Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A ARTE TAMBEM SE CONSTROI ATRAVES DA TROCA




Minha Opiniao −   
    O que seria da arte sem a constante troca de conhecimento para ampliar o mundo do artista e, assim, ajudá-lo a encontrar seu caminho? A maturação do estilo de cada um só é possível sabendo o que se anda fazendo fora do perímetro cotidiano, ver o trabalho de outros artistas e compreender a arte. É esse o intercâmbio almejado com a exposição. (todas as exposições tem este proposito em si e que nao é percebido diretamente pelos seus organizadores e artistas penso eu. E devia ser mais comum pois o mundo da arte, para quem nao sabe, muitas vezes é egoista.) 

... Xilogravura, técnica que possui a madeira como matriz, ressalta o prevalecimento do fazer manual diante dos avanços da tecnologia. Ao que parece, a arte com gravuras ainda mantém suas raízes de concepção e feitura, o gesto, o envolvimento do corpo, a entrega da alma e da mente do artista no momento de gravar. Por isso, os artistas dessa vertente são também chamados de gravadores, e o ato de gravar, como chamam, permanece com sua essência, seja na gravura em metal, no encavo, na xilografia, no relevo, na litografia e na serigrafia. 

        E se a essência do artista fica impregnada em suas obras? (um)A exposição promete trazer o melhor da essência... em relação ao ato de gravar impressões subjetivas à contemplação de olhos sensibilizados.(...). Uma boa troca de conhecimentos gera frutos que ecoam por anos a fio e ainda têm o potencial de desenvolver o construir artístico de ambos os lados do intercâmbio. Ganha também, ou talvez, quem está no meio apenas observando e contemplando como a mais expressão da subjetividade.

     Este Texto no qual fala sobre uma exposição especifica por isso eu o modifiquei para se adaptar ao conteudo geral porem importante da Arte como um todo.

  Proxima postagem dia 10/02 com o texto  "Um paradoxo na Arte"

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

MECENATO

     Independentemente do maior ou menor valor intrínseco de uma obra de arte, é indesmentível que a sua “consagração” está directamente dependente de um complexo, mas reduzido, grupo de actores sociais e colectivos (críticos, galerias, Estado, mecenas, etc.) que define o que é e o que não é arte merecedora de ser apreciada. 

   fonte do texto acima: http://guspim.net/2007/11/02/a-arte-esta-na-rua/

   O Mecenato foi um passo muito importante para a valorização da arte, mas afinal o que é ser Mecena pessoa que pratica o mecenato?

  Mecena: 
    Termo que denomina o apoio económico oferecido por um patrono, pessoa ou instituição abastada e influente, a artistas, cientistas ou desportistas com o intuito de promover a sociedade nos domínios cultural, científico, desportivo, entre outros, através das actividades empreendidas pelos destinatários. Embora se trate de um apoio desinteressado, a pessoa ou entidade beneficiada dedica, muitas vezes, a obra produzida ao seu patrono, prestando-lhe homenagem e consolidando o seu estatuto social.

Image Detail    O termo mecenato deriva de Gaius Mecenas* (m.VIII d.C.) um político romano, conselheiro do imperador Augusto e amante das letras que protegeu e ajudou escritores seus contemporâneos como Virgílio, Horácio e Tito Lívio. O seu apelido é habitualmente usado como sinónimo de patrono e símbolo do rico benfeitor das artes. A prática é-lhe, no entanto, muito anterior pois os faraós do Egito e os tiranos Gregos como Péricles favoreceram a criação artística como meio esplendoroso de afirmar a sua grandeza. De qualquer forma, o objectivo mudou dado que o patrono não busca a obtenção de reconhecimento ou glória em resposta à sua oferta, que se quer puramente unilateral.

*Cayo Cilnio Mecenas lat. Gaius Cilnius Maecenas




250 x 350 

 
 
 
fonte:http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=464&Itemid=2 

Historia: 

O Mecenato Entre 1450 e 1550 a produção artística na Península Itálica era bastante intensa. Esse foi o período de maior produção cultural durante a Renascença. A Renascença ou Renascimento foi um movimento cultural ocorrido na Europa entre os séculos XIV e XVI. Durante esse período ocorreu uma mudança radical nos valores cristãos, até então dominantes na época. Durante toda a Idade Média predominou a idéia do teocentrismo, ou seja, Deus era visto como sendo o centro de todas as respostas. O que guiava o pensamento humano era a fé. Todo aquele que duvidasse do poder divino sofria severas punições. Dessa forma a Igreja manteve obscuros textos e livros de filósofos gregos, pois estes poderiam incitar pensamentos e indagações que não combinavam com o dogmatismo cristão. 
 
  Ibn-Rushd - mais conhecido como Averróis –, a partir de 1169, passou a traduzir para o árabe e para o latim textos e livros do filósofo grego Aristóteles. Dessa maneira ele estava de alguma forma preservando os valores e o pensamento greco-romano. O Renascimento fez ressurgir esse pensamento e os valores greco-romanos.







   













                                                
                                              Ibn-Rushd - mais conhecido como Averróis

   
  
Uma das características da Renascença foi a maior valorização do ser humano como agente criador e transformador de idéias. O teocentrismo conformista dá lugar ao antropocentrismo mais questionador e com maior destaque para o homem.
Artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, mais questionador e com maior destaque para o homem.

    Artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Rafael Sanzio e Sandro Botticelli espalhavam suas obras pela Península Itálica. Entretanto todo esse movimento cultural e artístico não ocorreu de forma tão espontânea. 


         
                                                                                                                                Boticceli


Rafael

     Comerciantes italianos e árabes, desde o século XII, intensificaram seu comércio com o Oriente, possibilitando assim um acúmulo de riquezas muito grande. Esses comerciantes passaram a encomendar obras a artistas locais. Com o passar do tempo essas encomendas intensificaram-se, tornando-se posteriormente, um patrocínio cultural. Essa prática, conhecida como mecenato, financiou a produção artística de músicos, pintores, escultores, arquitetos, escritores etc. O mecenato foi um importante mecanismo que alavancou o Renascimento em cidades italianas como Florença e Veneza e serviu de base para a Revolução no pensamento humano que veio a ocorrer durante este período.

Por Valter Pereira
Colunista Brasil Escola


    A decadência ou menor frequência da prática do mecenato deveu-se a um progresso na imprensa e a um aumento das publicações. Para ultrapassar esta tendência negativa e incrementar o apoio gratuito, a legislação estipulou a “Lei do Mecenato”, um preceito legal que prevê benefícios fiscais para a pessoa ou instituição que oferecer donativos para actividades desenvolvidas num de vários domínios (cultural, ambiental, desportivo, tecnológico, etc.) Esses mesmos benefícios dependem do reconhecimento dos Ministros das Finanças e da tutoria da área beneficiada, obedecendo a uma hierarquia que privilegia o mecenato social.


    Os marchands de arte hoje na minha opinião podem ser os mecenas atuais pois eles sao capazes de tornar uma obra famosa ou nao fazendo sua promoção. Os criticos de arte tambem assim podem ser chamados pois dependendo de quem se trata a obra eles a valorizam ou não.
     Uma materia exibida na Globo.com da um exemplo interessante sobre este assunto e olha que este post foi feito antes de ver materia heim!

Proxima postagem dia 25/02 "Arte tambem se faz com a Troca"

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ARTE COBIÇA: Roubo

    Ola pessoal, hoje trataremos de um assunto muito mais comum do que se imagina e que de certa forma traz  grandes prejuízos tanto culturais quanto financeiros a população: o roubo de arte. A referencia usada neste texto foi um documentario de aproximadamente 45 minutos visto na televisão. Ele é um programa produzido no hemisfério norte, então a maioria dos dados são de países europeus: a Europa foi o continente mais focado na noticia.
    O roubo de arte é um ato bem mais comum do que se imagina. Ele é o segundo roubo mais praticado no mundo perdendo somente para o trafico de drogas e aproximadamente 50% das obras roubadas são recuperadas porem os outros 50% ou mais ficam perdidos. A maioria dos casos ocorre em galerias particulares que possuem pouca segurança tornando assim alvo fácil dos ladrões e porque as obras ano possuem seguro por este ser de alto valor e inviável para os donos das peças. Outro fator é a exposição das obras que precisam ser mostradas para apreciação e as galerias não comercializam com ladroes. O ranking de cidades nas quais se roubam mais obras de arte são cinco: E aqui estao elas:

Turquia



Suíça 










3 Rússia




2 Republica Tcheca





 
  1 Itália            








   O programa ainda citou os 5 maiores roubos já realizados porem lembro somente dos 3 que falarei agora:

5 Roubo do quadro "O Grito" de Edvard Munch, nos quais os ladroes roubaram e ainda deixaram um bilhete bem desaforado: "Obrigado pela falta de segurança". Felizmente o quadro foi recuperado.
                        
                                
3 ou 2 - O roubo em uma casa particular, no qual a dona viajou para passear e os ladroes entraram, bateram no segurança e roubaram toda a sua coleção. Dias depois, o vigia disse que recebeu para facilitar o roubo. 
1 O roubo da Monalisa em 1911 no Louvre, no qual, vários artistas foram questionados inclusive Pablo Picasso.

    Na época o Louvre não possuia vigilância e varias pessoas utilizavam para ver arte e outras coisas mais. Então os ladroes entraram em um domingo, colocaram aventais brancos para se passarem pelo pessoal da limpeza, ficaram escondidos em um armário e sairam na segunda-feira (dia da faxina) para efetuarem o furto. Caminharam por todo o museu, colocaram a peça por baixo do avental e saíram discretamente pela porta. O roubo causou uma grande tristeza entre as pessoas que vinham de longe para observar o lugar vazio do quadro. No período do roubo, um falsificador estava realizando falsificações da Monalisa para vender por isso o ladrão teve que esperar dois anos ate que o falsificador vendesse as copias para poder fazer algo com a obra original.  O ladrão italiano desejava ver a obra de volta ao seu país de origem e foi pego pela policia.
  Um senhor que se ocupa em vistoriar a segurança dos locais artísticos da algumas dicas para retardar os ladroes no momento do roubo e diz que cameras de segurança não fazem nada com o ladrão e sim como o local em que ele deseja furtar esta preparado para distrai-lo.
     A dica dada é que devemos fechar a janela com proteções usadas em bancos e cofres publico, usar nos objetos de arte um vidro de poli carbonato resistente a choques e a bala, enterrar sensores ligados diretamente a agência de seguro alem de comeras com ângulo de 360. Estes dispositivos atrasam o ladrão ate quem sabe a policia chegar.  
    Os motivos que  os ladroes de obras de arte alegam ter para furtar obras é que elas são muito valiosas, não são comercializadas facilmente então elas são usadas como garantia de algum em acordo, alem de poder testar seus próprios limites, a segurança do local para ganhar fama e satisfação pessoal. Um deles dos ladroes entrevistados, que agora esta aposentado e foi um dos maiores da historia dos  EUA, disse que já teve acesso a muitos acervos de museus ou (deposito) e lá é um lugar frágil pois muitas obras estão la e provavelmente algumas delas nem chegaram a ser expostas fazendo com que não se tenha culpa em pegar algo que não será visto. Por causa de todos os fatores mencionados, eles afirmam que nenhuma obra esta 100% segura e podem sim ser roubada.
   E aqui termino este texto.

Próxima postagem: mecenato na arte dia 18/01

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

ARTE-TERAPIA

      Decidi colocar este artigo aqui, pois em um topicos do site Spiner postados anteriormente, foi citado que a arte cura. Entao pesquisei sobre arte-terapia para que eu assim como voces pudessem conhecer já que sou leiga no assunto. Esta é uma das possibilidades da arte e que não fuge do assunto discutido neste blog.

Arte-Terapia

   
     A Arte-Terapia é um tipo de psicoterapia que utiliza a expressão artística como instrumento terapêutico: cantar, dançar, desenhar, pintar, esculpir, recitar, representar e escrever são desde sempre expressões humanas primordiais.
    Os diversos meios utilizados permitem ao inconsciente expressar-se e revelar aquilo que até então não era consciente, facilitando e enriquecendo o processo terapêutico.

    Recorrer às metáforas e ao simbólico através da expressão artística permite aos pacientes com alguma resistência a expressão verbal, uma possibilidade de mostrarem os seus sentimentos de uma maneira alternativa e de certa forma divertida, facilitando assim uma reparação das problemáticas.

    A Arte-Trapia é similar aos processos terapêuticos psicanalíticos, porque em sua metodologia utiliza-se em parte a livre associação das ideias e a expressão espontânea. Por esta razão, o atelier de Arte-Terapia não é de todo um lugar para se dar aulas, nem uma terapia ocupacional que tem como objetivo a distração. É uma verdadeira “ferramenta” terapêutica de busca sobre si mesmo, que pode ser praticado tanto em sessões individuais como em grupo.

A Arte-Terapia funciona em três níveis:

1º) O Lúdico
   “Criar brincando e brincar criando” poderia ser o lema desse nível, que visa fazer renascer e descobrir dentro de si a capacidade inerente de criatividade. Tomar contato com os próprios dons e brincar como crianças, permite-nos estar no “aqui e agora”.

2º) O Terapêutico
   Os atos simbólicos e criativos provocam uma verdadeira libertação emocional que age nos níveis físico, psicológico e energético. O atelier recria um espaço de segurança, onde a pessoa se dá o direito de através do ato criativo agir em sintonia na totalidade do seu ser. Sua ação é múltipla, permitindo entre outras coisas, uma melhor expressão das suas emoções e sentimentos, o estímulo da imaginação e da criatividade, o aumento da auto-estima e da confiança e também a capacidade de expressão, que proporciona um melhor conhecimento de nós mesmos.

3º) O Transformador
     A arte terapêutica associa o processo de evolução psicológica com a criação artística. Devemos então considerar que a arte e o ato criativo tomam suas origem dentro do corpo (comparado ao magma original), como uma pulsão que nos religa a nossa parte arcaica e a nossa dimensão universal que chamamos de Tudo, Deus, Guia... Dentro da nossa psique, C.G Jung denominou-a de “Si Mesmo” (ver texto C.G.Jung). Podemos então fazer uma analogia interessante entre o ato criativo e o processo alquímico, usando-o como uma metáfora psicológica aplicável ao ato criativo. A transmutação alquímica efetua-se sobre a matéria (Prima Matéria) para se poder criar a obra (Opus), a qual passará por diversos estágios transformadores do processo alquímico: calcinatio, solutio, coagulatio, sublimatio, entre outros. 

    De um ponto de vista psicológico, podemos considerar a Prima Matéria a nossa Sombra, onde se esconde nossas pulsões arcaicas, conflitos, medos, complexos, etc. A Obra (alquímica e/ou artística) encontra sua fonte dentro da Sombra (Prima Matéria) para que seja transformada, de maneira a produzir a Obra e alcançar aquilo a que os alquimistas chamavam de Lapis: a Pedra Filosofal. A Obra é de fato, todo o processo criativo de transformação para atingir a “produção” final. Por sua vez, a Obra Artística permite transformar nossas pulsões arcaicas e convertê-las em materia pura. É o momento da sublimação.

     Podemos concluir então, que a Obra terminada contém também a Prima Matéria. A simultaneidade da causa e efeito encontram-se reunidos dentro do Lapis, mas também dentro do ser que terá produzido esta Obra. Podemos então dizer que a Arte-Terapia proporciona a Transformação.
  • É preciso ser artista para se fazer terapia com a arte?
    Claro que não! Não há necessidade de conhecimentos prévios das artes para fazer Arte-Terapia. Esse tipo de abordagem foi criada para estar ao alcance de todos. Não procuramos a técnica, nem o bonito, nem o correto, mas sim e principalmente a expressão livre das emoções e as tomadas de consciência dos nossos padrões de comportamentos inconscientes, permitindo então a transformação.

    Aliás, é muito importante salientar que quando uma nova paciente informa que pratica uma arte regularmente (a pintura por exemplo), raramente iremos praticá-la na sessão de terapia.

     Neste caso, iremos trabalhar modalidades artísticas que ela desconhece e de vez em quando observar e analisar obras que ela tenha feito em outras alturas da vida na área da pintura.
  • Então, podemos dizer que a arte cura?
  Esta pergunta é comum e lógica depois desta explicação, no entanto, lamento dizer que a resposta é NÃO!
  •     Então para que serve a Arte –Terapia?
     É preciso que se perceba a grande diferença entre a arte praticada como passatempo ou profissionalmente e a arte usada para a terapia.

    A primeira opção, isto é, a arte em si, não cura. Basta observar alguns dos grandes artístas como Dali, Van Gogh, Diaghilev, que foram génios na sua arte, mas que nunca conseguiram curar-se de suas doenças mentais. Aliás, era em grande parte as suas “loucuras” que lhes permitiam fazer tais obras. No entanto, se fossem feitas ao lado de um terapeuta, este poderia fazê-los compartilhar os seus momentos de crise, ajudando-os assim a ultrapassá-los. São os famosos artistas amaldiçoados, e é bem provavel que se tivessem praticado a Arte-Terpia não teriam criados obras tão geniais!

    No caso da arte terapêutica, a grande diferença é que a pessoa em sofrimento mental ou existencial está acompanhada e se encontra num espaço seguro debaixo do olhar complacente do terapeuta.
  • Quais são as doenças e problemáticas que a Arte-Terapia pode tratar?
     A Arte-Terapia oferece um grande campo de acção terapêutica e pode ser utilizada nos seguintes casos:

•depressão
•estresse pós-traumático (após um acidente, doença grave, aborto, parto, etc.)
•perturbações da personalidade
•problemáticas afetivas
•estresse, ansiedade e fobias
•dependências químicas, com álcool e/ou drogas
•distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia
•crises existenciais resultantes de separação, divórcio, luto, mudança profissional, de país ou de região
•procura voluntária de conhecimento de si mesmo ou de desenvolvimento pessoal

    Oferece a vantagem de poder ser utilizada por todas as idades, em pessoas doentes (com cancro por exemplo), deficientes, psicóticos e também em idosas.
  • Quais são as modalidades artisticas utilizadas?
    Alguns arte-terapeutas especializam-se numa arte em particular, como a dança, as artes plásticas, o teatro, etc.

    No meu caso em particular, utilizo várias modalidades artísticas, por ter estudado e trabalhado com diversas artes antes de me tornar terapeuta, tais como: pintura, desenho, escrita, dança, modelagem, música, teatro, máscaras, mandalas, etc.

    Toda esta variedade permite-me utilizar a arte adequada no momento certo da terapia (é possível que várias modalidades artísticas sejam utilizadas numa só sessão se o caso assim o exigir).

     É de salientar que pintar uma tela não irá ativar dentro da paciente o mesmo processo que a dança ao som de uma música. Tudo irá depender do momento, da pessoa e do que está se passando com ela naquele instante ou naquela fase de sua vida.
  • Que abordagem psicológica é utilizada nas sessões?
      Isto é algo que varia de um arte-terapeuta para outro. Eu escolhi a abordagem Junguiana e Transpessoal (ver “categorias” C.G.Jung e Psicoterapia Transpessoal), porque a arte permite um contato direto com o inconsciente e o mundo dos arquétipos.
     Depois de terminada a minha formação clínica, comecei a estudar a arte-terapia, e a abordagem da psicologia feita por Jung era aquela em que na minha opinião fazia mais sentido, inclusivamente no que diz respeito ao trabalho com mulheres, visto que ele não se limitou à noção do Inconsciente pessoal, indo mais além na descoberta do Inconsciente colectivo (este e outros tópicos são explicados na seção dedicada à ele).

    Numa primeira consulta é feito um levantamento da história clínica da paciente, onde é perguntado quais são as suas queixas e os objetivos que pretende alcançar com a terapia. Utilizo então o diagnóstico clínico que classifica os disturbios da psique, pois este permite-me estabelecer uma estratégia terapêutica. Nas sessões seguintes, os trabalhos artísticos nos levam obrigatoriamente a interpretação na visão Junguiana e em determinadas situações na visão Freudiana.

     Concluo este artigo a citar a conclusão do livro da arte-terapeuta francesa Nicole Weill (Ma pratique de l´art-therapie-Ed.Le souffle d’or) :

    “Cheguei a conclusão que os artes-terapeutas não correspondem ao perfil típico dos analistas e psicoterapeutas, acredito sinceramente que constituem uma profissão diferente, uma nova corrente mas próxima ao xamanismo e ao misticismo. Uma sessão de arte-terapia equivale a uma cerimônia sagrada na qual o sentimento dominante é a devoção. Uma profunda devoção para o “Tudo” que o terapeuta reverencia no outro.

    O Arte-Terapeuta é “um apaixonado” pelo Si mesmo (ou Eu superior que nos liga ao “Tudo”)»
© Nathalie Durel-2004-Todos direitos reservados Arte-Terapia para as mulheres
    Para toda ação terapêutica é primordial levar em conta o tipo de ser humano a que se vai atender, para que seja possível estabelecer uma estratégia de terapia adequada e para que o paciente sinta-se em segurança e compreendido em todas as dimensões do seu ser. A empatia entre a terapeuta e o paciente é fundamental para o sucesso do tratamento.

    A antropologia da saúde, disciplina relativamente recente, ensina-nos justamente a adaptar a nossa terapêutica ao tipo de ser humano que estamos a tratar, levando em conta o sexo a que pertence, a sua idade, cultura, raça, religião, etc. Só deste modo o paciente será capaz de expressar-se em total confiança, permitindo que o trabalho terapêutico lhe proporcione uma verdadeira transformação.

    O mundo da mulher é um mundo bem específico e achei por bem especializar-me num tipo de atendimento direcionado à elas.

    Em geral, as mulheres são muito intuitivas e mais familiarizadas com o mundo das emoções, o que geralmente assusta bastante os homens. Isto acontece por várias razões, uma delas pelo facto de serem cíclicas devido a menstruação, o que ocasiona as típicas oscilações de humor que tanto deixam os homens perplexos e por vezes nós próprias.

    É no hemisfério cerebral direito que se encontra alojada a nossa intuição e parte do nosso mundo emocional (esta aloja-se também no sistema límbico). Esta parte do cérebro funciona por analogia, associações de ideas e símbolos, e corresponde normalmente a uma actividade “inconsciente”, a mesma que encontra-se bastante activa nos artistas e nas pessoas criativas.

    As mulheres são muito criativas e se alguém duvidar disso, basta pensar no “malabarismo” que fazem no seu dia-a-dia para ao mesmo tempo cuidar dos filhos, do marido, da casa, do trabalho e delas (quando obviamente sobram tempo e energia para tal). Por esta e por outras razões é legítimo dizer que SEM SOMBRA DE DÚVIDA AS MULHERES SÃO REALMENTE MUITO CRIATIVAS!!!

    O problema está justamente no fato de perderem-se em tantos esforços criativos para cuidarem constantemente dos outros, antes de tratarem de si próprias (o tão famoso sacrifício da “boa mãe”). É fundamental que voltem a conectar-se com elas mesmas e com o mundo criativo puramente feminino, para que seja possível recriarem o seu interior e renascerem para uma nova vida.

    Para ilustrar este problema de uma maneira adequada, nada melhor que citar parte do texto de introdução do maravilhoso livro “Mulheres que correm com os lobos”, de Clarissa Pínkola, livro este que em minha opinião toda mulher deveria ler.

«Sentir, pensar ou agir segundo qualquer um dos seguintes exemplos representa ter um relacionamento parcialmente prejudicado ou inteiramente perdido com a psique instintiva profunda. Usando-se exclusivamente a linguagem da mulher, trata-se de sensações de extraordinaria aridez, fadiga, fragilidade, depressão, confusão, de estar amordaçada, calada a força, desestimulada. Sentir-se assustada, deficiente ou fraca, sem inspiração, envergonhada, com uma fúria crônica, instável, amarrada, sem criatividade, deprimida, transtornada. Sentir-se impotente, insegura, hesitante, bloqueada, incapaz de realizações, entregando a própria criatividade para os outros, escolhendo parceiros errados, empregos ou amizades que lhe esgotam a energia, sofrendo por viver em desacordo com os próprios ciclos, superprotetora de si mesma, inerte, inconstante, vacilante, incapaz de regular a própria marcha ou de fixar limites. Não conseguir insistir no seu próprio andamento, preocupar-se em demasia com a opinião alheia, afastar-se do seu Deus ou dos seus deuses, isolar-se da sua própria revitalização, deixar envolver exageradamente na domesticidade, no intelectualismo, no trabalho ou na inércia, porque é esse o lugar mais seguro para quem perdeu os proprios instintos.

     Recear aventurar-se ou revelar-se, temer procurar um mentor, mãe, pai, temer exibir a própria obra, antes que esteja perfeita, temer iniciar uma viagem, recear gostar de alguém ou dos outros, ter medo de não conseguir parar, de se esgotar, de se exaurir, curvar-se diante da autoridade, perder a energia diante de projetos criativos, encolher-se, humilhar-se, ter angústia, entorpecimento, ansiedade. Ter medo de revidar quando não resta outra coisa a fazer, medo de experimentar o novo, medo de enfrentar, de exprimir sua opinião, de criticar qualquer coisa, de sentir naúseas, aflição, acidez, de sentir-se partida ao meio, estrangulada, conciliadora e gentil com extrema facilidade, de ter sentimentos de vigança.

   Ter medo de parar, ter medo de agir, contar até três repetidamente sem conseguir começar, ter complexo de superioridade....... Essas rupturas são uma doença não de uma era, nem de um século, mas transforma-se em epidemia a qualquer hora e em qualquer lugar onde as mulheres se vejam aprisionadas, sempre que a naturaza selvática tiver caído na armadilha. Uma mulher saúdavel assemelha-se a uma loba; robusta, plena, com grande força vital, que dá a vida, que tem consciência do seu território, engenhosa, leal e que gosta de perambular....»

   Não é preciso maiores explicações, pois neste texto estão contidos os vários tipos de sofrimentos que uma mulher enfrenta na sua existência. Aconselho vivamente à mulher que ao lê-lo tenha se incomodado de alguma forma, que procure ajuda rapidamente, pois as nossas emoções não mentem ao ler palavras tão verdadeiras.

    A Arte-Terapia é sem dúvida alguma um excelente método (visto que é da ordem criativa e simbólica) para ajudar a mulher a reapropriar-se de sua verdadeira identidade.
    Mas atenção, pois criar somente não é o suficiente! Do meu ponto de vista é igualmente importante reservar à consulta um tempo definido para a expressão verbal, de maneira a conversarmos sobre aquilo que foi criado e que é sentido.

   Obviamente que o papel da terapeuta é fundamental nesta relação terapêutica. Esta, obrigatoriamente deve ter realizado um largo e vasto trabalho sobre si mesma (terapia pessoal de muitos anos e supervisão regular) e sobre a sua própria feminilidade. Ela deve ser capaz de criar uma relação de confiança com a sua paciente, de modo a que esta sinta-se livre para expressar o que sente e pensa sem ser julgada, mas apenas compreendida através dos seus sofrimentos e preocupações.

    A terapeuta deve inspirar confiança na paciente, devendo ainda ser capaz de enxergá-la para além dos seus sintomas, pois existe sempre uma parte de sua personalidade que mantém-se “sã e salva”, e é justamente esta parte que se deseja resgatar e trazer à luz do mundo.

      Como já citado anteriormente, a mulher é muito intuitiva e no seu íntimo, sabe realmente o que é bom para ela, mesmo que muitas vezes o negue.

    Os grandes vilões acabam sempre por ser os mecanismos de defesas (às vezes conscientes mas na maioria das vezes inconscientes) que entram “em jogo” e boicotam o trabalho terapêutico. Quando isto acontece, a terapeuta deve ser capaz de detectá-los e ajudar a paciente a ultrapassá-los, sempre respeitando seu ritmo.

    Tenho por hábito de dizer que a Psicoterapia finca-se obrigatoriamente sobre uma Lei que designo como: A lei dos 3 P’s

- Proteção: a paciente tem necessidade de um espaço onde se sinta em segurança física e psicológica;

- Permissão: para que progressivamente e com a ajuda da terapeuta autorize-se a ser e a agir – como por exemplo: tomar decisões de mudança de vida, etc;

- Potência: o que então lhe proporcionará, felicidade, criatividade, serenidade, liberdade, paz e outros benefícios.

    A arte-terapeuta é uma simples guia, que deve conhecer o seu papel na perfeição e saber qual a sua posição no processo terapêutico que a sua paciente inicia.
   Ela deve saber principalmente quando intervir e quando ficar retraída, pois afinal muitas vezes o silêncio vale mais do que mil palavras!

   O atêlier de Arte-Terapia deve ser um “ninho” protetor onde a mulher se possa “desvendar” em total segurança. Somente assim, ela conseguirá alcançar a sua plenitude.


    Proxima postagem: 11/01/2011 "Arte cobiçada: Roubo" Um documentario exibido em um canal pago que eu assisti e que se tratava sobre o roubo de arte

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