Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 23 de agosto de 2011

SOBRE O DESENHO - Texto da mesma autora de "ARTE E ARTESANATO: porque barreiras"

   
   Ola gente, percebendo o sucesso do post da Ana Crocomo (http://lauraartes.blogspot.com/2010/03/arte-e-artesanato-por-que-barreiras.html), pedi a ela mais um texto para ser compartilhado aqui caso pudesse e ela apresentou seu trabalho final de conclusão no curso de artes que faz parte do texto dela postado anteriormente. Como é um texto de faculdade é preciso sempre ter alguem como referencia durante a escrita, por isso as citações. Alem disso, seu texto era mais sobre seu trabalho pessoal então coloquei as partes mais gerais ligadas a arte.  Espero que gostem tanto quanto do outro texto. 
      Um abraço
 
DESENHO E ORNAMENTO: QUESTÕES PARA PENSAR O GESTO ARTÍSTICO

“Em arte não existe deve-se. A arte é eternamente livre. A arte foge dos imperativos, como o dia da noite”.[1] Kandinsky diz, ainda, que há um Principio da Necessidade Interior, que é o princípio do contato eficaz da alma humana, em que o artista se baseia para encontrar harmonia nas formas e cores. Cada artista, então, deve buscar o que lhe é singular, a partir de suas inquietações, sensibilidades e percepções. Assim, neste mesmo texto, o autor afirma que “o artista quer ele mesmo exprimir-se e escolhe tão-só as formas que lhe são próximas”. 

 KANDINSKY, Wassily. Do espiritual na arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 81.
[1] Ibid., p. 85.
 
     Durante muito tempo o desenho foi visto apenas como uma ferramenta para o esboço de outras artes “maiores”, como, por exemplo, a pintura, que seria composta por dois itens, o desenho e a cor. Jacqueline Lichtenstein, em seu livro A Pintura – O desenho e a cor, retoma esta discussão, presente desde o século XVI. Sobre o embate a respeito da importância do desenho ou da cor como fator essencial à arte da pinturaA autora afirma que esta oposição é mais teórica do que prática.
 
Gabriel Blanchard, um dos autores citados por Lichtenstein, no texto Conferência sobre o mérito da cor, de 1671, defende a supremacia da cor na pintura.Já Charles Le Brun, em Opinião sobre o discurso do mérito da cor pelo Sr. Blachard, de 1672, em oposição, defende a supremacia do desenho sobre a cor.
O desenho era visto, primeiramente, como um auxiliar da pintura e não como uma expressão artística independente, ele era usado a serviço de algo tido como maior. Le Brun cita ainda a importância do desenho para a arquitetura e para a escultura. É como escreve Maria José S. T. Passos, no capítulo Havia uma linha esperando por mim: conversas com Lizárraga, do livro Disegno. Desenho. Desígnio.:

Se nos remetermos à história da arte, o desenho aparece em muitos momentos sob a forma de um estágio preparatório para obras que se concretizariam por meio de outros meios expressivos. O desenho estava aí como um registro do pensar do artista ou do arquiteto, algo que mais tarde se transformaria em pintura, escultura, gravura, edificação... O desenho era apenas um local de passagem, um esboço, um apontamento. [1]

Em boa parte da história da arte moderna, tanto o desenho como a pintura, serviram para representar e retratar a realidade. Ao invés do enquadramento do fotógrafo, as representações contavam com a expressão e imaginação do artista, embora frequentemente seguissem os cânones estéticos da tradição e o estilo da época. Ainda segundo Passos, é a partir do século XX “que o desenho ganha status de linguagem autônoma, embora continue representando um espaço para pensar e projetar, mas se liberta dos bastidores da obra, ganhando independência e tornando-se dela o protagonista”.
O desenho continua sendo amplamente utilizado como registro, pela sua simplicidade e acessibilidade. Desenhar é uma forma rápida de registrar e esboçar uma idéia, independente de qual seja o suporte. Por vezes é a forma mais fácil, até mesmo, de explicar algo a alguém de forma clara. Os livros de artistas estão presentes na arte contemporânea de forma bastante ativa e, contam, com freqüência, com desenhos e garatujas. É uma forma de expressão, tão livre e gestual quanto necessita o artista. 
O processo do gesto artístico é um misto de escolhas conscientes, algumas pontuais, outras levadas pela intuição.  
É como escreve Ester Grinspum, em Do desenho, desenhar “é lançar a linha no espaço, anarquicamente, mas com aquela ordem interna que só quem faz sabe”.
É possível perceber que hoje o desenho tem autonomia, pode ser uma linguagem independente, sem servir a alguma outra. (...) hoje a técnica realmente libertou-se do estatuto de ferramenta para tornar-se uma linguagem tão forte quanto às demais, como a pintura ou a escultura.
Para complementar o assunto, vai ai parte de uma materia publicada no UOL entretenimento:
  • Desenho perde status de 'obra menor' e ganha mostras em São Paulo

Desenhos são, na maioria das vezes, objetos de papel e alguns acreditam que desenhar é a tarefa mais rápida da arte. Mas a arte deve muito ao ‘quase nada’ e desenhos permanecem como sorrisos indo, desprevenidos, em direção ao esquecimento”, escreve o artista carioca Waltercio Caldas no livro “Disegno. Desenho. Desígnio” (organizado por Edith Derdyk para a editora Senac).Por vezes desprezado como linguagem da arte contemporânea, hoje o desenho vive um claro momento de valorização(...)

“O desenho tem uma velocidade e uma transparência incomuns, é mais direto e objetivo”  Rodolpho Parigi, artista visual

Ate mais. Proximo texto: dia 30/08 O Cartaz na Arte e a Arte Publicitaria  
                                                  06/09 proporção da beleza na arte
                                                  13/09 sobre as tintas

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