Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 2 de agosto de 2011

HISTORIA EM QUADRINHOS: parte 4 Quadrinhos alem do gibi


  • Quadrinhos além dos gibis
 JAL

       Os professores costumam utilizar a linguagem dos quadrinhos para alguns exercícios básicos e de forma criativa. Alguns fazem uma fotocópia de uma página de HQ com os textos eliminados. Apenas os desenhos. Na sala pedem para os alunos completarem os balões de fala como um exercício de criação e desenvolvimento de texto. Esse exercício ajuda a passar a estrutura de início, meio e  fim de uma história para uma boa redação. Os professores estão certos nessa criação espontânea e empírica. Mas esta ferramenta pode render mais. Muito mais. Não podemos imaginar os quadrinhos apenas como estímulo de leitura, mas sim como estímulo para qualquer outra área cultural.
     Na atualidade, a tecnologia veio com tudo para o mundo dos jovens e das crianças. Um jovem pode estar com o computador ligado nos portais de relacionamento, conversando com um ou mais amigos. Ao mesmo tempo, pode estar com um aparelho MP4 ligado aos ouvidos. E, ainda, jogando game e atendendo celular. Tudo ao mesmo tempo.
     É uma prática que o faz mais ágil, mas também produz a falta de atenção que não ajuda nem um pouco a que ele consiga fixar o que recebe. Quando esse mesmo jovem procura ler uma revista em quadrinhos, há um exercício de concentração em um veículo. Pode até ouvir música ao mesmo tempo mas, com certeza, estará educando seu cérebro para a necessária ação de concentração. Isso é fundamental para que o jovem se interesse em leitura de forma concentrada. Ajuda no trabalho do professor para passar informações.
    Portanto, podemos observar que essa linguagem vai muito além dos gibis, como diz o título deste texto. Vamos, então, demonstrar os diversos caminhos que uma HQ pode trilhar fora de sua comercialização em bancas.

• QUADRINHOS DE INFORMAÇÃO EMPRESARIAL:


    Toda empresa necessita de um projeto de comunicação interna. Informaçõesde organização, implantação denovos sistemas internos, Cipa (cuidados com acidentes do trabalho), projeto social da empresa e todo tipo de tema necessário.
   A linguagem dos quadrinhos é a mais significativa em estímulo à leitura. Atinge todo tipo de funcionário. Do mais simples ao diretor da empresa.

• QUADRINHOS PARA SERVIÇO PÚBLICO: 
     
As empresas governamentais procuram implantar campanhas de saúde, de educação, de cunho social e outras informações que, geralmente, são distribuídas para a população mais carente.

• QUADRINHOS PARA A ÁREA PUBLICITÁRIA:

    Campanhas de empresas direcionadas para os jovens e crianças são acompanhadas de personagens e historinhas que explicam sobre o produto à venda ou, simplesmente, buscam agregar valor ao produto. Campanhas em jornais e revistas também se utilizam de personagens de quadrinhos já conhecidos ou criados especificamente para esse fim.

• QUADRINHOS PARA PROFISSIONAIS LIBERAIS:

       Médicos, engenheiros, advogados, jornalistas, empreendedores e diversos outros profissionais podem utilizar revistas em quadrinhos para apresentação de seus serviços. Já houve o uso de quadrinhos por um advogado do Rio Grande do Sul, para explicar como ocorreu no caso julgado para distribuição ao júri daquele evento.

• QUADRINHOS PARADIDÁTICOS:

       São adaptações de livros famosos, biografias de personagens da história e textos diversos do currículo escolar desenvolvidas nessa linguagem.

• QUADRINHOS JORNALÍSTICOS:
     
  Jornalistas que desejam publicar sua matéria em quadrinhos, como Joe Sacco, autor que criou uma série de reportagens quadrinizadas de suas andanças por guerras e locais de conflito.

• QUADRINHOS TERAPÊUTICOS:

    Profissionais da psiquiatria e psicanálise podem desenvolver criação de quadrinhos em grupo como terapia de aproximação e entendimento de amigos, familiares e comunidades.

• QUADRINHOS RELIGIOSOS:
  
   Várias publicações já foram produzidas para catequizar ou simplesmente difundir a vida de santos, crenças, seitas e grandes personagens religiosos, geralmente para buscar o interesse do público jovem e infantil.

• QUADRINHOS DE VANGUARDA:
      
  Artistas que desejam extrapolar a linguagem de diversos tipos de arte se utilizam dos quadrinhos como inspiração para seus quadros de pintura, seus grafites, poemas, esculturas, vídeos e eventos culturais. (Meu ex: Mauricio de Souza que fez a releitura de quadros famosos utilizando a turma da Monica no lugar dos personagens origi)

• QUADRINHOS NO DESIGN E DECORAÇÃO:
   
   A rica linguagem das HQs - com as onomatopeias, balões, grafismos de ação e personagens famosos - são inspiração constante para utilidades domésticas, decoração de ambientes e formas de design inovadoras e bem-humoradas.

O diretor de cinema Alfred Hitchcock já utilizava a
quadrinização em cenas como a do filme “Os
Pássaros”, na década de 60.

• QUADRINHOS NO CINEMA:
   
   Atualmente toda a parte de pré-produção, com desenhos de roupas, personagens e ambientes, é desenvolvida com desenhos para que o roteiro seja todo quadrinizado nos planos e na forma que o diretor de imagem deseja. 

• QUADRINHOS NO RÁDIO:
    
  Novelinhas, programas de humor e jornalísticos criam personagens e se utilizam da linguagem dos quadrinhos com suas frases de efeito e suspense.
    Essas são apenas algumas das possibilidades da aplicação dos quadrinhos nas mais diversas áreas de atuação profissional. Falando mais sobre o que a linguagem dos quadrinhos nos proporciona, basta demonstrar que tem em sua base a diversidade de outras artes.

O leitor de HQ é basicamente um coautor da
história, pois interpreta os personagens.

  • TEATRO: 
     O leitor de HQ é basicamente um coautor da história, pois interpreta os personagens. O desenhista dá a imagem e o leitor escolhe a voz que aquele personagem ou aquela onomatopeia terá. O quadrinho respeita também o “time” de cada um. Uma pessoa pode ler uma página em segundos ou, se quiser, em minutos. Depende do entendimento e da assimilação de cada leitor. Diferente de um filme que passa em quase duas horas, sem interrupção, impondo o “time” de entendimento. Essa interpretação do leitor é uma linguagem teatral. Por isso, a leitura das histórias em quadrinhos interessa ao ensino. Cada um terá seu tempo de entendimento respeitado. A absorção do conteúdo é mais eficaz. O cérebro, criando junto a interpretação, faz com que o leitor sinta-se envolvido na história

  • CINEMA:  
      Nem precisa dizer o quanto os quadrinhos e o cinema são próximos
     Como dissemos antes, o roteiro de um filme é desenvolvido em quadrinizações, hoje em dia. Além disso, os planos do cinema são os mesmos usados na composição dos desenhos dos quadrinhos. Temos o plano geral para início de uma cena, onde são mostrados os personagens dentro de uma paisagem, depois o plano americano, onde o personagem é enquadrado da base do peito para cima, e os planos em “close”, onde o enquadramento é nos detalhes da cena. O desenhista é um diretor de cinema que escolhe as cenas para induzir o leitor a criar as imagens em movimento em sua cabeça. Sem esquecer que em uma história em quadrinhos pode-se utilizar de qualquer imagem de efeito especial que seria de alto custo em uma produção cinematográfica.

                                                                  Filme Roger Habit
  • MODA:
   Um desenhista é também estilista. Cria as roupas dos personagens já imaginando a ação em que se enquadrarão.
    Não é por acaso que os super-herois usam aquelas roupas coladas ao corpo, mais fáceis de enfrentarem lutas e a ação dessas aventuras. É preciso até um estudo técnico da roupa, além de sua forma visual agradável. Alguns personagens inspiraram a moda ou foram inspirados pela moda. Quem assiste aos desfiles pode ver claramente algumas criações de estilistas que só funcionam na passarela e não na vida real. De outra forma, a atual febre de Festivais Cosplay (pessoas que se vestem como os heróis) demonstra o quanto essa moda pega! Um ótimo exercício para quem quer ser estilista.


LITERATURA
   Se alguém algum dia quiser ser um escritor, pode desenvolver sua dramaturgia, estrutura de uma história e ter idéias fazendo quadrinhos. Ao trabalhar criação de personagem, sua concepção intelectual, sua forma física e como será colocado em uma situação criada, a pessoa tem a base para contar uma boa história. Há falta de criatividade nos textos vistos em trabalhos escolares. O estímulo pode ser desenvolver quadrinhos.
  • ARTES PLÁSTICAS:
     Os quadrinhos já foram vanguarda nas artes visuais desde seu início.  

Primeiro, por trazer o movimento aos traços de um desenho e, depois, por nos dar variantes incríveis de plasticidade. Vai de um desenho linha clara, bem simples, ao uso de colagens ou pontilhismo.
    A visualização do som através das onomatopeias é uma criação artística sensacional e inédita entre as linguagens visuais. A era da Pop Art, nas décadas de 60 e 70, foi toda montada sob a forma dos quadrinhos. Roy Lichtenstein foi um dos artistas que se notabilizaram por essa valorização dos quadrinhos em suas litogravuras. 
  Atualmente, temos HQs nos mais diversos modos de arte e técnicas que usam de pincéis a computadores. Não há limite na criação dessas obras.
Roy Lichtenstein

O desenhista é um diretor de cinema que escolhe as cenas para induzir 
o leitor a criar as imagens em movimento em sua cabeça.

  •      PSICOLOGIA:
    Basta dizer que criar personagens e testá-los nas mais diversas situações já é um exercício de pesquisa do intelecto. 
     Só há uma boa história se houver bons personagens. Para isso, o conhecimento de pensadores como Freud e Carl Jung pode ajudar bastante e faz com que o autor se aprofunde na matéria. 
   Heróis em crise, como os da série X Men, revigoraram o modo de contar aventuras, justamente por aproximar esses heróis das fraquezas humanas.

  •     ARQUITETURA: 
    Para contar uma história visualmente é preciso que os personagens entrem em cenários. Pode ser uma floresta, mas também uma cidade. Moradias, ruas, cidades criadas através de pesquisas de lugares. Se a história acontece no futuro, é preciso prever e criar novas formas que podem acontecer nos próximos anos. Um desenhista também tem que ser um arquiteto.

  • DESIGN 
    Da mesma forma, copos diferentes, móveis únicos e objetos que depois podem ser produzidos em merchandising para os fãs dos heróis que colecionam tudo. É preciso saber unir a forma com a praticidade.

Porta copos hello Kitty

  •   CIÊNCIA: 
    As histórias de ficção científica acabam sendo concretizadas tempos depois nas invenções da humanidade.
      A clonagem veio antes nos quadrinhos e hoje é realidade.
    Agentes do serviço secreto que se comunicavam através de um relógio de pulso nas historinhas, hoje, estariam defasados. Mas fizeram parte do processo de engenharia que fez com que pudéssemos falar por microfones em lapelas. Está provado que a ciência e a tecnologia buscam transformar esses sonhos em realidade, mais cedo ou mais tarde.
     Podemos ficar aqui desenvolvendo mais temas,
à proporção que estudamos o que há nessa mágica das HQs. Por essa razão, a linguagem dos quadrinhos é essencial para a utilização na educação. Ao entrar na experiência de criar uma história, entra-se nesse mundo de alternativas e conhecimento. Depois de tantos exemplos que passamos nesse texto, talvez o melhor de todos seja o aproveitamento desse processo para fixar informação, coloborando assim para a formação dos estudantes. Os professores já sabem que isso é possível, mas podem ser orientados para perceber qual é o modo mais prático, que atenda às diversas disciplinas escolares, sem complicação. O trabalho em sala de aula com os quadrinhos cria uma nova etapa no relacionamento entre professor e aluno. Aproxima os dois de uma forma colaboracionista.
    Facilita o ensino sem qualquer investimento a não ser lápis, papel, borracha e o próprio professor.  Os dois nunca mais olharão para um gibi achando que é apenas um objeto de diversão e lazer. Muito além do gibi.

¹ Jornalista e cartunista, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil – ACB e fundador do Troféu
HQMIX das Artes Gráficas.

Proxima reportagem: 09/08 Desenho em quadrinho parte 5
                                     16/08 Sugestões de obras em quadrinhos e sites/blogs de quadrinistas, 
                                      23/08 Sobre o desenho (texto da mesma autora que arte e artesanato porque barreiras), 
                                      30/08 Sobre o Cartaz na arte e a arte publicitaria

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