Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

AFINAL, O QUE É ARTE CONTEMPORANEA? (parte 2)

Continuaçao das respostas de varios pensadores ligadis a area
Marcia Tiburi (doutora em filosofia, escritora e apresentadora de TV)
“Arte contemporânea é um conceito que, a meu ver, vale mais como produto da ‘arte conceitual’ do que como recorte histórico que signifique algo. Na verdade, é uma definição anacrônica, tanto quanto a arte conceitual, que nasceu da crise dos críticos (a morte da crítica, sim, foi pouco avaliada). Também a palavra arte se tornou anacrônica. Ninguém entende de arte, nem de arte conceitual. Nem de conceitos. Não temos, é claro, aparato conceitual que dê conta dos fenômenos. Em outras palavras: ‘arte contemporânea’ é uma definição que usamos vagamente para sinalizar que nas produções atuais vemos algo de arte. Mas não sabemos o que é arte e ficamos a insistir em arte contemporânea por falta de domínio conceitual. Círculo vicioso, sim. Portanto, eu não confio nessa ideia. O povo? Ora, deixemos o povo pra lá que, como o marido, é o último a saber. Mais importante é avaliar que estamos no tempo da performance, do design e do espetáculo. Performance é o que há de mais parecido com o que chamávamos de arte, design com o que envolvia conceitos, espetáculo com o que chamávamos cultura de massa. Enquanto as categorias permanecerem em tensão, nossa cultura tem futuro. Do ponto de vista das formas, o que me interessa hoje é literatura como tal, que não se importa em ser literatura, que cospe nos roteiros de cinema disfarçados de escritura, que vomita no contentamento dos semianalfabetos de alma, que o são também políticos, ou os bem-pensantes; prefiro os insuportáveis, os sem-medo nem limites, quem sabe Lobo Antunes, mas, sobretudo, os pichadores das cidades grandes. Para mim, tudo o que chamamos de arte um dia está nos muros, perturbando a ordem enfeitadinha do nosso circo. Mas não é mais arte, é apenas o que nos faz ver que retornamos ao pó.”

Márcio Harum (pesquisador do grupo Hélio Oiticica e do Programa Ambiental)
“Essa indagação não é nada simples e não tem resposta alguma que satisfaça as pessoas… Enquanto estou aqui pensando, acho que não vou conseguir escapar das reminiscências do credo difundido por Charles Baudelaire (1821-1867): ‘É preciso ser de seu tempo’ (Il faut être de son temps, citação original do pintor Honoré Daumier, 1808-1873). Hoje em dia, o ponto de inflexão comum a todos talvez seja: ‘Preciso ser mesmo do meu tempo, mas que tempos são esses, afinal?’.”

Sônia Alves Dias (formada em artes plásticas, participou do coletivo Vinte e Sete+Um e assina o blog A Letreira)
“Chama-me atenção o fato de vivermos uma fase artística carente de novos talentos individuais. Há uma sensação incômoda no ar, de que no mundo atual uma parte significativa da sociedade se autodenomina artista e, em decorrência desse excesso de pseudotalentos, a arte fica no meio-fio entre o que é permitido e o que é possível e quem são os executores práticos dessas ideias. Não dá para falar em arte contemporânea sem pensar em TV, internet e tantos outros recursos tecnológicos e audiovisuais, que fazem com que as transformações e intervenções da arte em movimento sejam captadas e reinventadas em tempo real. Atualmente, o que mais chama atenção é o campo literário. Pois a quantidade de escritores fantasmas que se revelam através de blogs e comunidades literárias é cada vez maior. No Brasil, inclusive, existem cursos acadêmicos de formação de escritores e agentes literários, onde cada aluno mantém um blog. Essa nova condição de escritor virtual multiplica-se vertiginosamente deixando no ar a pergunta ‘o que esperar da escrita futura feita por escritores formados e formatados?’.”


(...)
Eduardo Senna Boaventura (historiador, artista visual, gestor cultural)
“Como é visível em tudo que foi dizível por diversos autores, arte contemporânea constrói uma divisibilidade, própria das contradições em sermos ‘contemporâneos de nós mesmos’, cuja existência é inexoravelmente contradição em uma história marcada pelo exercício da corrupção. A arte mostrou-se no processo histórico como o melhor dos meios de comunicação para retratar a realidade em que cada autor esteve ou está contextualizado.


Ao lutarmos contra as imagens prontas, os desejos pasteurizados, as conclusões acabadas, não nos opomos aos instrumentos de comunicações dominantes, mas ao domínio dos instrumentos como fórmulas prontas de resultados previstos e testados.
A guerra contra a imagem como instrumento de subversão da realidade não pode se opor à realidade como forma de subversão da imagem, nas quais atuamos como criadores e criaturas.”
Christiana Daisy
“De qualquer modo qualquer coisa é sempre alguma coisa…!


   Algo muito simples, algo muito complexo, algo muito controverso ou talvez contra o verso, o inverso do que se pretende ser? o universo do ser? Como definir arte contemporânea se o próprio termo arte ainda é algo vago, abstrato e intangível. Arte, anti-arte afinal do que se trata? Haja singularidade, pluralidade, imcompletude, polissêmia, o dito e o não dito, o vísivel e o invisível, o tangivel e o intangível …afinal do que se trata?! O que legitima, o que exclui, o que torna a arte mais arte que outra arte? O que torna a arte uma anti-arte ou uma arte qualquer. O que é arte contemporânea afinal? Seria a arte deste tempo, do nosso tempo? Seria a arte com tempo? a arte sem tempo? Porquê arte contemporânea e não arte Extemporânea? Porque arte? Porque perguntar? Porque responder? Porque o confronto? Porque o conflito? Arte é tudo que assim se denomina? Ou tudo o que domina, pre-domina? O instituído, o constituído, o destituído? Afinal oq que é arte contemporanea? A arte que se faz no confronto com a obra, independente de seu estado, de seu estágio, de seu tempo? O que se cria, concebe e denomina? O que se diz arte? o que se sente arte? O que o artista cria, o que o observador casual e o aficcionado entendem do que se cria? Outras criações? Arte afinal o que é? Um valor construido pelo olhar especializado, ou desconstruido pelo olhar despretencioso do olhar comum, do senso-(in)comum? Arte-final, finalizada…obra imcompleta de nosso imaginário. Arte afinal, o que é? Como definir? Porque ~simplesmente “não fruir e usufruir” do que se diz arte, se assim se intitula? Arte que se consuma na fruição, arte que se consome na fruição, arte que consumo, arte com sumo, em suma o que afinal é arte comtemporânea retirados os conceitos, preceitos e preconceitos que embalam, rotulam e lacram e isolam tudo o que não seja arte, ou pelo menos a arte que vemos, a arte que cremos , a arte que acreditamos ver? Algo muito simples, algo muito complexo, algo muito controverso…melhor só indagar, não responder…deixar que a arte se faça em seu confronto com a obra, com o artista, com o público e com o privado…desde que a arte se faça contemporânea, extemporânea ou como queiram!”
Charô (que acredita que meerkats don’t wa-da-tah to the shama cow e assina o blog Artposts da Charô e @acharolastra)
“Definir arte tem como objetivo tolher horizontes. Trata-se de impor limites sócio-culturais, financeiros e políticos à expressão humana. Ainda assim, diria que arte pode ser encontrada em tudo o que é concebido, interpretado ou entendido como arte. Mas isso seria perda de tempo.”


Daniel Brazil (roteirista e diretor de TV e assina o blog Fósforo)
“O velho conceito dicionarizado de arte ainda resiste: arte é tudo aquilo feito pelo homem com intenção de provocar uma emoção de ordem estética.


Mudaram os suportes, os contextos, as técnicas, mas não mudou a intenção primordial. No limite, se relativizou. Sensações como o tédio, o desconforto, a irritação e a mera curiosidade ganharam status de emoção estética. Sintoma de contemporaneidade.”

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

AFINAL, O QUE É ARTE CONTEMPORANEA? parte 1

SE a pergunta o que é arte ja nos aflinge tanto imagine o que arte contemporane. Nao me pergunte pois ate hoje estou na primeira pergunta e ainda custo a entender mesmo gostando pois muita das coisas nao precisa entender pra gostar, basta sentir ne? Este é um artigo com varias opinioes para escolherem a sua

Afinal, o que é arte contemporânea?

Micheliny Verunchk
Decifra-me ou te devoro. É o que parece dizer a arte contemporânea a qualquer pobre mortal que ousa encará-la. Filha do desencanto e das tensões advindos do instável século XX, surge representando uma ruptura com o que, até então, se chamava arte moderna.
Como a esfinge, que aqui lhe serve de metáfora, a arte contemporânea nasceu, sobretudo, questionadora, amante da polêmica. Não lhe interessavam os velhos moldes, o cânone, o sentido tradicional da beleza. No entanto, denunciam alguns, e atualmente tem se rendido a um mercado cada vez mais manipulador e caracterizado por cifras estratosféricas.
Oscilando entre a incompreensão e os julgamentos de valor traduzidos em questões sobre sua utilidade e autenticidade, é alvo de discussões apaixonadas. Assim, a Continuum convidou algumas pessoas a responder ao enigma: O que é arte contemporânea?
Affonso Romano de Sant’anna (poeta, ensaísta e professor)
“A expressão ‘arte contemporânea’ é muito precária, não resiste a uma análise. Não se pode considerá-la sem investigar outra expressão igualmente confusa: ‘pós-modernidade’. Isso, de maneira geral, caracteriza muito do que se fez nos últimos 40 anos. Tem muita bobagem teórica e prática para ser revista. Cito alguns tabus. Veja John Cage – tinha algum talento e perdeu-se no histrionismo. Veja Duchamp, mal lido e mal interpretado há 100 anos. Continuo insistindo: temos que passar o século XX a limpo, não para voltar ao XIX, mas para equacionar os equívocos de nossa geração. Uma das tolices de nossa época foi achar que a ‘modernidade’ era o topo da história. Como se diz, ‘pretensão e água benta cada um toma quanto quer’. ”

Ana Mae Barbosa (doutora em arte-educação e professora)
“Não dá para resumir a arte contemporânea numa só característica, pois a pluralidade domina nosso tempo. Assim, podemos apreendê-la pela seguinte série de qualidades:
– consciência da morte da autonomia da obra ou do campo de sentido da arte em prol da contextualização.
– metalinguagem: reflexão sobre a própria arte.
– incorporação de matrizes populares na arte erudita.
– preocupação em instaurar um diálogo com o público e levá-lo a pensar.
– tendência ao comentário social.
– ‘interritorialidade’ das diversas linguagens.
– tecnologias digitais substituindo a vanguarda.
O que mais me tem chamado atenção é a confirmação do comentário de Arthur Danto, de que sob a designação de arte contemporânea temos muitas vezes a continuação da arte moderna. Isso é verdade especialmente no Brasil, que é muito apegado ao modernismo.”

Dalva Soares Bolognini (especialista em cultura popular)
“Arte contemporânea é toda expressão artística que revela, em traços ou por inteiro, a atualidade da vida social – local ou mundial. Assim, cada momento da sociedade, cada mudança visível de um grupo social, pode ser representado e percebido nos seus vários suportes. Historicamente esse tempo social é geralmente longo, suficiente para gerar um movimento artístico. Gostaria de mencionar que, no final da Segunda Guerra Mundial, os automóveis americanos, pesados e quase sempre pretos, que haviam cedido seu lugar nas fábricas para os veículos bélicos, ressurgiram enormes e coloridos, como a sinalizar um tempo de bonança e felicidade plena, onde o espaço era primordial.”

Ivôn Rabelo (mestrando em literatura e interculturalidade pela Universidade Estadual da Paraíba)
“O dizer sobre arte, em si, já é algo complicado. Mas carrega algo de simplório, pois qualquer tentativa de expressão que condense os conhecimentos acumulados pela humanidade, e, além disso, os saiba traduzir como manifestação simbólica, deve ser alçada ao posto de discurso sacralizado. A arte na contemporaneidade não foi vanguarda, mas torna-se agora, em nossa pós-contemporaneidade: um atributo da velocidade com que (es)corre a areia fina da ampulheta do século XXI, passagem instantânea que a deixa (es)correndo pelas frestas da litania [ladainha] de paz e paciência pela qual oramos diariamente nessa grande sala babélica de exibições em que se transformou a internet, a TV digital, a parafernália musical, audiovisual e literária das celebridades instantâneas de Warhol. Nada precisa fazer ou dizer fazer um sentido, mas, sim, vários (além dos triviais e exauridos cinco que desde sempre disseram que possuímos), em qualquer forma de expressão dita artística, pós-contemporaneamente falando. É essencial que nos remeta ao mais pré-histórico dos intentos: uma tentativa de união com um algo dito sagrado. Ou até mesmo perfeita e convincentemente profano. Mas que seja sacro, e não um saco!”


Parte 1. O texto continua semana que vem com o link de referencia

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A ARTE E O ABSTRACIONISMO (Parte 3 final)

Tentativa de definição

Na experiência, do ponto de vista da relação com os objetos, o abstracionismo dá conta do possível distanciamento psíquico que sente o artista em sua produção, do temor, da constante intenção de transcendência ao fluxo do real. Coloca-se, desta forma, em oposição ao naturalismo, cuja base na experiência psíquica dá-se pela aproximação com o objeto, à empatia, ao envolvimento.
Ao chamarmos o abstracionismo uma categoria, não significa que ele se identifique com a definição kantiana do a priori puro. O abstracionismo não é uma forma dada anteriormente, sobre a qual é possível meditar-se sem qualquer relação ao real. Depende, ao contrário, inteiramente de um contato com o mundo da experiência; forja-se, o abstracionismo, diretamente sobre a vivência humana.
Por outro lado, não há coincidência entre o abstracionismo como categoria estética e o progressivo distanciamento entre o sensível e o racional, formulado por Hegel. Primeiro porque esta categoria abstrata é uma forma dada já na apreensão do objeto, portanto não necessariamente distante do sensível. Segundo, porque o distanciamento do real na experiência faz-se não em direção a uma análise (racional), logocêntrica, mas em direção à uma síntese plástica.

O abstracionismo e o estilo

Ao retornarmos à questão do estilo, após esta colocação do abstracionismo como uma categoria estética, é possível obter muitas luzes na análise das obras de arte. Diversamente de agrupar as obras apenas enquanto tem esta ou aquela aparência, pode-se buscar uma abordagem mais profunda, que saliente as raízes destes estilos na experiência vivencial com que foram produzidos.
É possível entender certas "anomalias" estilísticas, que ficariam não compreendidas se apelássemos para distinções superficiais. O estilo pontilhista, por exemplo, que superficialmente é figurativo, tem a abstração como concepção estética produtora. Contrariamente, a catedral gótica, que é abstrata na aparência e na construção, exige uma aproximação estética empática. Estes exemplos mostram como as categorias podem se relacionar complexamente com os estilos.
Por outro lado, é possível compreender o verdadeiro lugar do surgimento da abstração contemporânea: ao invés de apenas um modismo, como muitas vezes tem sido encarada por artistas e críticos, a abstração vem dar resposta às novas formas de experiência trazidas pela Revolução Industrial e pela Revolução da Informação.


Fonte: http://www.auladearte.com.br/galeria/abstracionismo.htm#ixzz3rJnHFoNI 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A ARTE E O ABSTRACIONISMO (PARTE 2)

Abstração e estética

Se tomarmos o estilo abstrato, entretanto, no seu aspecto positivo na modernidade, desenvolvido principalmente pelos abstracionistas formais, e que consistia em uma resposta aos (então) novos contextos sociais, então é possível situar e entender não somente a arte abstrata contemporânea, como delimitar a verdadeira esfera do abstracionismo inerente à arte.
Não tomaremos o abstracionismo apenas enquanto um estilo artístico, entre outros, mas relacionaremos o abstracionismo à experiência vivencial, não só no tempo presente mas no passado também. A própria constatação de que o abstracionismo surge como estilo em diversos períodos históricos, leva-nos a supor que as suas características são muito mais gerais que particulares, muito mais comuns a vários períodos que restritas a este ou aquele específico.
A tese que se coloca é a de que o abstracionismo é, na verdade, uma autêntica categoria de experiência estética. O abstracionismo seria uma forma de experiência, qual seja, uma maneira que tem o sujeito de experimentar o real.
Se concordamos em que, genericamente, nosso trânsito com o real dá-se na experiência, ou por aproximação ou por distanciamento (não físico, mas psíquico), então podemos situar o abstracionismo como uma categoria estética. Se por aproximação entendermos toda forma de experiência que se constitua pela empatia com o objeto, então distanciamento seria toda forma de experiência que visa a um deslocamento, a uma transcendência dos objetos.
A categoria abstrata, em arte, seria caracterizada pela representação que não tivesse, por experiência psíquica, uma necessidade de apropriação ou envolvimento com objetos particulares. Essa categoria abstrata buscaria, pelo distanciamento ao real, uma universalização da linguagem artística.
É possível perceber, mesmo ainda sem exemplos ilustrativos de obras de arte, que essa categoria abstracionista seria uma descrição, particularizada na experiência estética artística, do processo abstrativo geral da cultura, que, em um amplo quadro histórico, conduziu às formulações de uma religião transcendental monoteísta em oposição aos mitos animistas anteriores, a um processo de investigação pelo pensamento em oposição às práticas mágicas anteriores, etc.
continuaçao 15/12

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A ARTE EO ABSTRACIONISMO (parte 1 de 3)

A ARTE EO ABSTRACIONISMO
JOÃO WERNER, autor
   A arte abstrata é uma grande polêmica entre artistas, críticos e historiadores. A questão de saber o que é abstracionismo, como pode ser apreendido esteticamente, ou, até mesmo, se pode o abstracionismo serartístico, foi central em inúmeros debates.
   A arte abstrata pode ser pensada como um estilo, entre outros diversos, dentro da história da arte. Como estilo, foi retomada a partir da modernidade inicialmente com cubistas e futuristas, disseminando-se, a partir de então, em diversas outras tendências artísticas, ora formais, que prezam a articulação inerente à obra, ora informais, cuja intenção é a desarticulação interna da obra.
   Como abstracionistas formais teríamos o Neoplasticismo, a Arte Concreta, a Minimal Art, etc. Como exemplos do abstracionismo informal temos a Action Painting, o Tachismo, o Neo-Expressionismo etc.
   A retomada do estilo abstrato nos primeiros anos do século, teve uma dupla origem. Por um lado, foi fruto das novas experiências estéticas exigidas pela modernidade econômica e social na Europa. Por outro lado, o estilo abstrato foi retomado porque prestava-se, como "novidade", às intenções vanguardistas de alguns movimentos artísticos.
   Neste segundo sentido, vanguardista, a arte abstrata foi retomada porque representava, para a época, um "estar à frente do tempo". Dado que, desde antes da Renascença, nenhuma tradição artística européia podia assumir ser a origem do abstracionismo artístico, este estilo dava a nítida impressão a todos de umaruptura com aquelas tradições.
   Esta intenção de colocar o abstracionismo no epicentro de um movimento social e político de ruptura, especialmente levado a cabo por abstracionistas informais, revelou-se despropositada.
   Como estilo artístico, o abstracionismo é quase tão antigo no tempo como a sua antítese, o naturalismo. Se, na pré-história, toda a arte do período paleolítico foi de um naturalismo vigoroso, no neolítico, ao contrário, a linguagem artística usual era o abstracionismo.
    Nos desenhos rupestres neolíticos, no uso das técnicas da cestaria ou da cerâmica, está atestada uma origem para o estilo abstrato. Cai por terra a idéia de uma "novidade" no ressurgimento do estilo abstrato na modernidade.
Continuaçao dia 8/12


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