Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 28 de maio de 2013

MUSEU, NOVO ESPAÇO DE CONSUMO

Ola leitores do blog, 
O texto para esta semana foi pego no blog repensando museus e fala sobre a relação do museu com seu entorno e com o publico, espero que gostem e autores e ate mesmo visitantes desculpem se eu escrevo algo severo nos textos postados. Todos os textos que estao aqui é porque de alguma forma sao importantes e nao estao aqui apenas para preencher lacunas de um dia sem postagem.  Obrigada pelas visitas e continuem contribuindo de alguma forma mesmo que seja somente lendo : )

MUSEU, NOVO ESPAÇO DE CONSUMO

O Almandrade mandou isso pro Face e eu perguntei se podia colocar como post - autorizado!  (Comentario da autora do blog repensando museus)



Os museus como diria Walter Benjamim “espaços que suscitam sonhos” e as atividades museológicas, nos últimos anos, passaram por transformações conceituais, ganharam importância e complexidade, entraram no século XXI como a instituição cultural, por excelência, da cidade contemporânea. Nos grandes centros urbanos do mundo, aquele lugar ocupado pela igreja, desejado pelo teatro há algum tempo atrás, é hoje disputado pelo museu. Criou-se uma cultura de consumo do museu, paralelo ao retorno de um desejo reprimido de ocupar o antigo centro da cidade, abandonado pela sua incompatibilidade com determinado modelo de publicidade de consumo do espaço urbano. 

O consumo e sua publicidade são veículos de intermediação e convivência social do mundo moderno com base no sistema de trocas da economia. Os novos museus fazem uma publicidade positiva da visibilidade cultural das cidades. São centros culturais onde o visitante encontra pequenos bens de consumo, livraria, loja de suvenir, café, bar, área de lazer, uma diversidade de atividades que ativam e satisfazem o desejo do consumidor familiarizado com o paraíso dos shoppings. 

A criação de espaços museológicos, como instituições que respondem à necessidade de exibir a produção simbólica que representa o desenvolvimento econômico e comercial, acompanha os movimentos de expansão urbana e de concentração do capital. Paris no século XIX foi a capital da arte, o berço dourado das vanguardas artísticas que encantaram a modernidade. Após a segunda guerra mundial, Nova Yorque e o investimento americano em instituições museológicas, mais acessíveis à guarda da memória, estimuladora de novidades e formação de coleções, entre outras iniciativas, assumiu a liderança de centro mundial da arte contemporânea.

Em vários aspectos, os museus vêm contribuindo para a revitalização do centro da cidade e o desenvolvimento da sociedade, como um espaço de inclusão social e estimulador do exercício da cidadania. Em centros urbanos mais desenvolvidos as visitas aos museus são atividades rotineiras que fazem parte de uma política de educação e entretenimento, presente até nos roteiros de viagens das companhias de turismo. Em países do primeiro mundo houve, recentemente, um crescimento, ou melhor, um surto de criação de museus como um bem cultural integrado na vida da cidade capaz de contribuir com a melhoria da imagem e do uso da área onde está inserido. 

Na paisagem urbana, os museus se destacam como instituições facilitadoras do desenvolvimento cultural e educacional, um espaço privilegiado de produção e reprodução de conhecimento a serviço do pensamento crítico da sociedade e sua história. Sua localização na malha urbana é fundamental para permitir a liberdade de acesso do público consumidor de arte, cultura e lazer. 

Pelo menos em teoria, os objetivos dos museus contemplam educação, entretenimento, informação e inclusão social. Os objetos expostos num museu permitem ao público apreender e vivenciar experiências não somente intelectuais como também emocionais. Alocados em prédios apropriados para as funções que exercem, a arquitetura e as novas tecnologias disponíveis evoluíram nos últimos trinta anos. Para cada tipologia de acervo, equipamentos e projetos específicos de mobiliário, climatização e iluminação determinam a situação física e ambiental desses empreendimentos museográficos. Condições técnicas que satisfazem às demandas de guarda e exibição de objetos que integram um acervo foram desenvolvidas, pressionados pela nova ciência museológica.

Decorrentes de todas essas transformações do conceito de museu e consequentemente sua visibilidade, suas atividades culturais exercem importante papel na economia e na credibilidade da imagem de uma cidade. Muito mais do que um lugar de acondicionamento e exposição de coisas e objetos de valor histórico, artístico, cultural, religioso e também comercial, é função dessa instituição divulgar ou democratizar conhecimentos à sociedade. 

Além da importância no sistema cultural, os museus estão inseridos com sua arquitetura imponente na paisagem da cidade e passou a ser um referencial do entorno. No Brasil, se destacam dois exemplos internacionais da arquitetura moderna de museus, o edifício do Museu de Arte de São Paulo, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e edifício do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, projeto do arquiteto Afonso Eduardo Reidy. Além de marcos da arquitetura moderna brasileira, projetados na década de 1950, eles interagem com o entorno e a comunidade. A relação com o espaço em que está inserido seu significado simbólico para a população são questões que ultrapassam o discurso arquitetônico e mostram a dimensão pública da arquitetura de museus na contemporaneidade.

Na Bahia, praticamente não se investiu na edificação de museus, estes estão alocados em edificações adaptadas. Um desafio cada vez mais difícil de enfrentar, com as recentes exigências da museologia, o de conciliar a arquitetura histórica com a intervenção interna, mesclar a preservação do antigo com as exigências contemporâneas indispensáveis à instalação de um museu. E sem uma política pública que provoque demandas sociais efetivas de mais acesso aos bens culturais, os museus baianos, mesmo os que dispõem de instalações razoáveis, padecem da falta de interesse do público e os recursos indispensáveis para sua manutenção dependem de tráfego de influências e favores. Aliás, esse é um problema que faz parte do cotidiano dos grandes museus brasileiros. 

Almandrade 
(artista plástico, poeta e arquiteto)


terça-feira, 21 de maio de 2013

ARQUITETURA, CULTURA E PATRIMONIO

  A postagem de hoje tem muito a ver com o que eu pensava antes de fazer o curso tecnico de restauração: Arquitetura mesmo sendo qualquer construção humana, ela ainda esta assim como antes para mim era ligada ao objeto casa e por isso me passava desapercebida. Porem apos mudar para uma cidade historica na qual as "construções" se diferenciavam do que eu conhecia e volta e meia tinha que fazer tour pela cidade para fazer visita tecnica meu olhar foi sendo educado. Ou seja, precisou que alguem indiretamente me chamasse atenção para um objeto que eu estava acostumada a ver e olha-lo com outros olhos, dar um sentido aquilo e é isso que precisamos fazer com os fazers tanto humanos quanto naturais

Arquitetura, cultura e patrimônio


Por Romeu Duarte*

“No nosso ambiente profissional, a arquitetura ainda está longe de ser considerada em sua fundamental faceta cultural”.

De que maneira e em que medida a arquitetura faz parte da cultura de Fortaleza e do Ceará? Teria a arte de construir uma presença tão forte e intensa entre nós tal como outras manifestações culturais reconhecidamente relevantes como a música e as artes visuais, por exemplo? É algo que somente interessa aos arquitetos e a alguns poucos iniciados ou que mergulha fundo, embora silencioso, na alma popular? Ou a arquitetura só é percebida em seu potencial de uso ou valor imobiliário? Estas são indagações que brotam automaticamente quando se tenta identificar, no âmago de uma cultura como a nossa, que resta ainda desconhecida, a arquitetura como patrimônio tangível e intangível de um povo.

No nosso ambiente profissional, nos escritórios, na academia ou nas instituições de arquitetos, a arquitetura ainda está longe de ser considerada em sua fundamental faceta cultural. A quase inexistência de debates, exposições, publicações e premiações condena o nosso acervo, conformado pelas obras do passado e pela produção contemporânea, a um injusto e incômodo ostracismo, tornando-o desconhecido tanto para o público erudito quanto para o leigo.

Essa carência de reflexão e prestígio faz com que naturalmente vicejem preconceitos de toda sorte, geradores de comentários que revelam a arquitetura presa a um pantanoso meio onde imperam gostos e idiossincrasias. Muita construção, pouca arquitetura ou escassas informações e discussões disponíveis?

Nas camadas populares reina uma mitologia própria deste lugar, fértil produtor de mitos, que pouco ou nada tem a ver com a real essência do objeto ou lhe acrescenta algo de útil. O maior edifício de alvenaria do mundo, o túnel assombrado entre o sobrado e o teatro na Ribeira dos Icós e o palácio das carabinas apontadas para o povo são algumas dessas narrativas, que apenas fantasiam as edificações a que se referem. É bem verdade que nos últimos tempos tem havido uma preocupação coletiva com a proteção de alguns imóveis como bens patrimoniais, momento em que um edifício transcende a sua condição utilitária para ser compreendido como monumento histórico; entretanto, isso se dá em um hábitat onde essa prática ainda não pode ser chamada de tradicional ou corriqueira.

Oxalá, dentre outros esforços, a realização frequente de eventos tais como o Fórum Jovens Arquitetos Latino-americanos e o XX Congresso Brasileiro de Arquitetos/IAB-CAU, previsto para 2014 em Fortaleza, possa aproximar cada vez mais, nesta taba de Alencar, os substantivos que intitulam este texto.

*Arquiteto e professor da UFC

segunda-feira, 13 de maio de 2013

AS ORIGENS DO MUSEU

 O texto de hoje foi colocado aqui porque fala sobre a origem do museu de uma maneira diferente: usando a mitologia. Porem ao mesmo tempo que texto tem suas partes interessantes ha tambem a sua parte que da voltas para falar do assunto ao inves de simplificar ele complica para chegar no que se quer dizer e o leitor acaba perdendo onde ele esta. Por ter trechos nao relacionados a arte e/ou repetitivos algumas foram partes foram cortadas mas quem tiver o interesse sinta-se a vontade de le-lo que vale a pena.

 As Origens do Museu 


Elton Luiz Leite de Souza

Quem se aproxima da origem se renova.Manoel de Barros

          Há um poema de Manoel de Barros no qual ele diz ter visto, quando criança, dois homens "escovando osso" ( o nome do poema é exatamente "Escova" [1]). Isso o afetou singularmente. Tempos depois, ele soube o nome do que aqueles homens estavam fazendo: eles faziam "arqueologia", eles eram "arqueólogos".Desse aprendizado ele inventou outro, pois o poeta diz que aprendeu a fazer algo semelhante , só que com as palavras. Ele aprendeu a "escovar" as palavras.
          Os arqueólogos escovam o osso , algo aparentemente inerte e morto, para nele fazer viver a "arqué". "Arque-ologia" procede de "arqué". "Arquivo" também procede. "Arqué" tem por sentido "princípio", "causa" ,"fonte", "origem" ou "começo".Só arquivamos( em armários, gavetas , museus ou em nossa própria memória) aquilo que julgamos ter alguma relação com nossa existência, seja como causa , fonte ou origem.Em nossa memória não está apenas o passado, está também o que dá sentido ao presente.Em A Arqueologia do Saber, Foucault mostra que o saber é prática de construção de "arquivos" que co-existem sem se sucederem em progressão.No exemplo de Manoel de Barros, os arqueólogos descobriam que havia, naquele osso, algo arquivado: arquivado não como um papel em uma gaveta, já que , nesse caso, o que está arquivado é o próprio osso como arquivo, como signo, como sentido. O tempo estava arquivado nele, e ele, o osso, estava arquivado no tempo. E este tempo não é o passado no qual aquele osso foi esqueleto, já que se trata também do tempo no qual ele é descoberto como arquivo.Um osso não é apenas um osso, quando nele descobrimos um arquivo.Outrora ele fazia parte de um esqueleto escondido sob pele e músculo.Hoje, como arquivo, percebe-se que ele faz parte do universo inteiro, e sobre este ensina.O osso vira um documento: docere, aquilo que ensina.
          O poeta escova a palavra, e a faz nos ensinar coisas que a mera informação utilitária não ensina. O poeta escova a palavra para nela fazer nascer sua alma: o sentido. Escovada, tornada arquivo, ela não designa apenas o referente que o uso consagra, pois ela passa a expressar também a origem que a inventou, e essa origem não está fora, mas lhe é imanente como ato de invenção.Esta é a fonte do sentido: a invenção. (...).
         Em um museu, um objeto exposto deveria expressar essa poesia que faz o objeto ser mais do que um objeto, tal como o escovar a palavra a faz ser mais do que mera informação utilitária que amanhã já será sucata, feito as informações do jornal de ontem. O que é verdadeiramente novo nunca vira sucata, o verdadeiro novo nunca vira ontem.O novo é sempre fonte:arqué. A fonte é a "origem que renova". A fonte não é como um ponto de onde um fluxo jorra, pois este fluxo que a atravessa vem de um infinito com o qual ela permanece ligada. Pois é isto ser uma fonte: nos ligar a um infinito que nenhuma metragem utilitária pode diminuir. A fonte é o que nos liga.
         Ao escavarmos, ao modo do poeta, a palavra “Museu”, encontramos a sua arqué: as Musas. As Musas não são apenas memória. Elas o são por parte de mãe, a deusa Mnemosyne. Sozinha, esta não vence o poder de morte de seu irmão, o deus-tirano Cronos,o Tempo,  que a tudo devora. Quem o vence primeiro é Zeus, e não apenas  com a  força bruta, já que Zeus é o deus da virtude ética da  justiça. Só a justiça vence a tirania. São virtudes, além da justiça, a amizade, a honestidade, a modéstia, a sabedoria, etc. Cronos, o tempo, matava fazendo esquecer, já que a morte é uma forma de esquecimento. Vence-se o esquecimento criando memória. Para criar essa memória da vitória, é que Zeus decide se casar com Mnemosyne. E desse casamento nascem as Musas, as que cantam. Elas não cantam um fato passado, eles cantam a vitória a cada instante em que as forças de destruição são vencidas no homem. Esse é o poder das Musas sobre o homem: o leva a vencer em si mesmo o que nele é morte, esquecimento. Conhecer as Musas também é experimentar um autoconhecimento como metamorfose. As obras que o homem produz servem para lembrá-lo, antes de tudo,  que ele é criador do sentido de si mesmo.
         (...) Na Grécia, sobretudo na época do apogeu do Teatro, evocava-se Dioniso como o deus cuja natureza melhor expressaria a essência da arte. Esse fato está inscrito no nome do Deus: Di-oniso, aquele que nasceu duas vezes. Reside em Dioniso, então, a convivência de dois mundos, o humano e o divino, que não se misturam, mas que nele fazem um. Ainda criança, Dioniso fora vítima de seus irmãos da parte divina, que em fúria o despedaçaram. Ao ver tal cena, Zeus se perguntou em quao, que Zeus fez nascer novamente o deus. Esse nascimento através do coração foi, em verdade, um renascimento. O coração expressa o afeto, a sensibilidade, a philia. O pai das Musas, Zeus, é o deus da maior virtude ética: a justiça. É por essa razão  que  musealizar também é fazer justiça ao que não pode ser esquecido, pois esquecê-lo seria esquecer o que faz de nós humanos. Aliás, recordar, criar memória, vem de re-cordis: cordis é, em latim, coração. Recordar: trazer de novo ao coração, que é o mediador que integra mãos e cérebro, técnica e teoria, e os faz viver a comunhão que os torna completos. Holístico procede de "holos", que significa, em grego, "todo" ou "completo". Em uma época de especializações e conhecimentos compartimentados como a nossa, o pensamento holístico se apresenta como um antídoto a tal proceder esquizóide (esquizo: o que vive à parte). O  holismo é uma maneira de ver as coisas a partir do todo, e não apenas das “especializações” que criam partes que não se comunicam. Ver a partir de um todo não significa ver segundo um “pensamentol daquelas partes o pequeno Dioniso estava inteiro, pois esta parte seria , sem dúvida, divina. Zeus descobriu então que era no coração que Dioniso se encontrava. Foi então do coração, a parte que contém o tod único” e homogêneo.
        O holismo não é alcançado pela junção de partes, parte a parte, como num quebra-cabeça. O holismo se expressa na relação de cada parte com o todo(...). Cada parte se torna completa quando expressa o todo em seu íntimo, em seu desejo. (...)
          Segundo Cury [3], a musealidade é uma qualidade intrínseca a toda realidade, seja ela produzida pelo homem ou pela própria natureza. A musealidade é a poesia que está presente em cada coisa. Assim, quando vemos em alguma coisa a musealidade que está contida nela, (...) vemos a coisa como o produto de uma produção que ainda lhe está imanente, como sua alma, sentido ou essência. No mito, após ser despedaçado pelas Fúrias (que representam a barbárie da violência e ignorância, que é tão terrível aos valores humanos quanto o esquecimento que a Memória busca vencer), a obra de Orfeu ficara em fragmentos, como partes sem um 
todo que as ligasse e lhes restituísse a vida, permanecendo espalhadas pelos lugares mais diferentes. Entra em cena então Museu, o filho de Orfeu. Pondo em prática o afeto do cuidado, Museu conseguia identificar, em cada fragmento, o todo que o produziria, todo este que lhe estava presente, mas de forma virtual ou latente. Este todo renascia em cada parte que, sob os cuidados de Museu, eram reunidas e postas juntas, como documentos que ensinavam sobre quem os fez , porque os fez e em quais condições os fez. Cada documento ensinava sobre si mesmo ao ensinar sobre quem os produzira. (...) Através desse contato com as obras de Orfeu que o Museu reuniu ( e que agora não eram apenas fragmentos, mas partes de um todo), os homens aprendiam não apenas sobre Orfeu, eles aprendiam também sobre o quanto pode ser bela a vida.
          Museu foi, pode-se dizer, o curador da obra de Orfeu , dado que ele cuidou de preservar e divulgar o que fizera seu pai. Havia um elo entre eles, portanto. Os sentidos mais comuns são “amor” e “amizade” ( como em philo-sophia, “amor ou amizade pela sabedoria”). É um afeto que liga Museu àquilo que ele musealiza. Não o move um interesse puramente material ou econômico. Museu não quer apenas fazer os homens conhecerem um passado que passou, ele não almeja conservar um  passado morto. Seu desejo é fazer viver o que nunca morre, e que sempre é objeto de um aprendizado sempre novo, feito também com arte e criatividade. Quando os homens entravam em contato com Orfeu através de suas obras exposta e reunidas, eles aprendiam não apenas sobre o passado, eles também aprendiam sobre si mesmos, aprendiam o quanto é possível mudar de idéia em relação a si, e compreender que a poesia, a produção, é o que dá vida e sentido a tudo. No mundo, não apenas as obras de Orfeu se encontram dispersas. Não raro, tudo parece estar disperso, desconectado, sem relação ou elo. Daí a importância de Museu ou de sua atitude, que é a de criar elos, pontes e  identidades no seio das diferenças [4], fazendo-as se comunicarem e descobrirem algo em comum.
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[1] Manoel de Barros, “Escova”, Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros, São Paulo: Editora Planeta, 2010, p. 13.
[2 Cf. Elton Luiz Leite de Souza, Manoel de Barros: a poética do deslimite, Rio de Janeiro: 7letras/FAPERJ, 2010.
[3 Marília Cury, Exposição: concepção, montagem e avaliação. São Paulo: Annablume, 2005.
[4 Cf.: Tereza Scheiner, Sobre laços, caminhos, pontes e museus. Disponível em: http://www.revistamuseu.com.br/18demaio/artigos.asp?id=5956 . Acesso em: 14 /jan/2013.Da mesma autora: Apolo e Dioniso no Templo das Musas. Museu: gênese, idéia e representações na cultura ocidental. Dissertação de Mestrado. RJ: UFRJ/ECO, 1998.

      Resumo Pessoal : Os objetos estao no museu nao porque sao velhos mas porque guardam em si sua aparencia de como eles eram antes ate o processo de ser encontrado e com isso há uma memoria do que eles passaram e servem como aprendizado/troca a quem os guardam pois ele possui um valor afetivo.

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