma atividade capaz de correlacionar mente e realidade através da reflexão, se faça possível a produção de significados e o desejo de se colocar novas questões. Esse tipo de interatividade nem sempre se produz pelo intermédio de recursos digitais, podendo a experiência ser “desencadeada” em momentos de interação entre visitantes ou por um processo de mediação ou visita guiada.” (http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/viewFile/273/267)
  • HEART ON: busca uma identidade cultural do visitante com o objeto exposto e reforça as questões emocionais de vivenciar a experiência.

      A interatividade do tipo “hand-on” é a que mais se difundiu e se distorceu nos ultimos anos. Nos museus de ciências, em geral esta experiência tem como função comprovar conceitos físicos, através da experimentação do usuário. Como se vê em:  https://youtu.be/boEyU0Pq_Lc


Mas essa experiência não tem nenhum valor se não se entender o conceito explicado, em geral mediado por um monitor da exposição ou por algum aparato explicativo.



   Caso contrário, ela se torna uma experiência vazia, como a exposição temporária de Bia Lessa, em que o visitante fazia o movimento de puxar as 400 paginas ampliadas de Grande Sertão Veredas e ler um trecho em um dispositivo diferente. Essa “experiência” não agrega valor ao conteúdo e o leitor não aprende com ela. A interatividade “hands-on” se torna então, um belíssimo aparato cenográfico.


                                   

Fonte:https://criticaexpografica.wordpress.com/2015/11/18/afinal-o-que-e-interatividade-em-museus/

Proximas postagens: A ARTE EO ABSTRACIONISMO (parte 1 de 3)

terça-feira, 17 de novembro de 2015

ARTE CONTEMPORANEA

ARTE CONTEMPORANEA

Almandrade, autor

    Quando se fala em "arte contemporânea" não é para designar tudo o que é produzido no momento, e sim aquilo que nos propõe um pensamento sobre a própria arte ou uma análise crítica da prática visual. Como dispositivo de pensamento, a arte interroga e atribui novos significados ao se apropriar de imagens, não só as que fazem parte da historia da arte, mas também as que habitam o cotidiano. O belo contemporâneo não busca mais o novo, nem o espanto, como as vanguardas da primeira metade deste século: propõe o estranhamento ou o questionamento da linguagem e sua leitura.
     Geralmente, o artista de vanguarda tinha a necessidade de experimentar técnicas e metodologias, com o objetivo de criar novidades e se colocar à frente do progresso tecnológico. Hoje, fala-se até em ausência do "novo", num retorno à tradição. O artista contemporâneo tem outra mentalidade, a marca de sua arte não é mais a novidade moderna, mesmo a experimentação de técnicas e instrumentos novos visa a produção de outros significados. Diante da importância da imagem no mundo que estamos vivendo, tornou-se necessário para a contemporaneidade insinuar uma critica da imagem. O artista reprocessa linguagens aprofundando a sua pesquisa e sua poética. Ele tem à sua disposição como instrumental de trabalho, um conjunto de imagens. A arte passou a ocupar o espaço da invenção e da crítica de si mesmo.
    As novas tecnologias para a arte contemporânea não significam o fim, mas um meio à disposição da liberdade do artista, que se somam às técnicas e aos suportes tradicionais, para questionar o próprio visível, alterar a percepção, propor um enigma e não mais uma visão pronta do mundo. O trabalho do artista passa a exigir também do espectador uma determinada atenção, um olhar que pensa. Um vídeo, uma performance ou uma instalação não é mais contemporâneo do que uma litogravura ou uma pintura. A atualidade da arte é colocada em outra perspectiva. O pintor contemporâneo sabe que ele pinta mais sobre uma tela virgem, e é indispensável saber ver o que está atrás do branco: uma história. O que vai determinar a contemporaneidade é a qualidade da linguagem, o uso preciso do meio para expressar uma idéia, onde pesa experiência e informação. Não é simplesmente o manuseio do pincel ou do computador que vai qualificar a atualidade de uma obra de arte.
   Nem sempre as linguagens coerentes com o conhecimento de nosso tempo são as realizadas com as tecnologias mais avançadas. Acontece, muitas vezes, que os significados da arte atual se manifestam nas técnicas aparentemente «acadêmicas». Diante da tecnologia a arte reconhece os novos instrumentos de experimentar a linguagem, mas os instrumentos e suportes tradicionais estão sempre nos surpreendendo, quando inventam imagens que atraem o pensamento e o sentimento.
     Mas em que consiste essencialmente a arte contemporânea? Ou melhor: qual o segredo da arte na atualidade? Pode parecer um problema de literatura ou de filosofia. - É muito mais uma questão de ética do que de estilo, para se inventar com a arte uma reflexão. Não existem estilos ou movimentos como as vanguardas que fizeram a modernidade. O que há é uma pluralidade de estilos, de linguagens, contraditórios e independentes, convivendo em paralelo, porque a arte contemporânea não é o lugar da afirmação de verdades absolutas.
Almandrade, autor
Artista plástico, poeta, arquiteto

Fonte: http://www.auladearte.com.br/galeria/almandrade.htm#ixzz3rJgzzPc5 
Proximas postagens : Interatividade nos museus e as 3 partes de: A Arte e o abstracionismo de JOÃO WERNER


terça-feira, 13 de outubro de 2015

COMO SER UM MONITOR DE MUSEUS?

   O texto desta semana fala sobre um dos profissionais de grande importancia no museu assim como todos os outros que trabalham nestas instituições. 
   Por falar em museus, há muitas profissões atuando neste local e as vezes nem as imaginamos ou damos o devido valor. Isso porque elas  atuam ardua e "secretamentes" nos bastidores, sem serem vistos. Alem dos seguranças e da recepção ou secretaria no museu encontramos:
   Historiadores: resposaveis pelas pesquisas, bibliotecarios, conservadores e restauradores de obra, o museologo, curador, curriers, produtores culturais, turismologos, os monitores. E é justamente destes ultimos que trataremos no artigo abaixo escrito por:Thayse Aragão


Como ser um monitor de museus?


Descubra como ser um monitor

  A carreira de monitor em instituições de educação não formal como museus parece um tanto obscura, isso porque os profissionais que atuam nessa função não possuem formação específica em nível técnico ou de graduação: não há um curso de mediação e monitoria em universidades. Diferente do que muitas pessoas pensam, não é o museólogo que atua nessa função e é relativamente fácil fazer parte desse campo profissional tão interessante. O primeiro fato que é preciso ter em mente é que a contratação de monitores e mediadores por parte dos museus varia muito. Existem instituições ligadas ao Estado que contratam seus mediadores através de concurso público, nesses casos as exigências para o cargo podem ser diversas, desde simples ensino médio, até graduação em uma área específica passando por formação técnica em turismo ou experiência no setor de educação não formal e turismo ou arte (variando de acordo com o enfoque da instituição).

  Neste caso do concurso público basta ficar atento ao perfil desejado, ver se enquadra-se e prestar a prova. Contudo essa não é a forma mais comum de contratação de monitores e mediadores. Mesmo em instituições públicas a maior parte desses funcionários tem um caráter de contratação temporária. Muitos são estagiários e outros trabalham em caráter de escala em função do serviço.
   
   Os estagiários são em sua maioria estudantes de graduação ou ensino médio. Nesses casos normalmente a instituição oferece um curso para preparar os interessados em atuar na mediação do museu. É importante ficar atento nos fins e inícios de semestre, quando esses cursos são abertos, normalmente divulgados nos sites das instituições. Muitos deles não tem custo algum, e os melhores candidatos ganham então as vagas para atuar na instituição. Também pode ser requerida que a formação do candidato tenha relação com a área que vá atuar, portanto busque museus e galerias de arte se sua formação é nessa área ou museus e centros de ciência se é da área de exatas.   Como muitas dessas instituições possuem setor educativo que planeja atividades voltadas para o público escolar, pedagogos e licenciados tem mais chances de atuar na área. Algumas instituições possuem monitores de vários níveis, sendo eles com formações diferentes que vão desde o ensino médio até a graduação e experiência específica na área. Vale a pena investir nessa carreira quem gosta de frequentar museus e se relacionar com as pessoas. Como não é regularizado como profissão a remuneração não é tão alta, contudo é um comum primeiro emprego para quem se interessa, pois não exige experiência na maior parte dos casos.    As dificuldades da profissão ficam por conta dos horários de trabalho, podendo ter que atuar frequentemente nos finais de semana e feriados, dias em que essas instituições recebem mais visitantes. No entanto, é um ótimo e agradável local para atuar profissionalmente e desenvolver importantes habilidades, verdadeiramente apaixonante.

Foto: etgandiamaritima.wordpress.com
Fonte do material http://euquerotrabalho.com/como-ser-um-monitor-de-museus.html


 Meus comentarios sobre o texto: Falar que a carreira parece obscura acho enganoso pois a autora mesmo comentou que as pessoas que trabalham como monitor, sao preparados atraves de cursos oferecidos pelo proprio museu. Em minha opiniao, nao sao apenas os museus, como tambem as faculdades com area em licenciaturas (professor) possuem cursos para monitores pois monitor é um tipo de professor.  
  
   Alem da teoria, as pessoas  precisam praticar pois nao há nada melhor que aprender fazendo. Nao são apenas as materias que vao preparar estes profissionais. Conversar com os artistas, curadores ou museologos que organizam a exposição tambem é um tipo de aula que nao deve ser descartada, pois partindo disso, será possivel observar as varias visoes tidas em relaçao a exposição, visoes estas que podem ser complementadas por sua propria interpretação. O proprio objeto exposto tambem  acaba sendo um grande material que está a mao do monitor; basta se atentar a ele. Os proprios quadros e objetos instalados na exposição falam por si ensinando quem trabalha no local. 
  O publico tambem oferece pistas sutis ao monitor de como encaminhar sua visitaçao. Isso porque ele manifesta naturalmente seus interesses em relaçao os objetos e como reage a ele. Tudo depende da atenção, interpretaçao e perspicacia dos educadores/monitores. 


Fonte: http://euquerotrabalho.com/como-ser-um-monitor-de-museus.html



terça-feira, 6 de outubro de 2015

O QUE É HOJE UM MUSEU? DOS OBJETOS AS EXPERIENCIAS (materia em espanhol) Parte 4

Escobar hace un poco de historia: 


   "El museo fundacional y ejemplar, el decimonónico, actuaba como templo ilustre del arte y promotor de los mitos hegemónicos. El museo moderno, surgido en posguerra, si bien aísla lo estético en el cubo blanco, lo pone en tensión con incipientes compromisos democráticos y promueve la apertura a los grandes públicos. El museo contemporáneo, sin haber logrado superar la contradicción entre la sociedad del espectáculo y las exigencias del arte ilustrado, a cuya órbita aún pertenece -mal que le pese-, asume nuevos desafíos derivados de la digitalización de las industrias culturales y la exacerbación del consumo masivo de la imagen como entretenimiento. La globalización lleva a niveles desmesurados la tecnología de la comunicación y la publicidad y, al tiempo que facilita la divulgación y la accesibilidad de las obras, compromete el nivel crítico del arte".


   Para Escobar, en ese escenario, el desafío del museo actual es bien complejo: "la posibilidad de colectar y preservar sobre el trasfondo de un enfrentamiento entre la lógica del mercado (absolutización de las audiencias, economía del espectáculo, «disneyficación» de los espacios museales) y la vieja vocación ilustrada del arte, crítica y poética, elitista en parte". De todo esto se hablará en Buenos Aires en los próximos días.

NÉSTOR GARCÍA CANCLINI (ANTROPÓLOGO):

"Un museo no puede exhibir la cultura como trofeo ni puede ser una app del mercado"

FLORENCIA BATTITI (CURADORA Y CRÍTICA):

"En el país está pendiente erradicar los personalismos en la dirección de las instituciones"

TICIO ESCOBAR (CURADOR Y CRÍTICO):

"El museo no superó la contradicción entre el espectáculo y el arte ilustrado"
Tres claves

TECNOLOGÍA

Las redes son clave para articular el museo con el mundo, aunque hay quienes señalan las desigualdades de acceso

PÚBLICO

La actitud contemplativa es rara. Los visitantes están informados, demandan interactividad y debates actuales

PASADO / FUTURO

Muchos museos se encuentran hoy atrapados entre su rol de preservación y el de ser significativos para su época.

Fontehttp://www.lanacion.com.ar/1822809-que-es-hoy-un-museo-de-los-objetos-a-las-experiencias



Proxima terça: Postagem Como ser um monitor de museus?

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