Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

CRIANÇAS e MUSEU (parte 1)

   Em 3 dias vi duas reportagens sobre crianças no museu e por gostar muito de visita-los achei interessante ambas as duas pois apesar de nao ter tido tanta oportunidade por viver numa cidade pequena é desde criança que se visita esta instituiçao e se pode ter acesso a arte. As duas reportagens serao colocadas aqui. Pode ser que este assunto seja divido em 2 partes...
  Como as reportagens nao sao brasileiras e as consequentemente as referencias entao houve uma ediçao... 

 A primeira:

   
Um dia (feliz) no museu por Renata Ungier

 
 Crianças adoram museus. Você pode acreditar nisso.




Só que uma criança pequena, talvez, não esteja tão interessada em saber os detalhes históricos minuciosos que cercam uma peça específica, nem que um quadro tenha sido pintado por determinado artista em tal período, ou possivelmente se cansará após uma caminhada excessivamente longa… Aliás, o carrinho é sempre um bom aliado!
Há muitas alternativas para incrementar a visita, tanto a galerias de arte menores quanto a grandes museus. Dudu passou 5 horas felizes no British Museum de Londres, sem se entediar. Seguem algumas de minhas dicas:
  • Antes de viajar, apresente à criança as principais atrações do museu que será visitado. Para isso, há livros, revistas e o próprio site do museu. Vai ser muito legal mostrar ao seu filho determinada peça, ao vivo, e dizer: Lembra? A gente viu isso no site!
  • Explique previamente as regras: não correr, não tocar em nada, respeitar os outros visitantes.
  • Faça intervalos regulares para lanche ou almoço.
  • Em uma pinacoteca, por exemplo, costumo perguntar ao Dudu: qual o seu quadro preferido nesta sala? Ele se entretém por um bom tempo, examinando cada obra, até dar seu veredicto.
 
   Não importa se ele “esnobou” o da Vinci ou o Rembrandt em prol de um pintor menos valorizado. O que vale é o fato de que ele observou diferentes quadros e percebeu que um deles lhe despertou mais a sensibilidade. Às vezes, inclusive, ele escolhe, sem saber, o mesmo artista em salas diferentes, o que já vai denotando um pouco suas preferências… Missão cumprida, né?

Dudu e sua amiga Carol curtindo a Pinacoteca de São Paulo
                                  


Dudu e sua amiga Carol curtindo a Pinacoteca de São Paulo
  
  • Coloque uma máquina fotográfica nas mãos da criança e permita que ela registre suas próprias impressões. Você certamente se surpreenderá com o resultado. Dudu viu e fotografou coisas que nos tinham passado inteiramente despercebidas.
  • Aproveite as atividades propostas pelo museu, especialmente para os pequenos.
     Na lojinha do museu, peça à criança para escolher alguns postais de sua preferência, e faça uma “caça ao tesouro”, em busca das peças que os ilustram. A partir de uns 6 ou 7 anos, é diversão garantida!
  • Nas sessões destinadas a antigas civilizações, permita-se soltar a imaginação e inventar histórias. A visita se transformará numa incrível aventura, se seu filho imaginar o faraó passando por aquele portal, ou que ali vivia um samurai, ou que aquelas jóias pertenciam a uma princesa encantada… Creio, realmente, que podemos deixar a acurácia histórica para quando ele estiver um pouco mais velho, não é? O importante agora é criar o hábito dos programas culturais e, principalmente, despertar o interesse em conhecer a arte e o passado que nos trouxe até aqui.
Proxima postagem 06/01 Segunda parte de Crianças e Museu com a outra reportagem de dicas para visitar museu 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

PATRIMONIO ESTRATEGICO

A reportagem de hoje trata de uma realidade cruel, mas verdadeira: "Porque adoramos as cidade bem conservadas europeias, mas negligenciamos nossos centros urbanos e seus fabuloso ambiente". Isso vale tambem para arte.

Patrimônio estratégico

Por que adoramos as cidades bem conservadas europeias, mas negligenciamos os nossos centros urbanos e seu fabuloso ambiente construído ao acaso?

  
    Centro Historico de Salvador BA                                 Centro Histórico de Guimarães, Portugal

Este ano, a vigésima-sétima edição do Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, nosso “Nobel” do patrimônio cultural, promovida pelo Iphan, reconheceu seis iniciativas importantes: o registro da artesania das rabecas e seus músicos, no Ceará; o trabalho de salvaguarda dos circos tradicionais e familiares, em Minas Gerais; a recuperação da técnica tradicional para construção de barcas de buriti, no Pará; a estratégia econômica e social de preservação das técnicas de bordado, em Goiás; o resgate cultural do Cariri através de iniciativas de indústria cultural, na Paraíba; o apoio com recursos públicos à restauração de imóveis privados através de seleção de projetos, o edital Pró-Apac, no Rio de Janeiro.
Curiosamente, vimos pela imprensa, nas últimas semanas, casos de marcas e produtos que buscam na dimensão histórica, e no discurso da tradição, uma força que os diferencie competitivamente. É o que os publicitários chamam de storytelling: uma narrativa que conecte pessoas às marcas.
É interessante observar as dimensões de memória e identidade como campos poderosos, capazes de alavancar e sustentar processos socioeconômicos, e ir além: são capazes de dar sentido à vida. Seja no interior do país, na Amazônia, nas grandes metrópoles, de modo orgânico e real; seja criando produtos ou marcas culturais, de modo construído e artificial. Não há maniqueísmo nestas práticas. Elas são parte da vida.
O ato de colocar espirito humano na matéria, na busca pelo sentido, pertencimento e significado, confere ao patrimônio cultural uma força estratégica que muitas vezes não é compreendida. E muitas oportunidades são perdidas.
Por que importamos e apreciamos queijos e vinhos europeus, com Denominação de Origem Controlada, um controle de qualidade, mas criamos empecilhos burocráticos a fabulosos produtos nacionais, genuínos e radicais, como o queijo do serro, o pão de queijo, a goiabada, a cachaça?
Por que adoramos as cidades bem conservadas europeias, mas negligenciamos os nossos centros urbanos e seu fabuloso ambiente construído ao acaso? (Raramente realizamos jantares para angariar fundos para recuperar o nosso acervo construído) Por que celebramos visitas ao Flatiron District, ou ao Marais, ou Covent Garden, mas não percebemos a força de marcas urbanas como Lapa, Ipanema, Brique da Redenção, ou Ver-O-Peso, e sua capacidade de atração e vitalidade? Como são geridas áreas estratégicas nas grandes cidades do mundo?
Será que estamos atentos ao “pré-sal” inesgotável que é o patrimônio cultural, rural e urbano, brasileiro? Qual é a força econômica desta jazida?
O designer e artista plástico Aloisio Magalhães, responsável por verdadeiros monumentos gráficos brasileiros, presidente do Iphan de 1979 até 1982, quando faleceu, dizia que a cultura, na dimensão do patrimônio cultural, seria como a borracha do bodoque: quanto mais forte e flexível, para suportar grande tensão para trás, mais longe seriam a trajetória da pedra e seu alcance.
O Rio de Janeiro é a única capital do país que está colocando efetivamente o Centro Histórico como vetor principal de seu desenvolvimento urbano. Um patrimônio que tínhamos, que era a malha de mais de 400 quilômetros de bonde, e que abandonamos, pela sedução do urbanismo modernista, começa a ser resgatado com o VLT agora, por exemplo. Dentro deste Centro existem lugares que são núcleos culturais pulsantes como Lapa, Estácio, Morro da Conceição, Cinelândia etc.; dentro destes lugares existem pessoas, empresas, serviços, produtos, que cuidam e reinventam tradições como Confeitaria Colombo, Cordão da Bola Preta, Chapelaria Porto, Teatro Rival, Circo Crescer e Viver etc. Estes lugares, estas iniciativas, estas tradições e inovações são marcas culturais.
O potencial estratégico do patrimônio cultural como força econômica, no Rio, é vasto, mas é necessário que uma nova narrativa comece a ser estabelecida na cabeça dos cariocas: seus filhos morarão no Porto ou no Centro. Talvez até você. É necessário reocupar esta área. Esta região está sendo preparada para isto. Precisamos romper com a depreciação do nosso passado, com a manutenção de imóveis vazios por anos, décadas, e começar a adotar ferramentas como o IPTU Progressivo, ou utilização compulsória, por exemplo, para dar significado a estes lugares cheios de riquezas, e que podem gerar outras.
O patrimônio puro e intocável é também uma invenção do urbanismo modernista. O patrimônio é dinâmico, faz parte da vida e pode ser também seu sustentáculo. Todos nós vivemos dentro da História, até a Economia.
 
Autor: Washington Fajardo é arquiteto e urbanista

Fonte: http://oglobo.globo.com/opiniao/patrimonio-estrategico-14692066
Proximas postagens: 30/12 e 06/01 Crianças no museu parte 1 e 2

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CONVERSANDO SOBRE ARTE

    Hoje a postagem é minha e vai o assunto vai ser arte, profissao, enfin. Domingo assinti no canal arte1 um documentario produzido ou chamado arte.tv que falava sobre o contemporaneo e achei varias falas interessantes pela que nao consegui acha-lo e varios nomes vao me fugir aqui entao peço desculpas.

       CONVERSANDO SOBRE ARTE
 
  Ele ja começou com uma fala do artista Tunga dizendo que a arte nao tem significado mas quando uma pessoa chega perto de um trabalho e há uma sintonia entre ambos entao os sentidos e as formas surgem e há ali uma comunicaçao, pois teve uma ali para observar e um objeto que a tocava de alguma forma resumindo arte é uma troca de sensaçoes sentimentos entre pessoa e objeto.
  Em seguida vem uma historiadora e diz que a arte é constantemente produtiva, pois sempre existe alguem a realizando, nao há uma sequencia logica para ela é como se fosse uma constelaçao que ao olhar uma pessoa vem e ve uma constelação neste conjunto de estrelas e destas constelações surgem os grupos de estrela, o mesmo ocorre com os periodos artisticos, eles sao nomeados e definidos por grupos de pessoas que a classificam e como neste momento estamos vivendo uma arte contemporanea do nosso tempo ainda nao temos a dimensao e noção para classifica-la pos não houve o tempo para estar atenta a ela. (Sendo assim, tudo que fazemos, a cultura que construimos, o patrimonio artistico e cultural que conhecemos hoje tudo foi agrupado e selecionado e de certa forma algo acabou sendo excluido. Imagina quantos trabalhos foram produzidos e pessoas fizeram coisas interessantes que se perderam ou que nao chegaram a ser vistos com este olhar de classificaçao. Sendo assim, ao meu ver por darmos muito valor a estas classificaçoes e grupos ja reconhecidos que acabamos ignorando os outros objetos artisticos e patrimoniais.  Por isso, muita gente tem medo de interpretar a arte por terem medo de pensar errado e de certa forma acabam se excluido e excluido a possibilidade de gostar de algo por ele nao ter certos valores artisticos, patrimoniais. Ao mesmo tempo nós seres humanos nao podemos de certa forma guardar de tudo consequentemente há essa necessidade de classificaçao mesmo que seja exclusoria pois é impossivel contemplar tudo e todos).    
    Mas mesmo assim se faz necessaria a educação artistica, cultural no Brasil pois como diz Felipe (curador acho que mam do rj) no video apesar da produçao brasileira em relação a pratica ter  crescido muito, não existe tantos brasileiros que falem sobre nossa produçao entao se assim continuar ficaremos "produzindo objetos" para os outros.
P  Este assunto pode parecer meio sem noção pois estamos falando de arte porem ambos (arte e conservação) se conjugam. E dai cai no mesmo problema da falta de teoricos para discutir e falar de arte. Se nao temos quem a valorize como ter profissionais que as conservem para preservar para a posteridade.
  Nao sei se me fiz expressar bem mas o assunto de hoje foi este. Espero que pelo menos um pouquinho dele tenha tocado alguem, ate mais....

Proxima Postagem 23/12 Museus e crianças

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O DESCASO PELA ARTE (parte 2)

  Continuando o texto da semana passada...
 
Há um desinteresse geral pela cultura que ocupa um lugar cada vez menos importante nos discursos do cotidiano. Para ser artista, antes de mais nada, é preciso um tráfego de influências pessoais, acesso à mídia e aos patrocinadores, que fazem da arte um produto incapaz de atribuir um sentido à existência da sociedade. E quem realmente patrocina a arte? – "Os contribuintes pagam aquilo que as empresas recuperam através de isenções fiscais pelas suas doações, e somos nós que verdadeiramente subvencionamos a propaganda." (Hans Haacke). Numa sociedade comandada pela economia, tudo se resume à lei da oferta e da procura.
A arte, burocraticamente falando, é mais uma imagem carente de sentido que divulga um certo prestígio social e econômico, e menos um meio de conhecimento indispensável para o homem contemplar o mundo. Se a obra de arte é expressão de uma sociedade, testemunho de um tempo, de um estágio de conhecimento, renunciar à sua inteligibilidade é renunciar à história.
A política, por sua vez, apropriou-se da cultura e fez dela um verniz para animar ou dar um polimento ao discurso político. A arte perdeu sua inocência, ela agora é objeto do mercado, do Estado e de outras instituições que desconhecem seus mecanismos de produção e sua história. Se os partidos políticos que falam de cultura em seus programas de campanha querem fazer alguma coisa pela cultura, não deveriam fazer coisa alguma, e sim, devolverem aos intelectuais, aos artistas, a quem trabalha diretamente com a cultura, o poder de decisão e o comando do processo cultural. É preciso devolver à arte seu território perdido.
Quem atualmente exerce o poder sobre o destino dos bens culturais, trabalha, direta ou indiretamente para o mercado, ou é burocrata de carreira que pouco entende das linguagens artísticas e suas leituras. Acabam desprezando os seus valores a serviço do senso comum. Muitas instituições que lidam com a arte, sem recursos econômicos e sem um corpo técnico ligado à área, perderam a importância e a autonomia, quando não são agências de eventos irregulares sem um projeto definido. A mídia dominou a cultura e o artista deixou de lado a indagação da linguagem da arte, abandonou a solidão do atelier, para se tornar um personagem público do teatro social. E a proliferação de um produto designado como arte e do discurso estético, sem a arte, pode significar o desaparecimento da própria arte.
Almandrade
(artista plástico, poeta e arquiteto)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O DESCASO PELA ARTE (parte 1)

     O texto foi dividido em duas partes e é bastante critico, pois comenta como a arte e as politicas culturas sao vistas pelos governantes...

 DESCASO PELA ARTE

"Olá pessoal,
compartilhamos um texto escrito
pelo Almandrade.
Agradecemos a gentileza
e desejamos boa leitura a todos!!"


"Na época atual, a fatalidade de toda e qualquer arte é ser contaminada pela inverdade da totalidade dominadora."

Theodor W. Adorno
   A arte como um trabalho intelectual, que amplia a experiência que o homem tem do real e do imaginário, se opõe ao trabalho alienante da sociedade moderna. Por outro lado, no meio de arte convivem compromissos e interesses alheios à própria arte; suas condições de produção se encontram dentro de um campo social e político, sujeito a um conjunto de pressões. O Estado, os patrocinadores e o mercado, visando interesses imediatos, privilegiam, muitas vezes, artistas cujas obras pouco acrescentam ao mundo da inteligência.

No espetáculo montado pela política, tudo se confunde, tudo passa pela ideologia do poder e pela estética do espetáculo, como a educação, a economia, a ecologia e os discursos políticos. Nesse palco, a cultura foi relegada a uma coisa mundana, uma espécie de conhecimento ornamental que serve à mídia e ao jogo social; a arte perdeu sua singularidade e suas qualidades que a colocavam acima das banalidades do cotidiano, deixando de ser o olhar que interroga, que transforma cores, texturas, formas, experiências sensoriais em meio de conhecimento. Nesta relação cultura e poder, insere-se a "crise da arte", onde o poder tem prevalecido diante da pesquisa estética.

Enquanto trabalhos que têm alguma importância pela pesquisa neles investidos, passam despercebidos trabalhos diluidores da informação, reproduções de clichês divulgados pela mídia são celebrados pelos consumidores de decorações e divertimentos culturais. Uma sociedade sem demandas culturais acaba fazendo da arte uma atividade menor. O cotidiano da política e da economia faz o discurso que se infiltra em todos os espaços, expulsando a cultura para a periferia dos interesses da cidadania. Os artistas, que mesmo sem construírem uma obra, tem os seus reconhecimentos garantidos pela indústria da publicidade, se sobrepõem àqueles que têm uma vida dedicada à pesquisa e ao trabalho de edificar uma linguagem, contribuindo para a demolição da ética e do pensamento crítico.

Sem uma consciência crítica e sem uma convicção ética, artistas, críticos, intelectuais, administradores culturais inventados pela mídia e pelo poder político tomam posição e decidem contra a autonomia e a independência do trabalho de arte. Promovem e divulgam os bens culturais em proveito próprio, para se sustentarem de forma privilegiada numa relação de poder. – Nada mais paradoxal, por exemplo, do que essas leis de incentivo a cultura. Por que incentivar a cultura se ela é um componente essencial para o enriquecimento da sociedade? Antes de ser uma questão de lei, a cultura é uma questão de sensibilidade e de cidadania.
(PArte 1)
 
Continua na semana que vem. Para ver o texto todo clique aqui: http://repensandomuseus.blogspot.com.br/2014/11/o-descaso-pela-arte_18.html?spref=fb
 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A CULTURA FAZ MUITO BEM AO DESENVOLVIMENTO

O texto desta semana atrasou um pouquinho mas chegou.

 CULTURA FAZ MUITO BEM AO DESENVOLVIMENTO 

                       http://defender.org.br/wp-content/uploads/2014/11/20141112-CPCE-300x300.jpg


   No dia 5 de novembro foi comemorado o Dia da Cultura Brasileira. Entendendo que a cultura, enquanto conjunto de valores, tradições, patrimônio tangível e intangível, crenças, percepções do mundo e expressões culturais que moldam como vivemos, pode impulsionar o desenvolvimento, podemos colocá-la como a quarta dimensão do desenvolvimento sustentável. Afinal, é tão importante quanto as dimensões econômica, social e ambiental, pois torna a defesa do patrimônio, da diversidade, da criatividade e da transmissão de conhecimentos um elemento integrante do desenvolvimento sustentável.

    No mês de maio de 2013, foi realizado na cidade de Hangzhou, na China, por iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, um congresso internacional da maior relevância para a humanidade e para seu futuro. Sob o tema “A cultura: chave para o desenvolvimento sustentável”, representantes de 81 países e diversas organizações internacionais elaboraram a já histórica Declaração de Hangzhou, exarada daquele evento, um dos mais respeitáveis documentos deste começo de milênio a reconhecer e balizar a influência e importância da cultura para o desenvolvimento sustentável.
Em consonância com a declaração de Hangzhou e segundo o Plano da Secretaria da Economia Criativa (2011 a 2014), as transformações nas formas de produção e consumo nas sociedades modernas têm no conhecimento e na criatividade sua base dinamizadora.

   Por isso, atributos de conhecimento e criatividade constituem fatores de altíssima relevância no desenvolvimento social, econômico e político de um país. O próprio plano de Hangzhou coloca, literalmente: “recomendamos a inclusão na agenda das Nações Unidas para o desenvolvimento pós-2015 de um objetivo específico centrado na cultura, baseado no patrimônio, na diversidade, na criatividade e na transmissão dos conhecimentos, que inclua metas e indicadores claros ligando a cultura a todas as dimensões do desenvolvimento sustentável”.

   No Brasil, várias iniciativas destacam a capacidade de estimular o desenvolvimento das atividades produtivas associadas às culturais. O desenvolvimento econômico da cultura vai beneficiar o reforço das capacidades e o investimento em todos os aspectos de valor das artes, indústrias criativas e patrimônio cultural tangível e intangível, criando, consequentemente, postos de trabalho e gerando receitas.
   
   As atividades econômicas associadas à cultura passam por um processo que vai de sua criação, ou conceitualização, investimento, materialização ou produção, distribuição, para chegar a sua  comercialização, gerando valores em todas estas etapas. A disseminação da importância, a valorização e transmissão da cultura  na pauta das políticas públicas de gestores públicos, no portfólio dos programas apoiados pelas indústrias, por meio de Incentivos Fiscais, nas universidades  por meio de fomento de cursos de empreeendedorismo social (negócios sociais, verdes, inclusivos e criativos), certamente irão melhorar todas as zonas urbanas e permitir cooperação inovadora e sustentável. Há muita riqueza ainda não aproveitada nos talentos da terra brasilis. 

Artigo escrito por Rosane Fontoura, coordenadora executiva do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), e Wanda Camargo, representante das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil) no Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

Fonte deste site: http://defender.org.br/artigos/a-cultura-faz-muito-bem-ao-desenvolvimento/

Proxima postagem: O DESCASO PELA ARTE por Almandrade (parte1)

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O PATRIMONIO CULTURAL E A CULINARIA LOCAL

  No final do texto citarei outros exemplos de patrimônio imarerial

O Patrimônio Cultural e a Culinária Local, por Blog História Hoje

Divulgação/Internet/Blog História Hoje
                
                                Divulgação/Internet/Blog História Hoje

    Normalmente, quando falamos de preservação patrimonial usamos como exemplos monumentos tombados ou em ameaçados. Destacamos o fato de que a memória está presente no patrimônio material e esquecemos de uma outra coisa fundamental, que talvez seja até mais fácil de ser preservada, mas que igualmente corre o risco de desaparecer: o patrimônio imaterial.

    Patrimônio imaterial “refere-se aos produtos das inteirações humanas que não podem ser tocados, ou seja, aqueles que são intangíveis. Diferentemente da cultura material, que possui uma face concreta, a cultura imaterial em geral não pode ser guardada na íntegra e não pode ser restaurada.” (FIGUEIRA, MIRANDA, 2012: 129).

    Ele é ainda mais rico, mais diversificado, presente nas festas, nas celebrações, nos saberes que fazem parte de nossa formação cultural. Tal como a preservação do patrimônio material, o patrimônio imaterial tem funções culturais, sociais e até históricas. Ele pode ser a marca de uma comunidade, ser um aspecto um aspecto importante da sua identidade coletiva.

    Pensando em termos gerais, como podemos despertar o interesse por esse patrimônio? Acredito que podemos fazer isso usando elementos da cultura imaterial local, coisas simples, mas carregadas de significado, como a culinária, por exemplo. Pois é a culinária local também é patrimônio cultural, ela guarda em sua forma de preparo o “fazer” de um povo, aquilo que o move, representando hábitos e costumes de uma comunidade.
    
  A importância da gastronomia como patrimônio cultural, no turismo baiano. TURyDES, Vol 1, Nº 2 (marzo / março 2008). Disponível em http://www.eumed.net/rev/turydes/02/sbb.htm, acesso em 28de “Através da alimentação, é possível visualizar e sentir tradições que não são ditas. A alimentação é também memória, opera muito fortemente no imaginário de cada pessoa, e está associada aos sentidos: odor, a visão, o sabor e até a audição. Destaca as diferenças, as semelhanças, as crenças e a classe social a que se pertence, por carregar as marcas da cultura.” (BARROCO, 2008).

    Um exemplo de patrimônio imaterial reconhecido é o nosso “queijo minas”, considerado o maior produto da gastronomia Mineira. No ano de 2002, o queijo de minas do serro foi reconhecido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (IEPHA), como “Patrimônio Imaterial”. Mais tarde o Instituto Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), o classificou como “Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro”.  É parte de uma riqueza do estado, que com o tempo se tornou um produto consumido nacionalmente.
   
    Pense, professor, nas possibilidade que estudar o patrimônio imaterial pode trazer para as aulas e para a prática social dos seus alunos. Você pode trabalhar músicas, celebrações, festas tradicionais, jogos, brincadeiras, práticas religiosas. Pode até usar a gastronomia como objeto de estudo. Sobre essa última, temos algumas sugestões para um projeto que pode ser aplicado em todos os níveis do ensino.

    A proposta é bem simples. Vamos explorar os costumes da nossa localidade e transformá-los em um trabalho de educação patrimonial e preservação.  Na escola, procure saber de seus alunos se existe uma receita de família, uma comidinha que sua mãe aprendeu com sua avó, que por sua vez aprendeu com a mãe dela. Cada receita acompanhada de uma pequena entrevista, quem sabe uma foto.

   E que tal encerrar este trabalho com uma refeição típica, com as receitas colhidas pelos alunos e/ou discutidas em sala de aula? Imagine a riqueza do material final.  Mas não imagine apenas. Faça e divulgue os resultados.
  
    A experiência na sua escola pode fazer diferença e sensibilizar os órgão responsáveis pelo patrimônio cultural da sua cidade. O patrimônio imaterial corre tanto risco de desaparecer quanto o patrimônio material, mas sua preservação pode ser igualmente estimulada pela escola, com atividades simples mas significativas.

   Fontes utilizadas
BARROCO, Lize Maria Soares , BARROCO, Helio Estrela .
ago. de 2014.
FIGUEIRA, Cristina Reis, MIRANDA, Lílian Lisboa. Educação patrimonial no ensino de História nos anos finais do Ensino Fundamental: conceitos e práticas. – São Paulo: Edições SM, 2012.
Fonte: História Hoje

Minhas Considerações:

Antes, tinha muita dificuldade de entender o que era patrimônio imaterial porque sempre havia um registro material porem mais tarde descobri que o registro é parte dele e não conseguimos registrar todas as emoções que estes objetos rituais despertam. Exemplo de outros patrimônios e em seguida explicarei porque. Missas, shows, culinária, feiras livres. danças. Mas como são imateriais se podemos ver uma dança ou visitar uma missa. Eles são imateriais porque somente existem enquanto você estiver presente vivendo o momento. Pois as receitas, você pode pegar varias iguais escritas bonitinhas porem mesmo seguindo os passos pode ser que alguem erre alguma etapa ou aprimore e o resultado sai diferente. Um show, missa, ritual: você pode tirar a foto ou gravar porem o registro não consegue captar tudo que você presenciou e sentiu e olhando terá apenas a lembrança do momento e sua visão.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

MAS O QUE É CULTURA?


   O texto de hoje fala qual é a noção de o brasileiro tem de cultura, e foi constatado que nem tudo que leva ao conhecimento ou que seja "diversão" seja reconhecido como tal levando a um pensamento de que cultura é algo para poucos.

Mas o que é cultura?


    Nos principais debates dos candidatos à presidência da República neste atual período eleitoral no Brasil, uma palavra esteve ausente: cultura. Quem trabalha na área e está nas redes sociais acompanhou uma enxurrada de manifestações sobre a falta de propostas para o desenvolvimento do setor no país. Reclamavam, sobretudo, da desconsideração sobre os potenciais econômico e social da cultura.
 
“Entender o que cultura é na visão do brasileiro nos denota qual a construção hegemônica à qual estamos socialmente sujeitos”, afirma a pesquisadora e especialista em bens culturais Gisele Jordão. Junto com Renata Allucci, ela foi responsável pela pesquisa Panorama Setorial da Cultura Brasileira – desenvolvida pela 3D3 em parceria com a MC15, realizada pelo Ministério da Cultura e Vale, por meio da Lei Rouanet -, cuja segunda edição, lançada em setembro, estudou os hábitos de consumo da população do país.

Um dos aspectos abordados no levantamento é qual o conceito de cultura que o brasileiro tem. E talvez o resultado ajude a entender por que o assunto não apareceu na urna com os temas das perguntas para os candidatos.

A cultura, lembra Gisele, é um signo com amplo aspecto conotativo, que adquire diferentes significados de acordo com os distintos contextos em que é observado. Duas utilizações são mais corriqueiras na contemporaneidade: a que estabelece o termo como processo de acumulação cultural, e a que o trata como sinônimo de atividades artísticas. A primeira diz respeito à cultura de um determinado grupo como referência de estado desenvolvido de conhecimento.

“Conceitualmente, cultura abarca as noções de conhecimento e informação, simultaneamente. Contudo, quando se verifica quais as dimensões percebidas pelo brasileiro, entende-se que não há associação dessas dimensões com a noção de cultura”, conta Gisele. Muitos dos discursos encontrados na pesquisa – na declaração de produtores, de artistas, de críticas, de veículos de imprensa – remontam à ideia de cultura como algo elitizado. “Isso vem reforçando uma ideia bastante antiga, promovida desde o século XVIII pelo movimento academicista das artes, de que cultura é um estado mental elevado, desenvolvido, para poucos.”

A percepção de que cultura não é algo para todos, ainda presente não só entre consumidores mas também entre agentes, viabilizadores e difusores, acaba constituindo-se como obstáculo para o consumo cultural. “Em geral, as associações realizadas pelos respondentes nos levam a compreender que o brasileiro associa à ideia de cultura todas as práticas que ele não realiza. Cultura é, para o brasileiro, diferente de informação e diferente de diversão.”

É por isso, diz a pesquisadora, que atividades como ouvir música, ir ao cinema e a circo, ler livros, ir a livrarias ou loja de CD, por exemplo, não são vistas como “culturais” pelos entrevistados. “Se há a prática, se está próxima, não pode ser cultura, porque ‘isso é para poucos’. Essa percepção, trabalhada historicamente e reforçada por diversos discursos que verificamos, incrustam na ideia do brasileiro a cultura como algo distante.”

Na prática - A pesquisa solicitou aos entrevistados que fizessem livres associações entre as práticas e as ideias de diversão, informação e cultura. Gisele explica que foi absorvida a noção de cultura de forma não totalizante, em que se pode pensar no plural e no singular simultaneamente: a cultura e as culturas. “Neste sentido, a cultura deixa de ser fim e passa a ser recurso político e econômico.”

Desde essa perspectiva, foi localizado o conceito de práticas culturais – todas as atividades de produção e recepção cultural: escrever, compor, pintar, dançar, frequentar teatro, cinema, concertos etc – sem hierarquizar ou classificar, verificando-as como atividades mediadoras e, assim, com potencial dialógico e comunicacional, favorecendo a interação do indivíduo com a sociedade.

As atividades citadas como as mais realizadas fora de casa – ir ao cinema, ir ao restaurante como lazer, passeios em parques/ao ar livre, viajar pelo Brasil, ir a shows de música popular e ir a festas regionais/típicas/quermesses – foram associadas à diversão.

Entre as atividades que o brasileiro mais gosta, três (ouvir música, ir ao cinema e ir a shows de música popular) são relacionadas apenas à diversão; duas (assistir à TV e ouvir rádio) à informação e à diversão; e uma (acessar a internet) apenas à informação. A única atividade associada à cultura de alguma forma – e neste caso em associação conjunta com informação – foi a prática religiosa, a primeira atividade citada como a mais realizada fora de casa no último ano.

Com exceção da religião, todas as outras atividades relacionadas de alguma forma com a ideia de cultura – exposição fotográfica, visita a museus, galerias e cidades históricas, ópera, teatro, espetáculo de dança, atividades em centros culturais – foram as menos realizadas no último ano e as que os entrevistados disseram gostar menos.

O problema, acredita Gisele, não está no que se chama ou não de “cultura”, mas sim no desencontro do que cada ator valida por cultura e, desta forma, o que pode ou não ser legitimado como cultural. “Entender as crenças coletivas sobre cultura favorece a avaliação de políticas e caminhos escolhidos.”

*Na introdução do Panorama Setorial da Cultura Brasileira, Gisele Jordão escreve sobre o conceito de cultura a partir de estudos acadêmicos. A pesquisa pode ser acessada na íntegra no site www.panoramadacultura.com.br.

Fonte: Site Cultura e Mercado    http://www.culturaemercado.com.br/panoramadacultura/mas-o-que-e-cultura/

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O QUE DEFINE UM CRIATIVO?

 A Criatividade esta em todas parte e em todas as profissoes e subentende-se que nas artes é onde ela mais se concentra então foi decidido colocar aqui o texto
 

  O QUE DEFINE UM CRIATIVO?

   O texto disposto a seguir foi gerado a partir de uma discussão entre membros do grupo de discussão, no Facebook, do programa Trilha 2E1. O debate foi iniciado quando a tutora Carolina Paz apresentou a seguinte questão: “escolha uma característica que você acreditar ser fundamental em todo criativo? O que todos têm em comum e que faz a diferença? Por que?”.
Como em qualquer discussão focando conceitos, semântica e noções abstratas do conhecimento humano, os assuntos em pauta tendem a dividir opiniões, criar novos ângulos de entendimento e, comumente, gerar novos questionamentos. Essas características são naturais do exercício filosófico necessário para o debate de tais temas. Dito isso, é importante ressaltar que a estruturação da síntese aqui apresentada é resultado direto da coletânea e harmonização de múltiplas vozes de uma discussão, agora organizadas com o objetivo de responder apenas uma indagação:

Existe uma característica única e fundamental em todo criativo?

“Risco”,a capacidade de estabeler relações”, “uma capacidade de antecipação. Uma visualização do que vai ser feito que é diferente do projeto porque não é objetiva. Uma antevisão e clarividência somadas”, “capacidade de estar sintonizado em multifrequência, num estado de aparente impermanência”, “a experimentação”, “curiosidade”… Faça essa pergunta à dez criativos e certamente você receberá onze respostas diferentes.
Não é exatamente um método de pesquisa mais imparcial, mas então para quem poderíamos recorrer para nos dar uma resposta comum ou definitiva? Quem é criativo? Quem não é criativo? Há diferença entre ter novas ideias e criar novas ideias? Inevitavelmente o debate  principal teria de recorrer a um consenso sobre o que faz um criativo ser criativo.
Wagner Priante, membro do Trilha 2E1, aponta o cerne da divergência de opiniões:
“Realmente difícil indicar uma característica, algo que perpasse todos os criativos e seja o que o defina como tal. A tautologia nos levaria à ideia de que todo criativo é aquele que ‘tem criatividade’. A questão então se desloca para o que é ser criativo, o que faz a diferença nas ações que tornam alguém, o mais consensualmente possível, criativo.”
   Então se o criativo é aquele que tem criatividade, precisamos saber o que afinal é criatividade. Felizmente essa resposta possui um consenso mais definido entre os dicionários e senso comum: criatividade é a habilidade de produzir algo através da imaginação ou ideias originais, seja uma nova solução para um problema, um novo método, ou uma nova forma ou objeto artístico.

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    O termo geralmente se refere a uma riqueza de ideias e originalidade de pensamento, mas também nos sugere a resposta da questão principal. Magda Sheeny, membro do Trilha 2E1 parece matar a charada:
“O que faz a diferença em uma pessoa, para poder chama-la de criativa, penso que seria a palavra ‘AÇÃO’. O que responderia, também, a outra questão proposta: Há diferença entre ter novas idéias e criar novas idéias? Mas uma vez,respondo: ‘AÇÃO’. (…) para experimentar, há de se ter ‘AÇÃO’.
Eny Aliperte Ferreira, através de uma curiosa pesquisa etimológica, chega à mesma conclusão em uma notável síntese:
“(…) do século XIX até o início do século XX, postulada por certos gramáticos, a distinção entre criar, ‘alimentar, educar, fazer crescer (pessoas, animais, plantas)’, e crear, ‘gerar do nada (como faz Deus) ou inventar do nada (como fazem artistas)’, distinção cedo denunciada como arbitrária (sobretudo porque a conjugação do alegado crear passava a ser mais arbitrária ainda) (…) parece então que o termo caiu em desuso, mas pensei na palavra creação, que contem o crer e ação. (…)
   Carolina Paz também concorda: “Criar é verbo que se conjuga na prática.” Para a tutora, um criativo é antes de tudo pró-ativo (e não reativo). Em sua ação, o produto da criação é resultante do processo e não do resultado de uma demanda externa anterior ou de consequências posteriores. O criativo é aquele que tem criatividade. É quem age concretamente na criação.
Essa parece ser a resposta mais pragmática entre outras possíveis inúmeras reflexões. Ironicamente o pragmatismo e sua distância de qualquer pensamento lúdico entra frequentemente em choque com vários criativos que exercem sua produção motivados por ideais ou ideias românticas (principalmente no mundo das artes). O escritor Oscar Wilde, por exemplo, dizia que a base da ação é falta de imaginação e que é o último recurso daqueles que não sabem sonhar, mas ao mesmo tempo ele escreveu, publicou e é reconhecido por suas ações e trabalhos realizados.


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Sonhos e imaginação são um combustível para criação e não a criação em si. A criação também não requer inteligência, conhecimento, sabedoria, total originalidade, autocrítica ou até capacidade. É definida pelo ato da ação e realização. Ser capaz de fazer não é o mesmo do que fazer.
“Não pense. O pensar é o inimigo da criatividade. É autoconsciente, e qualquer coisa autoconsciente é horrível. Você não pode tentar fazer coisas. Você simplesmente tem de fazer coisas”.Ray Bradbury, escritor (1920-2012)

O criativo

A criação e a criatividade é associada frequentemente às artes pelo uso constante do processo pelos que constituem a atividade e/ou profissão, no entanto a criatividade é presente em toda a história humana independente de posições sociais ou profissionais. A denominação “criativo”, como substantivo para designar ofício ou atividade, é utilizada normalmente considerando fatores como: frequência, grau de importância e/ou originalidade do indivíduo em realizar criações. Paralelos podem ser traçados com diversas outras atividades. Exemplo: Um sujeito pode ter a capacidade de cozinhar seu próprio jantar, de criar um prato novo com os recursos que possui e/ou conhecimentos prévios e finalmente cozinhar seu jantar. Ele criou e cozinhou, mas não necessariamente é considerado por convenção social um cozinheiro ou criativo. Somente a ação e a repetição constante de ações com variações alimentadas pela imaginação, referências externas e retroalimentadas pelo próprio trabalho podem constituir a denominação de “criativo”.  Sem ação não há a prática e sem a prática não há criação.
“Nada acontece até algo se mover.” – Albert Einstein, físico teórico e filósofo científico (1879-1955)

FOnte http://doiseum.com/trilha/o-que-define-um-criativo/#more-3190

terça-feira, 16 de setembro de 2014

(parte 2) PATRIMONIO ARQUITETÔNICO: preservar não é apenas tombar

Continuaçao do texto da semana anterior

  Considero que todas as ações devem tomar em conta seu entorno, seu contexto de formação, a população que vive e circula e suas relações geográficas, históricas e culturais. Tudo o que escapa a isso parece-me sem sentido e despossuído de valor e com poucas chances de perdurar. Quando essas relações são tomadas em conta as possibilidades de configurar-se como legado benéfico são grandes.

  
  Como historiadora, vejo muito mais o valor que os espaços propiciavam enquanto sociabilidades e trocas (sejam elas de quaisquer natureza: culturais, políticas, comerciais, entre outras) e os espaços arquitetônicos como a materialização de fazeres e viveres. Se pensarmos será essa urbanidade vivida e pulsada em cada rua, em cada edificação, que trará valor para além dos aspectos imobiliários. Uma lembrança para este caso é o que ocorreu em São Paulo com o Bexiga e mesmo à Nova Luz. são importantes fontes de mensuração disso.


    Quando pensamos uma das variáveis para valor entramos de novo na forma, uso e ocupação dos espaços através do tempo. As movimentações de fronteira entre os espaços e a “necessidade imobiliária” de empurrar à margem o que não tem valor monetário é outro dos problemas, em especial quando o patrimônio arquitetônico, está tendo outro valor de uso, ocupação e transito social (caso específico do comércio da Santa Ifigênia e da área de venda e consumo de craque). A decadência social em geral acompanha a dos espaços arquitetônicos e em geral de outras praças e ajuntamentos.


    De fato, projetos chamados de preservação, mas que engessam e de certa forma descaracterizam e museificam espaços não fazem sentido à preservação como um todo e a cidade especificamente.  

    Exatamente por ela conter fortes elementos vivos e de interatividade.


   São muitos os critérios e variáveis essenciais para estudos de viabilidade neste sentido, que devem ser feitos de forma prévia e nunca imediatista. Infelizmente, vemos que isso ocorre a conta-gotas.


Referências:
Algumas Reflexões sobre Preservação de Acervos em Arquivos e Bibliotecas, [link] A Construção do Conceito de Patrimônio Histórico: Reconstrução e Cartas Patrimoniais, [link]

Fonte do site: http://pensadosatinta.blogspot.com.br

Fonte onde foi pega a resportagem http://defender.org.br/artigos/patrimonio-arquitetonico-preservar-nao-e-apenas-tombar-por-eliana-rezende/

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

(parte 1) PATRIMONIO ARQUITETÔNICO: preservar não é apenas tombar

Patrimônio Arquitetônico: preservar não é apenas tombar!

 Por Eliana Rezende

O que seria uma ação de preservação adequada?


    Seria a preservação uma forma de recriar de forma artificial o espaço urbano, excluindo e levando para longe aquilo que é considerado inadequado ou indesejável?

    
    A discussão pode ser longa e enveredar por muitos caminhos.

    
    Em geral, tem-se a falsa noção de que uma ação de preservação ou tombamento é tornar tudo limpo e arrumado, afastar da paisagem tudo o que seria considerado marginal e social ou culturalmente inadequado.

    
    Em verdade, as coisas não são bem assim. Talvez o caminho seja esclarecermos algumas noções fundamentais. Escolho para tanto falar sobre os conceitos de Preservação, Conservação, Restauração e Tombamento. Tais conceitos podem ser utilizados por diferentes áreas, e portanto, opto por estabelecer noções que sejam mais abrangentes.


 
    Definindo e conceituando Preservação e Conservação por Eliana Rezende

A noção de preservar tem que ver com uma atitude de prevenção, é algo que se estende a modos que implicam uma conscientização que pode ser de um grupo, uma pessoa ou uma instituição.


  O tombamento é uma medida, um ato legal, no sentido de fazer com que a preservação se dê. Em geral é a primeira de uma série de ações. Nesse sentido, e com esta perspectiva, a Preservação é algo muito mais abrangente, e é bom que se diga, que nada tem a ver com uma museificação do lugar. Ao contrário, boas ações de preservação inserem a população local e dão um sentido de apropriação e uso do espaço.


O objetivo da Preservação longe de transformar-se em um empecilho é, antes de tudo, garantir às gerações futuras um passado, que é composto multifacetadamente, por aspectos que tomam toda a sua cultura de modo que seja um Patrimônio.


Gosto de uma definição do Gilberto Gil (poeta que sabe usar as palavras como ninguém): “pensar em patrimônio agora, é pensar com transcendência, além das paredes, além dos quintais, além das fronteiras. É incluir as gentes, os costumes, os sabores, os saberes. Não mais somente as edificações históricas, os sítios de pedra e cal. Patrimônio também é o suor, o sonho, o som, a dança, o jeito, a ginga, a energia vital e todas as formas de espiritualidade da nossa gente. O intangível, o imaterial.”


Falando sobre isso, assista ao vídeo de Carlos Fernando Delphim, do IPHAN, falando sobre Patrimônio Natural e suas diferenças e semelhanças com o Patrimônio Cultural:

    A relação de comunidade e o uso de seus espaços e suas histórias auxiliam nesse trabalho de preservação da cultura local, regional e nacional, e dá um sentido de uso para patrimônios materiais e imateriais.


Felizmente, vejo ventos de mudança e, com uma concepção que se alia à sustentabilidade, muitos projetos dão vida nova à antigas funções.


O que é preciso que se diga é que são muito mais iniciativas de consciência de um grupo do que de valores monetários. Óbvio que precisamos dos dois! Mas as boas ideias e iniciativa nesse sentido precedem toda e qualquer forma de valor monetário.


A concepção mais recente de preservação é interessante exatamente por tomar em conta contextos e tessitura de vida dos espaços nas vidas sociais de cada comunidade. Se tomada em sua verdadeira acepção todos tem muito a ganhar. Acho uma área rica e interessante exatamente pelos olhares multidisciplinares que são necessários.


Em relação à políticas de preservação e tombamento, há de fato muitos interesses e desinteresses.


De um lado, por responsabilidade do estado, há uma imposição que deixa o proprietário sem recursos financeiros e numa situação difícil, com imóvel sem cuidado e muitas vezes impossibilitado de ser ocupado quer comercialmente, quer residencialmente. É um ônus sem qualquer bônus ou incentivo.


    De outro lado, há a total desinformação por parte de proprietários e até de comunidades inteiras em relação ao patrimônio cultural e material que muitas dessas edificações possuem. É um problema de educação cultural e até de empreendimento. Se orientados, vários projetos assim podem reverter para proprietários e em muitos casos para comunidades inteiras.


    O caminho, considero longo, mas não impossível de ser seguido.


   Cada vez mais nossas cidades estarão envelhecendo e se não entendermos que o novo e o velho podem conviver sem um suplantar o outro não teremos futuro e nem passado!


     De concreto, e sei que é algo que nenhum de nós quer ou precisa: é de uma cidade museificada.


    Por outro lado, aspectos que têm a ver com o DNA da cidade precisam, e devem, ser mantidos para que sua identidade se mantenha. Talvez esse seja o grande desafio e em nome do que áreas interdisciplinares devam colocar a sua criatividade e inventividade.


   Um pressuposto que era próprio do século XIX, e do qual Paris foi a cobaia, foram as políticas de Houssman, onde acreditava-se que de tão ruim tudo deveria vir abaixo! Munidos de pólvoras e homens com suas ferramentas, a cidade ruiu. Em seu rastro várias outras cidades seguiram o mesmo caminho dentre os quais estão Buenos Aires, Rio de Janeiro do Prefeito Pereira Passos e Nova York.


                                         Bota abaixo de Pereira Passos no RJ
Bota abaixo de Pereira Passos no RJ


    Continua na terça

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