Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 26 de julho de 2011

HISTORIA EM QUADRINHOS: parte 3 - O quadrinho alem do Gibi

Arte de Angelo Agostini, pioneiro no Brasil

O texto continuação da serie quadrinhos vai tratar sobre o que se pode fazer com a revista em quadrinhos, pois elas são historias que podem ser exploradas nao se resumindo apenas a revistinhas. Ela se expande para outras area devido a sua grande versatilidade
 
Texto 1: Quadrinhos além dos gibis
José Alberto Lovetro (JAL)¹

A linguagem dos balões dos quadrinhos é tão
coloquial e econômica como a do twitter e seus
140 caracteres.

    Quem já desenhou alguma vez na vida? Essa pergunta, talvez, nem seja necessária. Mesmo que em rabiscos ou formas primárias, todos nós desenhamos em algum momento em nossas vidas. Mas rabisco não é desenho! Errado. Rabisco é instintivo e nos faz escolher cores e formas. Mesmo que ininteligíveis, estão representando algo que criamos em nossa cabeça e nossa mão, ainda não domada pela prática, esboça uma criação.

     Qualquer criança rabisca algo se dermos para ela um lápis e papel. Isso não é de graça. Nos primórdios da civilização humana, algum anônimo se atreveu a rabiscar nas paredes de sua caverna. Não era uma brincadeira, mas sim uma necessidade. Naquela época, os seres humanos morriam cedo. As dificuldades de sobrevivência eram muitas e a medicina não era das mais avançadas. Quem chegasse aos 35 anos já poderia ser considerado um dos mais velhos da tribo.
    O que fazer, então, para ensinar aos filhos pequenos as lições da sobrevivência em um ambiente selvagem? A solução poderia ser desenhar a sequência de uma caça ao antílope, ou como obter fogo, ou até como gerar filhos. E aquele homem das cavernas pegou uma pedra e começou a rabiscar algo nas paredes de sua moradia. Depois, utilizou tintas tiradas de plantas e assim por diante.
     Antes disso, a linguagem era a do gestual ou os sons de uma língua própria que apenas era entendida pelos membros do grupo. O conhecimento, então, era transmitido de um para o outro e poderia se perder no processo dessa comunicação. E se os pais da criança morressem quando ela ainda estivesse com cinco anos de idade? Haveria alguém para adotá-la e dar continuidade aos ensinamentos? Nem sempre. Eram mais bocas para alimentar e, muitas vezes, as crianças acabavam abandonadas. Se não fosse esse alguém anônimo criando a linguagem sequencial, talvez não houvesse o acúmulo de informação na história da humanidade para sua evolução.
     Essa linguagem criada no início de nossa civilização é hoje chamada de quadrinhos ou arte sequencial. E, por incrível que pareça, é a linguagem também do século 21. A linguagem  dos balões dos quadrinhos é tão coloquial e econômica como a do twitter e seus 140 caracteres. Isso sem contar a força visual que vem, a cada ano, sendo preponderante e necessária na comunicação moderna.
    Se veio dos primórdios e continua moderna até hoje, a linguagem dos quadrinhos não pode ser considerada arte menor, como há muito tempo vinha sendo taxada. Sua história nos conta o quanto ela está inserida no estímulo à leitura e ao desenvolvimento de outras linguagens que vieram depois.
     Temos exemplos de arte sequencial nos hieróglifos egípcios, nos panôs e desenhos nas igrejas da Via Sacra de Jesus, difundidos na Idade Média, e até nos túmulos de reis, onde havia sequências de sua dinastia em alto relevo. A Tapeçaria de Bayeux é uma obra feita em bordado (século XII), para comemorar os eventos da batalha de Hastings (14 de Outubro de 1066) e o sucesso da Conquista Normanda da Inglaterra, levada a cabo por Guilherme II, Duque da Normandia. Mede cerca de setenta metros de comprimento por meio metro de altura, com os textos incorporados aos desenhos, de tal forma que se torna uma verdadeira tira de quadrinhos gigante. Em alguns panôs impressos em xilogravura no século XVIII, na cidade de Épinal (França), temos até a invenção do balão saindo da boca de personagens com as falas coloquiais da época. Linguagem escolhidapor Jean-Charles Pellerin para popularizar histórias da Revolução Francesa, novelas e histórias de santos.  Até o século XVII poucas pessoas eram alfabetizadas. Por isso, a imagem foi tão importante. Até um analfabeto consegue absorvê-la. Surdos-mudos entendem. Crianças entendem. Homens das cavernas entendiam.
     Mas foi após a invenção da prensa por Gutemberg (século XV) que a difusão da imagem impressa começou a invadir o mundo. O texto escrito pôde ser finalmente difundido para as massas. Na área do desenho, começou com a impressão das charges criticando a monarquia e sua pomposidade diante da pobreza de seus súditos. Os desenhos eram impressos e distribuídos pelas praças como uma forma de resistência aos desmandos do poder. 
     Foi apenas no século 19 que os desenhistas começaram a contar histórias através da linguagem dos quadrinhos. Em 1827, o suíço Rudolph Topffer publicava M.Vieux-Bois, considerado por Goethe, pensador e escritor alemão, um romance caricaturado. Interessante que esse precursor das histórias em quadrinhos impressas em estampas era um professor. Demonstra o quanto essa profissão tem, em suas características, não apenas formar informando mas criar novas linguagens de comunicação para sua comunicação.
    Em 1865, uma dupla de moleques cheios de travessuras “ Max und Moritz” era criada pelo alemão Wilhelm Busch, que não economizava na violência ao transformar os meninos em bolos indo aos fornos. Nada aprovado pelos pedagogos da época. Mais tarde, seriam a inspiração para a série “Sobrinhos do Capitão”, de Dirks, em 1897.

   O Brasil se tornou um dos pioneiros na criação da linguagem moderna dos quadrinhos com o italiano radicado no país, Angelo Agostini.

         O Brasil se tornou um dos pioneiros na criação da linguagem moderna dos quadrinhos com o italiano radicado no país, Angelo Agostini. Esse anarquista de formação começou a publicar quadrinizações de fatos jornalísticos em Diabo Coxo (1864) e O Cabrião (1866) – revistas paulistas. Depois, em 1869, esse autor entrou para a história criando o que seria a primeira novela gráfica em capítulos do mundo, na revista semanal Vida Fluminense. Tratava-se de “As aventuras de Nhô Quim”. Tem sequências lindas, que chegam a lembrar um desenho animado. Em capítulos semanais, mostravam a viagem do personagem-título de Minas Gerais até a corte no Rio de Janeiro. A importância desse feito hoje é eternizada com a criação do Dia do Quadrinho Brasileiro, 30 de janeiro, incluído oficialmente no calendário do país. Neste data, em 1869, foi publicado o primeiro capítulo da história. Depois disso vieram vários artistas invadindo os jornais e revistas.
    No Brasil foi criada a revista Tico-Tico, que durou cerca de 57 anos (1905 a 1962) e nos trouxe os quadrinhos do excelente J. Carlos e de Luiz Sá, entre outros. Foi a primeira revista que trazia, além dos quadrinhos, várias atividades para as crianças como joguinhos e “recorte e monte”. Já era uma linguagem para utilização dentro das escolas. Essa dinâmica recebeu elogios até de Rui Barbosa, leitor da revista.
     Nos EUA, em 1895, era criado o personagem “Yellow Kid”, na verdade uma charge de um garoto de bairro periférico de Nova York, que fazia crítica social. O feito desse personagem, criado por Richard F. Outcault para o Sunday New York Journal, foi a inclusão dos textos para dentro dos quadrinhos. Até então, os textos vinham separados, na parte de baixo dos quadrinhos. As falas do Yellow Kid estavam na bata que ele vestia. Anos mais tarde, essa charge se transformaria em quadrinhos. Alguns historiadores americanos logo aclamaram que aí estaria o nascimento das histórias em quadrinhos. Isso por ser a primeira vez que o texto entrou dentro dos quadrinhos. É o mesmo que dizer que o cinema mudo não é cinema. Sabemos bem que os americanos reivindicam para si muitas coisas como, por exemplo, a invenção do avião. Não seria diferente com as ditas HQs.
     Nas décadas de 20, 30 e 40 do século passado, os quadrinhos viraram febre nos EUA e no  mundo com a criação de suplementos infantis dos jornais e revistas. Centenas de novos heróis e personagens de humor surgiram. Já havia uma produção de desenhos animados, para onde alguns desses heróis migraram, demonstrando que vieram para ficar.
   Em 1929, em plena crise na Bolsa de Wall Stret, nos EUA, surgiam os primeiros personagens de aventura. Buck Rogers e Tarzan iniciariam a era de ouro das HQs americanas e invadiriam o mundo. Eram publicados nos jornais e ajudaram no crescimento de leitores, de tal forma que a imprensa começou a ter seus suplementos de quadrinhos. Depois surgiram O Príncipe Valente, Flash Gordon, Agente X-9, Mandrake, Super-Homem, Fantasma, Batman e toda uma saga de superheróis que chegaram até os dias de hoje.
    No Brasil, em 1934, Adolfo Aizen, da Editora Ebal, traz dos EUA esses personagens para serem publicados no Brasil. Surge, então, o “Suplemento Juvenil”, que faria o mesmo sucesso dos suplementos americanos. O jornalista Roberto Marinho criaria, logo em seguida, “O Globo Juvenil”, para não ficar para trás nessa nova onda. Eram publicados em cores. Foram anos de grande disputa entre as editoras, o que ajudou a esquentar mais ainda a febre de leitura que contaminava os jovens de então. As tiragens eram grandes e também alavancaram a descoberta de novos autores brasileiros. A criação da Editora Abril em 1950 nos traria os primeiros gibis da Disney pelas mãos de Vitor Civita. Todo o conglomerado em que se transformou a pequena editora foi resultado do primeiro sucesso: o “Pato Donald”. Vitor Civita editava
suas revistas e, para distribuí-las nas bancas de jornal, utilizava seu velho carro.

Nos anos 60, surgiam os personagens de Mauricio
de Sousa (Turma da Mônica) e Ziraldo (Pererê), entre
outros.

       Podemos ver por aí a força dos quadrinhos para formar leitores, que depois migraram também para outras revistas e livros. Mas a área de HQs infantis teria outras boas consequências desse sucesso. Nos anos 60, surgiam os personagens de Mauricio de Sousa (Turma da Mônica) e Ziraldo (Pererê), entre outros. Não é preciso dizer como esses personagens ganharam o gosto popular. Ziraldo ainda criaria o Menino Maluquinho, em 1980, que já vendeu mais de 5 milhões de livros nas escolas e entrou para o cinema e para a TV com o mesmo impacto. Mauricio de Sousa já vendeu mais de um bilhão de revistas da Turma da Mônica e publica em cerca de 30 países a saga dos personagens brasileiros. Os dois artistas são ícones para os professores, que costumam utilizar seus gibis e livros para ajudar na alfabetização das crianças nas salas de aula.
   São tantos os autores de quadrinhos brasileiros que seriam necessárias várias páginas para descrever suas criações. Podemos falar de um Jayme Cortez, desenhista de estilo próprio, e que comandou a era de ouro da HQ nacional nos anos 50 com a força dos quadrinhos de terror e aventura. A nova geração com Angelí, Laerte e Glauco, com seus personagens de humor. Os artistas que produzem até para o mercado estrangeiro, principalmente americano, como Ross, Ivan Reis, os gemeos Gabriel Bá e Fabio Moon. Enfim, temos os melhores do mundo.
   Portanto, a origem da linguagem dos quadrinhos se confunde com a história da humanidade. É tão atual quanto os rabiscos feitos por aquele homem das cavernas. É nosso momento de criação. Como pequenos deuses dando vida ao nosso mundo. Com um papel e lápis podemos recriar o universo, assim como Da Vinci e os grandes inventores. Assim como nas histórias de Flash Gordon prevendo as naves espaciais e viagens interplanetárias nos anos 30, que foram acontecer na década de 60. Assim como os heróis que vieram mostrar que alguns milagres são possíveis. Assim  como um simples desenho de uma criança, que não desenha mais nas cavernas, mas sim nas paredes de casa ou no computador.
    O quadrinho está em nossa vida não apenas para dar margem à nossa diversão, mas para deixar fluir o que mais temos de humano – a ideia. E quem tem a ideia tem o poder no mundo.

¹Jornalista e cartunista, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil – ACB e fundador do Troféu HQMIX das Artes Gráficas.

Proximas postagens 02/08/2011  Desenho em Quadrinhos parte 4
                                09        ultima parte do desenho em quadrinhos, 
                                16       Sugestões de obras em quadrinhos e sites/blogs de quadrinistas, 
                              23     Sobre o desenho (texto da mesma autora que arte e artesanato porque barreiras),   
                               30     Sobre o Cartaz na arte e a arte publicitaria

terça-feira, 19 de julho de 2011

HISTORIA EM QUADRINHO Parte 2: O que será apresentado aqui



Esta é outra parte dos Textos da série História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem². Foi feito um resumo para introduzir o leitor ao conteudo dos textos que serão apresentados.

     A série História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem visa discutir este gênero, que constitui um poderoso meio auxiliar nos diversos segmentos da comunicação de massa e, ainda, destacar a importância de sua ampla utilização na sala de aula e em outros espaços educativos e culturais.
  •     Texto 1: Origens das histórias em quadrinhos (autor JAL)
    No Texto 1, o autor comenta que a linguagem que hoje chamamos de quadrinhos foi criada no início de nossa civilização e, por incrível que pareça, continua sendo a linguagem do século XXI. Observa que temos exemplos de arte sequencial nos hieróglifos egípcios, nos panôs e desenhos nas igrejas da Via Sacra de Jesus, difundidos na Idade Média, e até nos túmulos de reis, onde havia sequências de sua dinastia em alto relevo. Apresenta, também, alguns autores que se destacaram na produção das histórias em quadrinhos no mundo, em especial nos EUA, e os mais conhecidos autores de histórias em quadrinhos no Brasil, como Mauricio de Sousa e Ziraldo, destacando que os personagens criados por eles se tornaram verdadeiros ícones de nossa cultura.

² Estes textos são complementares à série História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem, com veiculação no programa Salto para o Futuro/TV Escola de 04/04/2011 a 08/04/2011.
  • Texto 2: Quadrinhos além dos gibis (autor JAL)
    No Texto 2 , o autor observa que a linguagem dos quadrinhos vai muito além dos gibis. Procura demonstrar os diversos caminhos que uma HQ pode trilhar fora de sua comercialização em bancas, como por exemplo: quadrinhos de informação empresarial; quadrinhos para a área publicitária; quadrinhos paradidáticos; quadrinhos jornalísticos: quadrinhos terapêuticos; quadrinhos religiosos; quadrinhos de vanguarda; quadrinhos no design e na decoração; quadrinhos no cinema, entre outros. Destaca, ainda, que a linguagem dos quadrinhos tem em sua base a diversidade de outras artes, em especial o cinema, a literatura, o teatro, as artes plásticas.
  • Texto 3: Quadrinhos na sala de aula
     O Texto 3 tem como objetivo motivar os professores a utilizar as Histórias em Quadrinhos como uma ferramenta de trabalho na sala de aula, visando desenvolver as habilidades de leitura e de compreensão de textos e, ainda, ensinar a alfabetização visual para os pequenos e jovens leitores do século XXI. Destaca alguns elementos que entram na composição dos quadrinhos, como as onomatopeias, os balões e diversos outros recursos gráficos. A partir da análise dos elementos constitutivos deste gênero textual, são sugeridos exercícios de linguagem escrita e oral, como um incentivo para as criações literárias e artísticas dos alunos.

Proxima postagem dia 26/07 parte 3 dos quadrinhos
    
E posteriores: +2 partes de desenho em quadrinhos, Sugestões de obras em quadrinhos e sites/blogs de quadrinistas, Sobre o desenho (texto da mesma autora que arte e artesanato porque barreiras), Sobre o Cartaz na arte e a arte publicitaria

terça-feira, 12 de julho de 2011

HISTORIA EM QUADRINHOS parte 1

    Quem nunca leu uma história em quadrinhos? Quando crianças, alguns de meus primos tinham um baú cheio de revistinhas! Morria de inveja, meu sonho era ter um baú daqueles. E agora com este programa sobre Quadrinhos pude relembrar os velhos tempos; o que adorei e por isso resolvi compartilhar com vocês estes textos. Na verdade, este é um arquivo unico que dividi em partes para a leitura ficar mais atrativa.

História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem
 Nestor Canclini 
Culturas híbridas – Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo:
Editora da USP, 2000 (p.339)
  
  Faz tempo que os quadrinhos estão presentes nas escolas. Houve uma época em que circulavam, sorrateiramente, por baixo das carteiras ou eram camuflados entre as páginas do livro de estudos. E se fossem descobertos, era confusão na certa: (...)  até a ... tão temida Secretaria!
  Mas os tempos mudaram, as escolas se transformaram. Ainda que não com a rapidez de muitas transformações (...) , as novidades da chamada indústria cultural vão aos poucos entrando no ambiente escolar. (...) Como uma fileira de pequenas formigas diligentes e carregadeiras, crianças, jovens e adultos, todos, vão levando nas pastas, mochilas, bolsas e, sobretudo nas conversas e na imaginação, as experiências vividas além dos muros das escolas. (...)
    Hoje as histórias em quadrinhos são valorizadas como gênero literário que conjuga imagem e palavra, símbolos e signos. Sua linguagem se insere nos campos da cultura e da arte. Autores como Humberto Eco
e Nestor Canclini, citado em epígrafe, entre outros, estudiosos da chamada cultura de massa valorizam o potencial das HQ. 
    Nas escolas, os quadrinhos integram os livros didáticos e fazem parte do acervo das salas de leitura. Projetos pedagógicos elegem os quadrinhos como gênero textual a ser desenvolvido nas classes.
    Muitos professores e professoras buscam formação para melhor trabalhar com as revistas e também com as tiras que “frequentam” os cadernos culturais dos jornais.
     O programa Salto para o Futuro apresenta a série História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem, com a consultoria de Sonia M. Bibe Luyten (Pesquisadora de Histórias em Quadrinhos, que em 1972 iniciou o primeiro curso regular de HQ na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e presidente do Troféu HQMIX). (...)
    
 Texto de Rosa Helena Mendonça
                                                    (Supervisora pedagógica do programa Salto para o Futuro/TV
                                                                       ESCOLA (MEC)).
disponivel para download no site

História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem  

Introdução:
Sonia M. Bibe Luyten¹

“A mente que se abre a uma nova  ideia 
                                                             jamais volta ao seu tamanho original”
                                                                                                          (Albert Eistein).

         A série História em quadrinhos: um recurso de aprendizagem tem como proposta discutir este  gênero, tendo em vista sua ampla difusão tanto no Brasil como na maioria dos países do mundo. Esta modalidade de comunicação – considerada a “nona arte” – tem colaborado para as atividades didáticas e constitui um poderoso meio auxiliar nos diversos segmentos da comunicação de massa, que também podem ser considerados sistemas educativos.    
           Ao apresentar esta série, o programa Salto para o Futuro tem como objetivo auxiliar o professor de várias maneiras. Uma delas é proporcionando a oportunidade de que ele se familiarize com a linguagem desta arte, pois nem todos conhecem seu valor. Alguns estigmas ainda prevalecem, por causa deste desconhecimento e de ideias que foram espalhadas pelo mundo a partir da década de 1950.    
       Gerações e gerações de crianças cresceram lendo histórias em quadrinhos furtivamente, escondidas dos pais e dos professores, que viam nesta arte um desperdício de tempo e um perigo às mentes dos jovens.         
      Isto foi devido ao livro Seduction of the Innocent (Sedução do Inocente), cujo autor, o psiquiatra Fredric Wertham, não mediu esforços para acabar com a oitava arte, numa série de textos que se propunham demonstrar que os quadrinhos propiciavam a violência, além das atividades danosas em toda a juventude. Logo estas ideias foram ao encontro da posição do Senado norteamericano na pessoa de Joseph McCarthy. Ele dirigiu uma cruzada censurando toda atividade que acreditava fomentar o comunismo, a violência e tudo aquilo tido como antiamericano. Todos os meios de criação e seus criadores foram submetidos à censura, ou seja, os quadrinhos não fugiram à regra das perseguições do chamado macartismo. As revistas deveriam conter um selo com os dizeres: Aprovado pela autoridade do código dos quadrinhos. O Brasil também teve um selo semelhante no começo dos anos 1960.    
   O livro deste autor só se popularizou quando foi colocado em forma de reportagens pela revista Seleções Reader’s Digest, traduzida em dezenas de idiomas, em vários países, reforçando a ideia de que pais e professores deveriam proibir que as crianças lessem quadrinhos. Embora hoje não existam mais radicalismos como esse, o preconceito ainda se manifesta de várias formas.      
    O que devemos lembrar, contudo, é que, sem sombra de dúvida, as Histórias em Quadrinhos formam a linguagem do século XX e continuam sendo a deste novo milênio. Esta afirmação está baseada na complexidade da simbologia e da terminologia criadas ao longo do desenvolvimento de sua criação.É injusto, portanto, afirmar que os quadrinhos são subarte e subliteratura. Eles são um meio de expressão com um código ideográfico que não precisa de uma chave para ser interpretado. A imagem é complexa, mas pessoas inteligentes, como as crianças e os adolescentes, conseguem vislumbrar isto sem restrições.      Os quadrinhos estão ganhando também, já há algum tempo, uma respeitabilidade na escola graças a um programa cada vez mais popular e criativo, visando aos novos leitores, incentivando as crianças para criar e, em muitos casos, usando temas de suas próprias vidas.     
     No plano pedagógico, os quadrinhos proporcionam experiências narrativas desde o início do aprendizado, fazendo os alunos adquirirem uma nova linguagem. Crianças e adolescentes seguem a história do começo ao final, compreendem seu enredo, seus personagens, a noção de tempo e espaço, sem necessidade de palavras sofisticadas e habilidades de decodificação. As imagens apoiam o texto e dão aos alunos pistas contextuais para o significado da palavra. Os quadrinhos atuam como uma espécie de andaime para o conhecimento do estudante.       
    As Histórias em Quadrinhos na sala de aula também motivam os alunos relutantes ao aprendizado e à leitura. Elas os envolvem num formato literário que eles conhecem. E também as HQs “falam” com eles de uma forma que entendem e, melhor do que isto, se identificam. Mesmo para os alunos que já estão  com o hábito de leitura formado, os quadrinhos dão a oportunidade de ler um material que combina a imagem com texto para expressar simbolismos, pontos de vista, drama, humor, sátira, tudo isto num só texto.      
      Muitos alunos leem fluentemente, mas têm dificuldades para escrever. Eles têm muitas ideias, mas lhes falta habilidade para criar um começo, seguir uma sequência e, depois, terminar com uma conclusão lógica. E é exatamente esta aparência lúdica das Histórias em Quadrinhos que as torna um veículo de comunicação poderoso, bem aceito por estudantes, que se sentem estimulados a refletir e a se expressar por meio delas.      
    Este é o outro objetivo deste programa: fazer o professor ver mais um benefício dos quadrinhos que é o de escrever, pesquisar e criar em qualquer área de conhecimento. Muitos alunos, frequentemente, perguntam se podem desenhar enquanto estão escrevendo. Eles buscam por imagens para dar apoio à sua escrita. Portanto, neste outro passo, a permissão de usar imagens e palavras vai resolver problemas relacionados à narrativa de uma ideia. Para colocar o texto num balão, é preciso habilidade de síntese e domínio completo da língua. O erro não será permitido, uma vez que o texto será lido por mais pessoas e não só o professor. 
      Além disso, os quadrinhos contêm uma riqueza tanto no conteúdo das histórias como no desenvolvimento dos personagens. São extensamente lidos em todo o mundo, especialmente no Japão, onde os mangás (quadrinhos japoneses) perfazem 25% das publicações do mercado editorial.    Minha experiência profissional com quadrinhos já atinge quatro décadas. Comecei como leitora e meu pai me dava livros e quadrinhos para ler. Não deixei nem os livros, nem os quadrinhos, ao longo de minha vida. Ambos completaram minha formação. Iniciei o primeiro curso universitário sobre Histórias em Quadrinhos na Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo em 1972 e, como pesquisadora, em todos estes anos, procurei mostrar aos alunos o potencial das Histórias em Quadrinhos em todos os seus segmentos.      
    Em 1983 lancei o livro Histórias em quadrinhos e leitura crítica, em que já abordava, num dos capítulos, o uso de HQ como prática pedagógica. Serve de roteiro para os professores explorarem ao máximo em suas disciplinas itens como: uso dos quadrinhos como tema de discussões, na linguagem  escrita e oral, identificação projetiva da personalidade do aluno e dicas para avaliar se alguns livros didáticos empregam corretamente a sua linguagem.       
    Nesta série de textos para o programa Salto para o Futuro, os docentes encontrarão novas possibilidades para motivar, ensinar e obter resultados em sala de aula. Os equívocos da década de 1950 são coisas do passado. Tanto os professores como os pais já estão prontos para uma nova geração de materiais educativos que ensinem através dos quadrinhos.      
       Acredito que o objetivo de todo professor é educar, mesmo se o método parecer não convencional. Consequentemente, se as Histórias em Quadrinhos melhorarem as habilidades da leitura, compreensão, imaginação, pesquisa e até disciplina em sala de aula, elas devem transformar-se numa ferramenta de trabalho para ele.

¹Sonia M. Bibe Luyten
Doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo, com tese sobre mangá, os quadrinhos japoneses em 1988. 
Foi professora do Departamento de Jornalismo e Comunicações da ECA/USP (1972-1984) e professora convidada de várias universidades no exterior como no Japão, Holanda e França.
Autora de livros sobre este tema como: O que é Histórias em Quadrinhos; Histórias em Quadrinhos – Leitura Crítica; Mangá, o poder dos quadrinhos japoneses; Cultura Pop Japonesa – mangá e animê. Atualmente é presidente do Troféu HQMIX – premiação considerada o “Oscar” das Histórias em Quadrinhos e Humor Gráfico no Brasil. Consultora da série.

Proxima postagem 19/07 História em quadrinhos parte 2

terça-feira, 5 de julho de 2011

GRAFISMO (desenho infantil)

  • Evolução do Grafismo

   Já dizia Saul Steimberg que o desenho é a forma de raciocinar sobre o papel. Desenhar é exercitar a inteligência. Na verdade o desenho não reproduz as coisas que vemos mas traduz a visão que se tem delas. A elaboração de uma obra se inicia no momento em que as imagens captadas pelo artista, as formas que compõe esta imagem começam a ser traduzidas e ganham uma conotação particular, individualizada. Podemos dizer que o desenvolvimento do grafismo é a revelação da natureza emocional e psiquica da criança. É a sua linguagem gráfica onde deixa registrado suas idéias, suas vontades e suas fantasias. É através da evolução do grafismo que podemos acompanhar as mudanças e aprimoramentos dos desenhos da criança. Por volta de um ano e meio, a criança já explora o meio à sua volta, imita o que as pessoas fazem, descobrindo, dessa forma, que também é capaz de fazer coisas. Se dermos um lápis e um papel para ela, descobrirá que é capaz de deixar ali, naquele pedaço de papel, sua marca. Se surpreenderá que ao repetir o movimento, mais uma marca surgirá, e assim ela agirá com gestos sucessivos despertando o interesse e o gosto por esta espetacular descoberta. Se dermos uma caixa de giz de cera com cores variadas, ela irá usar cada uma das cores, sem qualquer pretensão de expressar coisa alguma, apenas repetirá inúmeras vezes este gesto para certificar-se do seu domínio sobre o lápis, o papel e sobre seu próprio corpo. É a conhecida fase das garatujas À medida em que for interagindo com o meio perceberá que pode fazer novos movimentos, ainda sem qualquer compromisso com a representação. Ela irá perceber a relação que existe entre o seu movimento e as marcas que deixa. Isto propiciará um aumento do seu controle sobre a mão. 

      Passarão então a surgir os movimentos em espirais e caracóis que contribuirão muito para o aparecimento do primeiro círculo fechado. Isto deverá ocorrer por volta dos 3 anos. 

       Esta descoberta para a criança é muito importante, pois evidencia a descoberta da forma. Na seqüência estas garatujas começam a ganhar nomes e detalhes como olhos, pernas e braços e até cabelos. Aqui já começa a existir uma intenção de linguagem escrita, pois ela irá desenhar os que estão mais próximos, como pai, mãe, irmã bem como, ela mesma. A cor usada para desenhar e pintar não condiz ainda com a realidade. Nesta fase a criança ainda está descobrindo as cores, por isso a necessidade de experimentá-las. Nesta fase já se pode incentivar a criança em sua linguagem oral, estimulando-a a falar sobre o que ou quem desenhou. O próximo passo é a utilização das linhas perpendiculares, paralelas, curvas e inclinadas, demonstrando um amadurecimento das suas habilidades. Passa da simples ação para um processamento de idéias do que pensa e do que observa. Os desenhos já passam a significar alguma coisa. Eles não estão somente ali, eles “fazem” alguma coisa ali. Quanto mais a linguagem oral for estimulada nesta fase, melhor será o seu desempenho na evolução da linguagem escrita (desenhos). Perto dos cinco anos, ela já desenha pessoas (inclusive com corpo) e objetos, porém todos soltos, como se estivessem voando. Não que ela tenha a intenção de que voem, mas ela ainda não consegue abstrair que os desenhos tem que estar apoiados numa grama ou numa estrada ou num chão qualquer. 

     Aqui ainda não existe a relação com o real e sim com o emotivo. Ela passa a desenhar não só o que vê mas também o que imagina. No que se refere à linguagem oral, ela já sente prazer em contar o que desenhou e já começa a dar “corpo” à sua história. Na evolução, ela começa a ordenar seus desenhos dando origem “as cenas”. Ela distribui tudo que fica no chão, na parte de baixo do papel, bem rente ao final da folha e lá em cima, coloca o sol, as núvens e os pássaros. As cores já começam a se relacionar com o real e inicia-se o primeiro passo para a proporção. 

     A proporção está ligada tanto ao tamanho real quanto ao tamanho emocional. As pessoas mais queridas são desenhadas em tamanho maior que as de menor afinidade. Nas situações de medo, sempre o fato gerador é destacado pelo tamanho. Concomitantemente, a linguagem oral também se amplia surgindo as histórias sobre seus desenhos. As histórias já começam a ter início, meio e fim. Depois disso, a criança vai amadurecendo os detalhes tentando chegar o mais próximo da realidade. Esta fase é mais lenta em relação ao desenho (linguagem escrita), ficando madura por volta dos nove anos, mas muito mais rápida quanto à linguagem oral. Aqui a história já tem um título e há o destaque dos personagens que irão compor essa história. Já começa a contar usando o “Era uma vez” e após o desenrolar de toda a história, consegue terminar resolvendo todos os problemas e dizendo que “viveram felizes para sempre”. É mágico o resultado pois é nesse momento que ela tem a real consciência de que tudo que ela fala pode ser colocado no papel, agora, através da escrita. É o ser criança caminhando rumo ao ser adulto...

  •  Grafismo Infantil 

    Heloise Martins

    
Para Vygotsky, o brincar e o desenhar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento de linguagem escrita.
    Será que damos a devida atenção a tais atividades?
    O desenho parece surgir de forma espontânea e evoluir junto ao processo de desenvolvimento global da criança. Também é uma tentativa de comunicação formal e um meio de representação e simbolização. A criança expressa em seu grafismo aquilo que ainda não consegue com outras linguagens, por exemplo, a fala ou a escrita.
    Lais Pereira, em seu texto “O Desenho Infantil e a Construção da Significação”, traz considerações de Piaget e de Vygotsky sobre o grafismo infantil. E também um estudo de caso de uma criança de 4 anos com uma discussão interessante fundamentada na literatura, em que podemos visualizar os aspectos do desenho discutidos pelos autores.

PIAGET
     Para Piaget a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe. Ao desenhar ela elabora conceitualmente objetos e eventos. Daí a importância de se estudar o processo de construção do desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo indivíduo.
“O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo. Semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é, o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico.”

Fases do desenho segundo Piaget:
Fonte: Descoberta de um universo: a evolução do desenho infantil, de Thereza Bordoni

Garatuja: na fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da pré-operacional (2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer e a figura humana é inexistente. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste. Pode ser dividida em:
  Desordenada: movimentos amplos e desordenados. Ainda é um exercício. Não há preocupação com a preservação dos traços, sendo cobertos com novos rabiscos várias vezes. 
  Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. Figura humana de forma imaginária, exploração do traçado; interesse pelas formas.
Nessa fase a criança diz o que vai desenhar, mas não existe relação fixa entre o objeto e sua representação. Por isso ela pode dizer que uma linha é uma árvore, e antes de terminar o desenho, dizer que é um cachorro correndo.

  Pré- Esquematismo: fase pré-operatória, descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Os elementos são dispersos e não relacionados entre si. O uso das cores não tem relação com a realidade, depende do interesse emocional.
 
  Esquematismo: fase das operações concretas (7 a 10 anos).Esquemas representativos, começa a construir formas diferenciadas para cada categoria de objeto, por exemplo descobre que pode fazer um pássaro com a leta "V". Uso da linha de base e descoberta da relação cor objeto. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aparecem fenômenos como a transparência e o rebatimento.

  Realismo:  final das operações concretas . Consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos.

  Pseudo Naturalismo:  fase das operações abstratas (10 anos em diante).É o fim da arte como atividade expontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade.
   Características: realismo, objetividade, profundidade,espaço subjetivo, uso consciente da cor.
Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções.

VYGOTSKY Duas condições são investigados pelo autor:  
  • Domínio do ato motor - inicialmente, o desenho é o registro do gesto e logo passa a ser o da imagem. Assim a criança percebe que pode representar graficamente um objeto. Indício de que o desenho é precursor da escrita.
  • Relação com a fala - primeiro o objeto representado só é reconhecido após a ação gráfica quando a criança fala o que desenhou. Depois ela passa a antecipar o ato gráfico, verbalizando o que vai fazer. Vygotsky afirma que a linguagem verbal é a base da linguagem gráfica.

Fases do desenho segundo Vygostky: texto do professor Ricardo Japiassu, da Universidade do Estado da Bahia

Outros autores que tratam da temática Desenho Infantil: 
Edith Derdyk, 1989
Sueli Ferreira, 2001
Viktor Lowenfeld, 1977
Ana Angélica Albano Moreira, 1984
Analice Dutra Pilar, 1996
Herbert Read,1977

"Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças"Picasso

Interações entre Desenho e Escrita
     "O desenho começa como uma escrita, e a escrita como um desenho, depois a criança cria formas de diferenciação e de coordenação entre elas..."
    Em uma matéria publicada na Revista Viver Mente e Cérebro - Especial Emília Ferreiro, a autora Analice Pilar mostra o resultado de uma pesquisa sobre o desenho e sua relação com a escrita, além de descrever e discutir as fases do desenho segunto Luquet. (...)

Sugestão da autora - "Enfim, é importante o professor de artes visuais, de educação infantil e das séries iniciais compreender os sistemas de desenho e de escrita em seus níveis de construção, a apropriação desses objetos de conhecimento pela criança e algumas interações entre desenho e escrita. Não se trata de etiquetar a criança quanto aos níveis de desenho e escrita, mas de entender a construção dessas linguagens."

   O que pode ser observado no Desenho:  A produção gráfica da criança é bastante rica em detalhes que, se bem observados e interpretados, podem ser úteis na mediação da aprendizagem da criança.
    
Segundo Anabel Guillén, são aspectos observáveis:
  • Fases do desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio-afetivo
  • Percepção visual
  • Oralidade
  • Expressão
  • Reprodução
  • Criatividade
  • Traços da Subjetividade
  • Psicopatologias

Slides: Análise do Desenho Numa Perspectiva Psicopedagógica, da psicopedagoga Anabel Guillén, (o arquivo está em 3 partes).


Plano de aula: 23.09
  • Minhas considerações
   Após ler estes textos, vemos que todas as pessoas começam a se comunicar através da arte e do contanto com a mesma. As vezes começa a ser alfabetizada através dos quadrinhos que tambem é uma forma artistica. Sem falar que a música esta presente no respirar do humano e a expressão que nos remete ao teatro. Então como explicar esta desvalorização ou aversão que muitos, após crescerem, criam por estas linguagem dizendo não as entender ou algo do tipo. Por outro lado, a quantidade de pessoas que abandonam tudo para viver de arte ou algo relacionado a ela. 
  Todos estes fatos mostram a importancia que a arte possui e que mesmo sem saber defini-la nós necessitamos dela. Muitos perguntam como seria a vida sem Arte. Então o que percebemos é que mesmo os que dizem não gostar dela mesmo sem perceber necessitam de arte para vive.

Proxima postagem: 12/07 Serie da TV Escola sobre desenho em quadrinho parte 1
       
 4 partes desenho em quadrinhos, 
Sugestões de obras em quadrinhos e sites/blogs de quadrinistas, 
Sobre o desenho (texto da mesma autora que arte e artesanato porque barreiras), 
Sobre o Cartaz na arte e a arte publicitaria

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