Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 29 de julho de 2014

COMO A HERANÇA ARQUITETONICA FORMA NOSSA EXPERIENCIA parte 2

Continuaçao de como a herança arquitetonica forma nossa experiencia...
  • Contribuição para a vitalidade da cidade
Apesar de uma das coisas de que eu mais goste no Glen Echo Park seja o fato de ele ser relativamente quieto (com exceção das crianças brincando) e não particularmente urbano, uma nova pesquisa do National Trust confirma que propriedades menores e mais velhas também são responsáveis por contribuições importantes para a vitalidade urbana.
  Com base em análises estatísticas do tecido construtivo de três grandes cidades americanas, a pesquisa (intitulada Mais Velha, Mais Forte, Melhor) indica que bairros estabelecidos com uma mistura de prédios menores e mais antigos têm melhor performance em várias métricas econômicas, sociais e ambientais do que aqueles com estruturas novas e maiores. A chave parece ser a diversidade que prédios mais velhos e menores trazem para os bairros:
   “Edifícios de diversas idades e pequena escala oferecem espaços flexíveis e baratos para empreendedores lançarem novos negócios e servem como cenários atraentes para novos restaurantes e para o comércio local. Eles também oferecem opções de moradia que atraem jovens e criam espaços com escala humana para caminhadas, compras e interações sociais.”
   Em particular, o estudo – conduzido pelo Laboratório Verde de Preservação do National Trust com vários parceiros respeitados – se baseou em análises espaciais para determinar o papel relativo da idade, diversidade de idades e tamanho, além de outras medições. Mais de 40 métricas de performance foram consideradas, entre elas vibração cultural, performance do mercado imobiliário, opções de transporte e intensidade de atividade humana.
   Comparados com distritos dominados por prédios mais novos e maiores, aqueles com edifícios menores e mais velhos têm várias vantagens, de acordo com o estudo:
. Distritos mais antigos têm maior densidade populacional e mais negócios por metro quadrado comercial;
. Prédios menores e mais antigos sustentam a economia local com mais negócios locais e menor presença de grandes cadeias;
. Distritos mais antigos oferecem mais oportunidades para o empreendedorismo, incluindo para mulheres e negócios cujos donos pertencem a minorias;
. Há mais espaços culturais em bairros antigos e de uso múltiplo (residencial e comercial);
. Os índices de Walk Score e Transit Score são melhores;
. Edifícios antigos atraem mais jovens e têm mais diversidade de faixas etárias;
. Há mais vida noturna em ruas com prédios de diferentes idades.
   De fato, pode-se dizer com base nesses resultados que os bairros mais antigos, com prédios de variadas idades e tipos são mais urbanos, pelo menos no sentido tradicional, que aqueles onde há prédios maiores e mais modernos. A metodologia parece ter sido rigorosa e eu aconselho os leitores interessados a mergulhar no estudo completo, que tem cem páginas e muitos apêndices.
  • Contribuição para a sustentabilidade ambiental
   Quando se trata de sustentabilidade – pelo menos no sentido literal – não precisamos de dados para demonstrar a performance de edifícios mais velhos: sua existência continuada prova que eles, de fato, se sustentam ao longo do tempo. Dito isto, temos dados, pelo menos no que diz respeito à sustentabilidade ambiental.
   Em particular, outro estudo do Laboratório Verde de Preservação, lançado dois anos atrás, concluiu que pode demorar entre 10 a 80 anos para que um edifício novo e eficiente do ponto de vista energético supere os impactos causados por sua construção. A pesquisa considerou seis tipos de prédios em quatro cidades americanas de climas diferentes: Portland, Phoenix, Chicago e Atlanta.
   Os dados foram compilados e analisados para os seis tipos de uso dos edifícios (ou reuso, no caso de prédios mais antigos), incluindo residências de uma só família, prédios com mais de uma família, edifícios de escritórios, edifícios de uso misto, escolas fundamentais e armazéns convertidos. O estudo examinou o papel de geografia, performance energética, tipos de energia utilizada, tipo de construção e tempo de vida da construção na performance ambiental geral quando comparados prédios antigos reutilizados e novas construções.
   As principais conclusões do estudo incluem:
. A reutilização de edifícios tipicamente oferece mais ganhos ambientais de curto prazo que demolições e novas construções. Para cinco dos seis tipos de prédios avaliados no estudo, o prazo para superar os impactos ambientais negativos relativos à construção podem levar de 10 a 80 anos, caso o novo prédio seja 30% mais eficiente que um edifício existente de performance energética mediana;
. Os benefícios são maximizados se a reutilização é praticada em escala. Por exemplo, adaptar, em vez de demolir e construir, apenas 1% dos prédios de escritório e residenciais na próxima década ajudaria a cumprir 15% das metas de redução de emissões de CO2 do condado de Multnomah para os próximos dez anos;
. Os maiores benefícios do reuso são obtidos com a minimização do uso de novos materiais de construção.
   Eu acrescentaria que edifícios antigos, desenhados e construídos antes do que meu amigo e arquiteto Steve Mouzon chama de “era do termostato”, costumavam ser planejados com mais atenção às condições climáticas do que as construções atuais. Medidas como paredes mais grossas, pés-direitos altos, ventilação adequada e orientação dão a essas construções as “propriedades verdes” que ajudam a economizar energia e evitar emissões de gases causadores do efeito estufa.
  • Mude, mas faça as perguntas certas
   Para concluir, devo acrescentar enfaticamente que, apesar de tudo, não quero dizer que os lugares não devam mudar ou evoluir. Seria hipocrisia da minha parte, como um defensor da revitalização, sugerir o contrário. Devemos abraçar as mudanças para melhor — uma mudança que, como sugere o professor Ujang, não borra a distinção de lugar, mas sim acrescenta a ela. O que é importante é termos consciência: admito que não é fácil discernir com antecedência quais mudanças serão positivas e quais serão negativas com relação a nossa experiência de lugar, mas os bons planejadores sempre têm de fazer essa pergunta. E temos sempre tentar o nosso melhor para garantir que as mudanças nutram, e não diminuam, a experiência humana.

F. Kaid Benfield, Conselheiro Especial para Soluções Urbanas do Natural Resources Defense Council
Fonte: Brasil Post

 Continuando o texto vou alem... nao somente a arquitetura, mas tambem os objetos materiais que nos cercam. Todos eles nos faz fazer parte de um tempo que nao experimentamos. Nos despertam curiosidades de como era viver daquele modo ou usando-o. Ex: Estamos tao dependentes do cartao e dos caixas eletronicos imagina como era na epoca que contavamos apenas com o dinheiro e cheque que tinhamos. Quando nao existia celular ou orelhao. A televisao nao tinha controle e o carro direçao hidraulica. As mulheres e homens usavam aquelas tantas roupas nada praticas. Tudo nos faz pensar naquilo que nao vivemos e como seria.

Proxima Postragem: 12/08 http://www.blogacesso.com.br/?p=7554

terça-feira, 22 de julho de 2014

COMO A HERANÇA ARQUITETONICA FORMA NOSSA EXPERIENCIA DE LUGAR

   O texto de hoje é de uma pessoa de fora do Brasil por isso as referencias em ingles. Ele conta a influencia que a arquitetura tem sobre nos. Consequentemente e indiretamente ele fala tambem sobre a cultura. Como é longo foi dividido em 2 partes

Como a herança arquitetônica forma nossa experiência de lugar, 

por F. Kaid Benfield

      Venho tentando entender o que faz os lugares históricos tão especiais para tantos de nós. Parte da razão é que eles são relativamente raros nos Estados Unidos, eu acho. Durante várias décadas, nossa nova arquitetura cotidiana – nossas subdivisões, os blocos comerciais, prédios de escritórios – tem sido ao mesmo tempo insossa e mortalmente entediante em sua consistência.
   Todos lugares se parecem entre si, ou pelo menos parece ser assim. Apesar de isso não ser literalmente verdadeiro – alguns prédios empolgantes são construídos e erguidos, novos lugares nutritivos estão sendo concebidos –, os nossos melhores prédios e bairros antigos têm uma distinção própria quase automática.
   Mas também acho que talvez exista algo mais profundo acontecendo. Gravitamos para lugares antigos porque eles nos colocam no chão temporal e espacialmente. Também há uma literatura emergente nos ensinando que eles funcionam muito bem. Não quero fingir ter todas as respostas, mas eis alguns conceitos que gostaria de trazer para consideração.
  • Continuidade de lugar
  Deixe-me começar com um conceito que vou chamar de continuidade de lugar. Todos tivemos a experiência de estar num lugar que foi bastante transformado – pela demolição de um grupo de edifícios, talvez, ou pela construção de novos prédios – desde a última vez em que ali estivemos. Às vezes a mudança pode acontecer em só uma semana. As coisas parecem meio erradas, fora do lugar. Geram ansiedade, enquanto tentamos nos localizar e procurar na memória como as coisas eram antes. Essa ruptura na continuidade pode ser irritante.
   No ano passado, Tom Mayes escreveu um artigo para o Preservation Leadership Forum que considera as associações positivas que temos com a continuidade:
   “A ideia de continuidade é que, num mundo em constante mudança, lugares antigos dão às pessoas a sensação de fazer parte de um contínuo necessário para a saúde mental e psicológica. Essa é uma ideia que há muito tempo é reconhecida como um valor subjacente à preservação história, apesar de nem sempre explicado. Em With Heritage So Rich (em tradução livre, com um patrimônio histórico tão rico), a ideia de que a continuidade é capturada na frase ‘senso de orientação’, a ideia de que a preservação dá “um senso de orientação para nossa sociedade, usando estruturas e objetos do passado para estabelecer valores de tempo e lugar.”
   Mayes cita um ensaio do internacionalmente conhecido arquiteto Juhani Pallasmaa, que reforça o conceito de tempo em relação à nossa experiência de lugares antigos:
   “Temos uma necessidade mental de sentir que temos raízes no contínuo do tempo. Não habitamos somente o espaço, mas moramos também no tempo… Prédios e cidades são museus do tempo. Eles nos emancipam da pressa do presente e nos ajudam a experimentar o tempo lento e saudável do passado. A arquitetura nos permite ver e entender o processo lento da história e participar de ciclos temporais que vão além do escopo de uma vida individual.”
    Isso soa verdadeiro para mim. Há algo reconfortante em lugares antigos.
  • Pesquisa sobre ligação a lugares e continuidade
   De fato, isso já foi comprovado por pesquisas acadêmicas internacionais. Pesquisando o tópico para este artigo, encontrei um trabalho do professor malaio Norsidah Ujang sobre “Ligação com Lugares e Continuidade da Identidade de Lugares Urbanos”
Ujang argumenta que conceitos uniformes de planejamento e a “comoditização dos lugares” – tudo parecido com todo o resto – enfraquecem a identificação e a ligação com certos lugares. Depois de questionar sistematicamente 330 usuários de três ruas comerciais importantes de Kuala Lumpur, os pesquisadores concluíram que a familiaridade com um lugar contribui para sensações de conforto psicológico, enquanto “desconforto psicológico e fortes expressões emocionais” são “fortemente sentidos como reação contra mudanças físicas e intervenções inadequadas”.
   O estudo recomenda que planejadores urbanos tomem medidas para reforçar a identidade de lugar e a legibilidade, em vez de rompê-las, e busquem “garantir a continuidade da identidade de lugar por meio do entendimento dos lugares como dimensões físicas, sociais e psicológicas da experiência humana”.
   Outro aspecto importante do nosso legado arquitetônico compartilhado é que ele é, de fato, compartilhado. Nossas experiências e sentimentos de conforto pela continuidade dos lugares antigos são coletivos, não individuais. A praça central e o fórum, talvez também a velha igreja e a antiga escola – até mesmo as mansões vitorianas enfileiradas na rua próxima – nos unem, e essa coesão diminuiria se o lugar mudasse rapidamente. O legado desses lugares e construções não é apenas meu, mas nosso.
  • Engajamento cultural
  Intimamente ligado à continuidade de lugar, mas um pouco diferente, acredito, é algo que chamarei de engajamento cultural. Lugares antigos que não são familiares e com os quais não tivemos continuidade também podem provocar experiências positivas poderosas. Imagine alguém vendo as grandes pirâmides de Gizé pela primeira vez, ou um pueblo de índios americanos. Esses lugares são mágicos justamente porque temos pouca ou nenhuma experiência prévia, ou continuidade, com eles.
   Em vez de nos confortar com sua familiaridade, esses lugares desafiam nossa imaginação ao invocar outros tempos e ao nos conectar com culturas passadas de maneiras a que não estamos acostumados.   
   Eles nos educam e nos equipam com uma visão de mundo mais ampla e profunda – uma visão que nos liga com a sabedoria do passado –, a qual podemos então trazer para nossa existência contemporânea.
    Tenho um exemplo favorito, mas mais modesto, que coloco em meu novo livro People Habitat: 25 Ways to Think About Greener, Healthier Cities (Habitat das pessoas: 25 maneiras de pensar em cidades mais verdes e mais saudáveis, em tradução livre). A apenas alguns quilômetros da minha casa, logo depois da fronteira de Maryland com Washington DC, há um parque de diversões antigo e parcialmente restaurado, da era Art Déco. O antigo carrossel ainda funciona durante a temporada e deleita as crianças; você ainda pode comer algodão doce por lá. Mas não é mais um parque de diversões – não há montanha russa, e o salão onde ficavam os carrinhos de trombar hoje é usado de vez em quando para shows. Com certeza é diferente de qualquer parque de diversões que eu já vi na vida.
   Hoje, ele existe com um lugar de descanso para adultos e de brincadeiras para as crianças e como uma evocação de um parque de diversões, em vez de um parque 100% funcional. Ele desafia o visitante a trazer consigo sua imaginação, para que nos encontremos na metade do caminho: como uma expressão parcial de um passado e uma cultura que não existem mais da mesma maneira. Vou sempre ao Glen Echo Park porque, além de estar no caminho de um dos meus roteiros de treino de bicicleta, eu o amo de um jeito que não amaria se ele fosse novo, mesmo que fisicamente o parque fosse igual. Ele faz uma ligação com conexões culturais que não existiriam se eu soubesse que o lugar não teve uma história anterior para dividir com seus visitantes.

continua dia 29/07

terça-feira, 8 de julho de 2014

SOBRE A POLEMICA PROPAGANDA DO REMEDIO ANADOR E OUTROS (pre) CONCEITOSonceitos (sobre museus e arte)

 
 Propaganda do remédio Anador

  A postagem de hoje não é para fazer propaganda contra ou a favor desta marca e sim  para falar sobre o preconceito existente em relação as instituições artísticas e a própria arte. Quem ai já não ouviu falar que "Quem vive de passado é museu", agora a expressão a cima "Quem fica parado no tempo é museu", se professor não é profissão imagina professor de arte ou artista que fica divagando ou perambulando e rabiscando por ai?
  Primeiro farei alguns esclarecimentos sobre as artes depois sobre estas expressões: Primeiro que todo professor trabalha sim e muito alem da sala de aula isso sem contar que as vezes o pessoal acha q eles tem que virar pai dos alunos ne. Professor de artes e artistas vivem de afetação (fatos que mexem com o seu ser) por isso eles precisam buscar inspiração não é num lugar fechado e sim andando por ai, viajando e lendo o livro pois do contrario eles não se sensibilizam, precisam de experiência do seu entorno, ainda mais quando precisam viver do seu trabalho que já não é fácil. 
   Já sobre as frases a cima, se quem vive de passado é museu ou se ele fica parado no tempo como explicar os museus de Arte Contemporanea que estão espalhados por todo o Brasil, os museus interativos tais como o da Língua Portuguesa, enfim, eles mostram o passado é? Só se for o de ontem.   
  Mesmo os museus do "antigo" precisam se atualizar e estão sempre oferecendo oficinas ou criando alguma interação/novidade para seu publico que muitas vezes não vão visita-los. Então quem fica atrasado e parado no tempo é justamente esse pessoal que tem este pensamento.
   Museu é um espaço formador de opinião (é uma escola não formal) assim como as escolas então não podem parar, têm que acompanhar os acontecimentos.
   Vamos pensar melhor nisso e abrirmos mais nossa mente que esta atrasada? Concordam.

Ate a próxima


terça-feira, 1 de julho de 2014

O MUSEU EO ARTISTA parte 2


 Continuando o texto da semana passada...

Romper com os conceitos tradicionais da arte era uma preocupação do artista que se posicionava como um guerrilheiro no circuito de arte:


“O que me interessa em arte é criar linguagens ou propor novos sistemas de codificação. A linguagem nunca foi fixa, está sempre em mudança, quando a tecnologia avança surgem novas linguagens, novas formas de arte, novas atitudes, novos comportamentos” (Almandrade – 1975)


“No mundo dos signos o artista é um operário ou guerrilheiro da linguagem armado com a teoria da informação e a semiótica, a todo o momento ele está preparado para lutar contra as linguagens acadêmicas propondo novas codificações e envolvendo o público no processo criativo” (Almandrade – 1976)


Instituição paradigmática para a arte contemporânea, conhecer seu espaço físico e a ideologia que a envolve era uma necessidade do artista experimental. Realizei algumas exposições que tinham entre os seus objetivos discutir o museu: O Sacrifício do Sentido, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em 1980, a primeira exposição individual de arte contemporânea na Bahia e a instalação “Público/Privado”, montada no Museu de Arte Moderna da Bahia e no Museu de Arte moderna do Rio de Janeiro, em 1982.


As dificuldades eram muitas, fui recusado nos salões locais por fazer uma opção pelo “contemporâneo”. A exposição do “O Sacrifício do Sentido” não foi bem vista pela crítica provinciana e pelo público baiano. Paguei caro. Hoje a coisa está inversa, a arte contemporânea está em todos os lugares, se exige muito pouco do artista. O que mais interessa é o turismo e o lazer, estimular o consumo disponibilizando produtos com prazos de validade, para acelerar o vetor da economia.


Nesse contexto, as iniciativas dos museus dependem do tráfego de influência e da inteligência de quem está à frente da instituição. Entre a burocracia excludente dos editais, as leis de incentivo e a superioridade do mercado, os museus encontram-se sem os recursos necessários para realizar seus projetos e manter uma programação livre de pressões externas que comprometem seus compromissos culturais. Depois da censura, da repressão, do “milagre econômico”, a indústria cultural e de entretenimento ocupa o centro da decisão.


Há urgência por parte do mercado de uma demanda de novidades que resultam em mostrar o que ainda não nasceu. Para o artista consciente do seu papel, o museu é uma oportunidade de mostrar de maneira crítica uma produção de arte e contribuir para a formação e a informação do circuito artístico. Por isso mesmo ele deve opinar na sua política cultural, não só expor, pensar, discutir e participar da produção curatorial.


Pensar sobre a natureza do museu de arte e o trabalho do artista é um desafio da prática museológica, principalmente com a desmaterialização do objeto de arte que implica em transformações e atualizações na forma de mostrar, documentar e armazenar. Há uma dependência recíproca entre museu e artista. O lugar onde está o suposto objeto de arte imprime uma marca ou explicita leituras. A instituição museológica com sua dimensão reflexiva tem o papel legitimador e mediador.

Almandrade é artista plástico, poeta e arquiteto.

Fonte: Cultura e Mercado 

Fonte de onde foi retirada Defender
Proxima postagem: Sobre a polemica do Anador e outros preconceitos (sobre museus e arte)

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