A postagem de hoje é sobre musica mas pode ser aplicada a qualquer atividade cultural que chega na midia. Fala da diferença de tempo que tem um evento, pois se ele é bom e te toca de alguma forma, ele continua te povocando e trazendo boas sensações caso contrario fica vazio... Enfim, so lendo o texto para entender o que ele esta dizendo
Quanto tempo dura a música que você ouve?
    É
 interessante notar que dentro do ambiente cultural no Brasil as 
mudanças que ocorrem vêm sendo extremamente rápidas, passageiras, 
demonstrando um consumo imediato, de apelo popular e onde não se 
valoriza o artista  em si, mas, sim, aquilo que ele tem a contribuir para aquele único momento. A situação, hoje, define a arte. A criatividade ficou em segundo plano.
    Começo minha primeira crônica pela lembrança de uma postagem, feita por
 um amigo, da qual continha o link que me permitia acesso, pelo Youtube,
 a um show do grupo Bee Gees, da década de 90. Era um show de quase duas
 horas, gravado na Austrália, em que os três integrantes da banda, dois 
deles já falecidos, infelizmente, tocavam todos seus principais sucessos
 de   uma carreira que começou na década de 60 e se estendeu até o 
presente, nas lembranças daqueles que apreciam a boa música. Pensei, 
também, como deveria ter sido difícil para o grupo ter iniciado sua 
longa trajetória.
    Um computador, hoje, faz mais que um estúdio inteiro daquela época. 
Tudo era feito na unha, como se diz por aí, no jargão musical, na raça e
 não existia essa evolução digital dos últimos anos, ou seja, daquelas 
salas de gravação saíram canções tão melhores e tão maravilhosas quanto 
as que temos atualmente.
    Nasci em uma época posterior a essa que comentei, portanto
 vivi muito do que os anos 70 e 80 ofereceram e nem de longe, em 2013, 
temos a mesma qualidade musical daqueles tempos. Escrevo isso baseado 
nas letras e nas melodias compostas nesse período. Ao fazer uma análise 
dos arranjos musicais, daqueles anos, percebe-se que as composições 
foram elaboradas de forma a contemplar o cantor, a banda, a forma como 
cada vocalista usava seu  timbre de voz já que, geralmente, os artistas 
eram compositores natos ou de formação. Hoje, temos o especialista em 
ajustar a voz com softwares como o Auto-Tune e outros, só para citar 
como o mercado funciona mesmo para quem não sabe cantar ou tocar.
    Comentei com esse amigo, que é desenhista, ilustrador, empresário 
nesse ramo e que havia enviado o link do vídeo, que a maior fonte de 
criatividade do ser humano é ver outra fonte jorrando criatividade. Como
 não se deliciar ao som daquela banda e ao mesmo tempo não sentir a 
emoção à flor da pele para poder criar algo novo, no mesmo sentido? A 
inspiração, dentro do ambiente cultural, é necessária dentro de todo 
esse processo. Se você ouve, sente ou vê coisas belas, a tendência é que
 a sua criação, também, tenha a mesma expressão daquilo que você sentiu.
 Então, comecei a imaginar qual seria a fonte de inspiração desse 
pessoal que faz música nos dias de hoje?      
Fui criado ouvindo pop rock ou qualquer rótulo que se queira dar às músicas que tocavam nas rádios na década de 80. De Dire Straits, U2, The Police, Pink Floyd, Supertramp, todo o pessoal da Motown, como Lionel Richie, Dionne Warwick, Gladys Knight, ao pop do A-ha, Madonna, Duran Duran ou Michael Jackson, entre muitos, todos eles permaneceram – e ainda estão – em nossas cabeças, como boas recordações do passado que vivemos.
Fui criado ouvindo pop rock ou qualquer rótulo que se queira dar às músicas que tocavam nas rádios na década de 80. De Dire Straits, U2, The Police, Pink Floyd, Supertramp, todo o pessoal da Motown, como Lionel Richie, Dionne Warwick, Gladys Knight, ao pop do A-ha, Madonna, Duran Duran ou Michael Jackson, entre muitos, todos eles permaneceram – e ainda estão – em nossas cabeças, como boas recordações do passado que vivemos.
   Mas a pergunta é: quanto tempo dura a música que você ouve? Essa resposta depende…
     As músicas que eu ouço não duram três, quatro minutos, como de 
costume. Geralmente, elas duram, pra mim, uma eternidade, pois levo em 
conta não somente o tempo corrido, cronológico delas, em minutos, mas, 
também, toda uma história que cada canção carrega sobre determinada 
época que vivi. Muito mais que o tempo que corre na barra de execução de
 um player, pelo computador, por exemplo, ou da agulha riscando o 
microscópico sulco dos discos, elas possuem a história da minha vida. 
Creio que seja assim que ocorre com outras pessoas.
   Mas e hoje? Quanto tempo dura a música que você escuta?
   O sucesso
 parece durar o tanto de tempo que o público quer. Ou seja, não é mais a
 música que decide se veio para ficar, é o público quem decide o quanto 
ela deve durar. O sucesso é passageiro assim como a música que o 
acompanha. A música, a meu ver, não apresenta mais relação de emoção, 
sentimento, com a vida das pessoas, como antes. Raríssimas exceções, um 
hit e o artista que o produz ou interpreta sobrevive se não cair no 
gosto das massas. Não que as massas, o grande público nunca tenha sido 
importante.   
Claro que sim, pois é dele que o artista vive ou sobrevive, mas esse público deixou de ser exigente na qualidade e caminhou apenas para os rótulos musicais. É um gosto tão variado e sedento por novidades que dificilmente alguém consegue ficar mais que um ano com a mesma música – geralmente ela é usada até o próximo carnaval. Você não ouve, somente escuta. Há uma profunda diferença nisso, embora pareçam sinônimos.
Claro que sim, pois é dele que o artista vive ou sobrevive, mas esse público deixou de ser exigente na qualidade e caminhou apenas para os rótulos musicais. É um gosto tão variado e sedento por novidades que dificilmente alguém consegue ficar mais que um ano com a mesma música – geralmente ela é usada até o próximo carnaval. Você não ouve, somente escuta. Há uma profunda diferença nisso, embora pareçam sinônimos.
    Acho que falta um olhar mais apurado no passado. Olhar a tradição é 
olhar o antigo. Muitas vezes, essa palavra vem como sinônimo de velho, 
mas não é.   Antigo é o que tem uma existência no tempo e ainda possui 
vitalidade. Nesse sentido, as músicas antigas são excelentes 
referências, pois muitas delas nunca perderam essa capacidade de 
continuar a emocionar pessoas. Há canções que atravessam gerações e são 
ouvidas pelos mais novos que sentem a mesma emoção de quando ela foi 
apresentada pela primeira vez. Se essas canções não tivessem essa 
vitalidade, não conseguiriam ser atemporais.
   Infelizmente o que presenciamos são bandas e artistas jogados no 
cenário musical com o intuito de fazer dinheiro, o mais rápido possível,
 com alguma característica física ou comportamental que ira influenciar o
 público, de maneira geral. A música passou a ser artigo secundário 
nesse mundo de “Anittas” e “Naldos”. O que importa é a participação 
deles no mercado publicitário para atrair consumidores. São fabricados, 
criados para esse fim. Explorados ao máximo, até a exaustão do hit 
comercial. Por isso é que a música fica chata, insípida, desinteressante
 a partir de um momento. Esse é o cenário musical em que vivemos hoje. 
De resto, eu fico com a minha playlist com músicas dos anos 60, 70 e 80.
   Quem estava certo era Humberto Gessinger, líder da banda Engenheiros 
do Hawaii, que cantava, nos anos 80, que “a juventude é uma banda numa 
propaganda de refrigerantes”.
Sérgio 
Rizick Buchalla é admnistrador de empresas, estudante de direito, 
webdesigner nas horas vagas e curte músicas dos anos 80. Contatos pelo
Facebookfonte: http://www.popmidia.com.br/talentos/quanto-tempo-dura-a-musica-que-voce-ouve/