Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 23 de setembro de 2014

O QUE DEFINE UM CRIATIVO?

 A Criatividade esta em todas parte e em todas as profissoes e subentende-se que nas artes é onde ela mais se concentra então foi decidido colocar aqui o texto
 

  O QUE DEFINE UM CRIATIVO?

   O texto disposto a seguir foi gerado a partir de uma discussão entre membros do grupo de discussão, no Facebook, do programa Trilha 2E1. O debate foi iniciado quando a tutora Carolina Paz apresentou a seguinte questão: “escolha uma característica que você acreditar ser fundamental em todo criativo? O que todos têm em comum e que faz a diferença? Por que?”.
Como em qualquer discussão focando conceitos, semântica e noções abstratas do conhecimento humano, os assuntos em pauta tendem a dividir opiniões, criar novos ângulos de entendimento e, comumente, gerar novos questionamentos. Essas características são naturais do exercício filosófico necessário para o debate de tais temas. Dito isso, é importante ressaltar que a estruturação da síntese aqui apresentada é resultado direto da coletânea e harmonização de múltiplas vozes de uma discussão, agora organizadas com o objetivo de responder apenas uma indagação:

Existe uma característica única e fundamental em todo criativo?

“Risco”,a capacidade de estabeler relações”, “uma capacidade de antecipação. Uma visualização do que vai ser feito que é diferente do projeto porque não é objetiva. Uma antevisão e clarividência somadas”, “capacidade de estar sintonizado em multifrequência, num estado de aparente impermanência”, “a experimentação”, “curiosidade”… Faça essa pergunta à dez criativos e certamente você receberá onze respostas diferentes.
Não é exatamente um método de pesquisa mais imparcial, mas então para quem poderíamos recorrer para nos dar uma resposta comum ou definitiva? Quem é criativo? Quem não é criativo? Há diferença entre ter novas ideias e criar novas ideias? Inevitavelmente o debate  principal teria de recorrer a um consenso sobre o que faz um criativo ser criativo.
Wagner Priante, membro do Trilha 2E1, aponta o cerne da divergência de opiniões:
“Realmente difícil indicar uma característica, algo que perpasse todos os criativos e seja o que o defina como tal. A tautologia nos levaria à ideia de que todo criativo é aquele que ‘tem criatividade’. A questão então se desloca para o que é ser criativo, o que faz a diferença nas ações que tornam alguém, o mais consensualmente possível, criativo.”
   Então se o criativo é aquele que tem criatividade, precisamos saber o que afinal é criatividade. Felizmente essa resposta possui um consenso mais definido entre os dicionários e senso comum: criatividade é a habilidade de produzir algo através da imaginação ou ideias originais, seja uma nova solução para um problema, um novo método, ou uma nova forma ou objeto artístico.

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    O termo geralmente se refere a uma riqueza de ideias e originalidade de pensamento, mas também nos sugere a resposta da questão principal. Magda Sheeny, membro do Trilha 2E1 parece matar a charada:
“O que faz a diferença em uma pessoa, para poder chama-la de criativa, penso que seria a palavra ‘AÇÃO’. O que responderia, também, a outra questão proposta: Há diferença entre ter novas idéias e criar novas idéias? Mas uma vez,respondo: ‘AÇÃO’. (…) para experimentar, há de se ter ‘AÇÃO’.
Eny Aliperte Ferreira, através de uma curiosa pesquisa etimológica, chega à mesma conclusão em uma notável síntese:
“(…) do século XIX até o início do século XX, postulada por certos gramáticos, a distinção entre criar, ‘alimentar, educar, fazer crescer (pessoas, animais, plantas)’, e crear, ‘gerar do nada (como faz Deus) ou inventar do nada (como fazem artistas)’, distinção cedo denunciada como arbitrária (sobretudo porque a conjugação do alegado crear passava a ser mais arbitrária ainda) (…) parece então que o termo caiu em desuso, mas pensei na palavra creação, que contem o crer e ação. (…)
   Carolina Paz também concorda: “Criar é verbo que se conjuga na prática.” Para a tutora, um criativo é antes de tudo pró-ativo (e não reativo). Em sua ação, o produto da criação é resultante do processo e não do resultado de uma demanda externa anterior ou de consequências posteriores. O criativo é aquele que tem criatividade. É quem age concretamente na criação.
Essa parece ser a resposta mais pragmática entre outras possíveis inúmeras reflexões. Ironicamente o pragmatismo e sua distância de qualquer pensamento lúdico entra frequentemente em choque com vários criativos que exercem sua produção motivados por ideais ou ideias românticas (principalmente no mundo das artes). O escritor Oscar Wilde, por exemplo, dizia que a base da ação é falta de imaginação e que é o último recurso daqueles que não sabem sonhar, mas ao mesmo tempo ele escreveu, publicou e é reconhecido por suas ações e trabalhos realizados.


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Sonhos e imaginação são um combustível para criação e não a criação em si. A criação também não requer inteligência, conhecimento, sabedoria, total originalidade, autocrítica ou até capacidade. É definida pelo ato da ação e realização. Ser capaz de fazer não é o mesmo do que fazer.
“Não pense. O pensar é o inimigo da criatividade. É autoconsciente, e qualquer coisa autoconsciente é horrível. Você não pode tentar fazer coisas. Você simplesmente tem de fazer coisas”.Ray Bradbury, escritor (1920-2012)

O criativo

A criação e a criatividade é associada frequentemente às artes pelo uso constante do processo pelos que constituem a atividade e/ou profissão, no entanto a criatividade é presente em toda a história humana independente de posições sociais ou profissionais. A denominação “criativo”, como substantivo para designar ofício ou atividade, é utilizada normalmente considerando fatores como: frequência, grau de importância e/ou originalidade do indivíduo em realizar criações. Paralelos podem ser traçados com diversas outras atividades. Exemplo: Um sujeito pode ter a capacidade de cozinhar seu próprio jantar, de criar um prato novo com os recursos que possui e/ou conhecimentos prévios e finalmente cozinhar seu jantar. Ele criou e cozinhou, mas não necessariamente é considerado por convenção social um cozinheiro ou criativo. Somente a ação e a repetição constante de ações com variações alimentadas pela imaginação, referências externas e retroalimentadas pelo próprio trabalho podem constituir a denominação de “criativo”.  Sem ação não há a prática e sem a prática não há criação.
“Nada acontece até algo se mover.” – Albert Einstein, físico teórico e filósofo científico (1879-1955)

FOnte http://doiseum.com/trilha/o-que-define-um-criativo/#more-3190

terça-feira, 16 de setembro de 2014

(parte 2) PATRIMONIO ARQUITETÔNICO: preservar não é apenas tombar

Continuaçao do texto da semana anterior

  Considero que todas as ações devem tomar em conta seu entorno, seu contexto de formação, a população que vive e circula e suas relações geográficas, históricas e culturais. Tudo o que escapa a isso parece-me sem sentido e despossuído de valor e com poucas chances de perdurar. Quando essas relações são tomadas em conta as possibilidades de configurar-se como legado benéfico são grandes.

  
  Como historiadora, vejo muito mais o valor que os espaços propiciavam enquanto sociabilidades e trocas (sejam elas de quaisquer natureza: culturais, políticas, comerciais, entre outras) e os espaços arquitetônicos como a materialização de fazeres e viveres. Se pensarmos será essa urbanidade vivida e pulsada em cada rua, em cada edificação, que trará valor para além dos aspectos imobiliários. Uma lembrança para este caso é o que ocorreu em São Paulo com o Bexiga e mesmo à Nova Luz. são importantes fontes de mensuração disso.


    Quando pensamos uma das variáveis para valor entramos de novo na forma, uso e ocupação dos espaços através do tempo. As movimentações de fronteira entre os espaços e a “necessidade imobiliária” de empurrar à margem o que não tem valor monetário é outro dos problemas, em especial quando o patrimônio arquitetônico, está tendo outro valor de uso, ocupação e transito social (caso específico do comércio da Santa Ifigênia e da área de venda e consumo de craque). A decadência social em geral acompanha a dos espaços arquitetônicos e em geral de outras praças e ajuntamentos.


    De fato, projetos chamados de preservação, mas que engessam e de certa forma descaracterizam e museificam espaços não fazem sentido à preservação como um todo e a cidade especificamente.  

    Exatamente por ela conter fortes elementos vivos e de interatividade.


   São muitos os critérios e variáveis essenciais para estudos de viabilidade neste sentido, que devem ser feitos de forma prévia e nunca imediatista. Infelizmente, vemos que isso ocorre a conta-gotas.


Referências:
Algumas Reflexões sobre Preservação de Acervos em Arquivos e Bibliotecas, [link] A Construção do Conceito de Patrimônio Histórico: Reconstrução e Cartas Patrimoniais, [link]

Fonte do site: http://pensadosatinta.blogspot.com.br

Fonte onde foi pega a resportagem http://defender.org.br/artigos/patrimonio-arquitetonico-preservar-nao-e-apenas-tombar-por-eliana-rezende/

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

(parte 1) PATRIMONIO ARQUITETÔNICO: preservar não é apenas tombar

Patrimônio Arquitetônico: preservar não é apenas tombar!

 Por Eliana Rezende

O que seria uma ação de preservação adequada?


    Seria a preservação uma forma de recriar de forma artificial o espaço urbano, excluindo e levando para longe aquilo que é considerado inadequado ou indesejável?

    
    A discussão pode ser longa e enveredar por muitos caminhos.

    
    Em geral, tem-se a falsa noção de que uma ação de preservação ou tombamento é tornar tudo limpo e arrumado, afastar da paisagem tudo o que seria considerado marginal e social ou culturalmente inadequado.

    
    Em verdade, as coisas não são bem assim. Talvez o caminho seja esclarecermos algumas noções fundamentais. Escolho para tanto falar sobre os conceitos de Preservação, Conservação, Restauração e Tombamento. Tais conceitos podem ser utilizados por diferentes áreas, e portanto, opto por estabelecer noções que sejam mais abrangentes.


 
    Definindo e conceituando Preservação e Conservação por Eliana Rezende

A noção de preservar tem que ver com uma atitude de prevenção, é algo que se estende a modos que implicam uma conscientização que pode ser de um grupo, uma pessoa ou uma instituição.


  O tombamento é uma medida, um ato legal, no sentido de fazer com que a preservação se dê. Em geral é a primeira de uma série de ações. Nesse sentido, e com esta perspectiva, a Preservação é algo muito mais abrangente, e é bom que se diga, que nada tem a ver com uma museificação do lugar. Ao contrário, boas ações de preservação inserem a população local e dão um sentido de apropriação e uso do espaço.


O objetivo da Preservação longe de transformar-se em um empecilho é, antes de tudo, garantir às gerações futuras um passado, que é composto multifacetadamente, por aspectos que tomam toda a sua cultura de modo que seja um Patrimônio.


Gosto de uma definição do Gilberto Gil (poeta que sabe usar as palavras como ninguém): “pensar em patrimônio agora, é pensar com transcendência, além das paredes, além dos quintais, além das fronteiras. É incluir as gentes, os costumes, os sabores, os saberes. Não mais somente as edificações históricas, os sítios de pedra e cal. Patrimônio também é o suor, o sonho, o som, a dança, o jeito, a ginga, a energia vital e todas as formas de espiritualidade da nossa gente. O intangível, o imaterial.”


Falando sobre isso, assista ao vídeo de Carlos Fernando Delphim, do IPHAN, falando sobre Patrimônio Natural e suas diferenças e semelhanças com o Patrimônio Cultural:

    A relação de comunidade e o uso de seus espaços e suas histórias auxiliam nesse trabalho de preservação da cultura local, regional e nacional, e dá um sentido de uso para patrimônios materiais e imateriais.


Felizmente, vejo ventos de mudança e, com uma concepção que se alia à sustentabilidade, muitos projetos dão vida nova à antigas funções.


O que é preciso que se diga é que são muito mais iniciativas de consciência de um grupo do que de valores monetários. Óbvio que precisamos dos dois! Mas as boas ideias e iniciativa nesse sentido precedem toda e qualquer forma de valor monetário.


A concepção mais recente de preservação é interessante exatamente por tomar em conta contextos e tessitura de vida dos espaços nas vidas sociais de cada comunidade. Se tomada em sua verdadeira acepção todos tem muito a ganhar. Acho uma área rica e interessante exatamente pelos olhares multidisciplinares que são necessários.


Em relação à políticas de preservação e tombamento, há de fato muitos interesses e desinteresses.


De um lado, por responsabilidade do estado, há uma imposição que deixa o proprietário sem recursos financeiros e numa situação difícil, com imóvel sem cuidado e muitas vezes impossibilitado de ser ocupado quer comercialmente, quer residencialmente. É um ônus sem qualquer bônus ou incentivo.


    De outro lado, há a total desinformação por parte de proprietários e até de comunidades inteiras em relação ao patrimônio cultural e material que muitas dessas edificações possuem. É um problema de educação cultural e até de empreendimento. Se orientados, vários projetos assim podem reverter para proprietários e em muitos casos para comunidades inteiras.


    O caminho, considero longo, mas não impossível de ser seguido.


   Cada vez mais nossas cidades estarão envelhecendo e se não entendermos que o novo e o velho podem conviver sem um suplantar o outro não teremos futuro e nem passado!


     De concreto, e sei que é algo que nenhum de nós quer ou precisa: é de uma cidade museificada.


    Por outro lado, aspectos que têm a ver com o DNA da cidade precisam, e devem, ser mantidos para que sua identidade se mantenha. Talvez esse seja o grande desafio e em nome do que áreas interdisciplinares devam colocar a sua criatividade e inventividade.


   Um pressuposto que era próprio do século XIX, e do qual Paris foi a cobaia, foram as políticas de Houssman, onde acreditava-se que de tão ruim tudo deveria vir abaixo! Munidos de pólvoras e homens com suas ferramentas, a cidade ruiu. Em seu rastro várias outras cidades seguiram o mesmo caminho dentre os quais estão Buenos Aires, Rio de Janeiro do Prefeito Pereira Passos e Nova York.


                                         Bota abaixo de Pereira Passos no RJ
Bota abaixo de Pereira Passos no RJ


    Continua na terça

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