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Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 5 de julho de 2011

GRAFISMO (desenho infantil)

  • Evolução do Grafismo

   Já dizia Saul Steimberg que o desenho é a forma de raciocinar sobre o papel. Desenhar é exercitar a inteligência. Na verdade o desenho não reproduz as coisas que vemos mas traduz a visão que se tem delas. A elaboração de uma obra se inicia no momento em que as imagens captadas pelo artista, as formas que compõe esta imagem começam a ser traduzidas e ganham uma conotação particular, individualizada. Podemos dizer que o desenvolvimento do grafismo é a revelação da natureza emocional e psiquica da criança. É a sua linguagem gráfica onde deixa registrado suas idéias, suas vontades e suas fantasias. É através da evolução do grafismo que podemos acompanhar as mudanças e aprimoramentos dos desenhos da criança. Por volta de um ano e meio, a criança já explora o meio à sua volta, imita o que as pessoas fazem, descobrindo, dessa forma, que também é capaz de fazer coisas. Se dermos um lápis e um papel para ela, descobrirá que é capaz de deixar ali, naquele pedaço de papel, sua marca. Se surpreenderá que ao repetir o movimento, mais uma marca surgirá, e assim ela agirá com gestos sucessivos despertando o interesse e o gosto por esta espetacular descoberta. Se dermos uma caixa de giz de cera com cores variadas, ela irá usar cada uma das cores, sem qualquer pretensão de expressar coisa alguma, apenas repetirá inúmeras vezes este gesto para certificar-se do seu domínio sobre o lápis, o papel e sobre seu próprio corpo. É a conhecida fase das garatujas À medida em que for interagindo com o meio perceberá que pode fazer novos movimentos, ainda sem qualquer compromisso com a representação. Ela irá perceber a relação que existe entre o seu movimento e as marcas que deixa. Isto propiciará um aumento do seu controle sobre a mão. 

      Passarão então a surgir os movimentos em espirais e caracóis que contribuirão muito para o aparecimento do primeiro círculo fechado. Isto deverá ocorrer por volta dos 3 anos. 

       Esta descoberta para a criança é muito importante, pois evidencia a descoberta da forma. Na seqüência estas garatujas começam a ganhar nomes e detalhes como olhos, pernas e braços e até cabelos. Aqui já começa a existir uma intenção de linguagem escrita, pois ela irá desenhar os que estão mais próximos, como pai, mãe, irmã bem como, ela mesma. A cor usada para desenhar e pintar não condiz ainda com a realidade. Nesta fase a criança ainda está descobrindo as cores, por isso a necessidade de experimentá-las. Nesta fase já se pode incentivar a criança em sua linguagem oral, estimulando-a a falar sobre o que ou quem desenhou. O próximo passo é a utilização das linhas perpendiculares, paralelas, curvas e inclinadas, demonstrando um amadurecimento das suas habilidades. Passa da simples ação para um processamento de idéias do que pensa e do que observa. Os desenhos já passam a significar alguma coisa. Eles não estão somente ali, eles “fazem” alguma coisa ali. Quanto mais a linguagem oral for estimulada nesta fase, melhor será o seu desempenho na evolução da linguagem escrita (desenhos). Perto dos cinco anos, ela já desenha pessoas (inclusive com corpo) e objetos, porém todos soltos, como se estivessem voando. Não que ela tenha a intenção de que voem, mas ela ainda não consegue abstrair que os desenhos tem que estar apoiados numa grama ou numa estrada ou num chão qualquer. 

     Aqui ainda não existe a relação com o real e sim com o emotivo. Ela passa a desenhar não só o que vê mas também o que imagina. No que se refere à linguagem oral, ela já sente prazer em contar o que desenhou e já começa a dar “corpo” à sua história. Na evolução, ela começa a ordenar seus desenhos dando origem “as cenas”. Ela distribui tudo que fica no chão, na parte de baixo do papel, bem rente ao final da folha e lá em cima, coloca o sol, as núvens e os pássaros. As cores já começam a se relacionar com o real e inicia-se o primeiro passo para a proporção. 

     A proporção está ligada tanto ao tamanho real quanto ao tamanho emocional. As pessoas mais queridas são desenhadas em tamanho maior que as de menor afinidade. Nas situações de medo, sempre o fato gerador é destacado pelo tamanho. Concomitantemente, a linguagem oral também se amplia surgindo as histórias sobre seus desenhos. As histórias já começam a ter início, meio e fim. Depois disso, a criança vai amadurecendo os detalhes tentando chegar o mais próximo da realidade. Esta fase é mais lenta em relação ao desenho (linguagem escrita), ficando madura por volta dos nove anos, mas muito mais rápida quanto à linguagem oral. Aqui a história já tem um título e há o destaque dos personagens que irão compor essa história. Já começa a contar usando o “Era uma vez” e após o desenrolar de toda a história, consegue terminar resolvendo todos os problemas e dizendo que “viveram felizes para sempre”. É mágico o resultado pois é nesse momento que ela tem a real consciência de que tudo que ela fala pode ser colocado no papel, agora, através da escrita. É o ser criança caminhando rumo ao ser adulto...

  •  Grafismo Infantil 

    Heloise Martins

    
Para Vygotsky, o brincar e o desenhar deveriam ser estágios preparatórios ao desenvolvimento de linguagem escrita.
    Será que damos a devida atenção a tais atividades?
    O desenho parece surgir de forma espontânea e evoluir junto ao processo de desenvolvimento global da criança. Também é uma tentativa de comunicação formal e um meio de representação e simbolização. A criança expressa em seu grafismo aquilo que ainda não consegue com outras linguagens, por exemplo, a fala ou a escrita.
    Lais Pereira, em seu texto “O Desenho Infantil e a Construção da Significação”, traz considerações de Piaget e de Vygotsky sobre o grafismo infantil. E também um estudo de caso de uma criança de 4 anos com uma discussão interessante fundamentada na literatura, em que podemos visualizar os aspectos do desenho discutidos pelos autores.

PIAGET
     Para Piaget a criança desenha menos o que vê e mais o que sabe. Ao desenhar ela elabora conceitualmente objetos e eventos. Daí a importância de se estudar o processo de construção do desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo indivíduo.
“O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo. Semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é, o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico.”

Fases do desenho segundo Piaget:
Fonte: Descoberta de um universo: a evolução do desenho infantil, de Thereza Bordoni

Garatuja: na fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da pré-operacional (2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer e a figura humana é inexistente. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste. Pode ser dividida em:
  Desordenada: movimentos amplos e desordenados. Ainda é um exercício. Não há preocupação com a preservação dos traços, sendo cobertos com novos rabiscos várias vezes. 
  Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. Figura humana de forma imaginária, exploração do traçado; interesse pelas formas.
Nessa fase a criança diz o que vai desenhar, mas não existe relação fixa entre o objeto e sua representação. Por isso ela pode dizer que uma linha é uma árvore, e antes de terminar o desenho, dizer que é um cachorro correndo.

  Pré- Esquematismo: fase pré-operatória, descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Os elementos são dispersos e não relacionados entre si. O uso das cores não tem relação com a realidade, depende do interesse emocional.
 
  Esquematismo: fase das operações concretas (7 a 10 anos).Esquemas representativos, começa a construir formas diferenciadas para cada categoria de objeto, por exemplo descobre que pode fazer um pássaro com a leta "V". Uso da linha de base e descoberta da relação cor objeto. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aparecem fenômenos como a transparência e o rebatimento.

  Realismo:  final das operações concretas . Consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos.

  Pseudo Naturalismo:  fase das operações abstratas (10 anos em diante).É o fim da arte como atividade expontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade.
   Características: realismo, objetividade, profundidade,espaço subjetivo, uso consciente da cor.
Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções.

VYGOTSKY Duas condições são investigados pelo autor:  
  • Domínio do ato motor - inicialmente, o desenho é o registro do gesto e logo passa a ser o da imagem. Assim a criança percebe que pode representar graficamente um objeto. Indício de que o desenho é precursor da escrita.
  • Relação com a fala - primeiro o objeto representado só é reconhecido após a ação gráfica quando a criança fala o que desenhou. Depois ela passa a antecipar o ato gráfico, verbalizando o que vai fazer. Vygotsky afirma que a linguagem verbal é a base da linguagem gráfica.

Fases do desenho segundo Vygostky: texto do professor Ricardo Japiassu, da Universidade do Estado da Bahia

Outros autores que tratam da temática Desenho Infantil: 
Edith Derdyk, 1989
Sueli Ferreira, 2001
Viktor Lowenfeld, 1977
Ana Angélica Albano Moreira, 1984
Analice Dutra Pilar, 1996
Herbert Read,1977

"Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças"Picasso

Interações entre Desenho e Escrita
     "O desenho começa como uma escrita, e a escrita como um desenho, depois a criança cria formas de diferenciação e de coordenação entre elas..."
    Em uma matéria publicada na Revista Viver Mente e Cérebro - Especial Emília Ferreiro, a autora Analice Pilar mostra o resultado de uma pesquisa sobre o desenho e sua relação com a escrita, além de descrever e discutir as fases do desenho segunto Luquet. (...)

Sugestão da autora - "Enfim, é importante o professor de artes visuais, de educação infantil e das séries iniciais compreender os sistemas de desenho e de escrita em seus níveis de construção, a apropriação desses objetos de conhecimento pela criança e algumas interações entre desenho e escrita. Não se trata de etiquetar a criança quanto aos níveis de desenho e escrita, mas de entender a construção dessas linguagens."

   O que pode ser observado no Desenho:  A produção gráfica da criança é bastante rica em detalhes que, se bem observados e interpretados, podem ser úteis na mediação da aprendizagem da criança.
    
Segundo Anabel Guillén, são aspectos observáveis:
  • Fases do desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio-afetivo
  • Percepção visual
  • Oralidade
  • Expressão
  • Reprodução
  • Criatividade
  • Traços da Subjetividade
  • Psicopatologias

Slides: Análise do Desenho Numa Perspectiva Psicopedagógica, da psicopedagoga Anabel Guillén, (o arquivo está em 3 partes).


Plano de aula: 23.09
  • Minhas considerações
   Após ler estes textos, vemos que todas as pessoas começam a se comunicar através da arte e do contanto com a mesma. As vezes começa a ser alfabetizada através dos quadrinhos que tambem é uma forma artistica. Sem falar que a música esta presente no respirar do humano e a expressão que nos remete ao teatro. Então como explicar esta desvalorização ou aversão que muitos, após crescerem, criam por estas linguagem dizendo não as entender ou algo do tipo. Por outro lado, a quantidade de pessoas que abandonam tudo para viver de arte ou algo relacionado a ela. 
  Todos estes fatos mostram a importancia que a arte possui e que mesmo sem saber defini-la nós necessitamos dela. Muitos perguntam como seria a vida sem Arte. Então o que percebemos é que mesmo os que dizem não gostar dela mesmo sem perceber necessitam de arte para vive.

Proxima postagem: 12/07 Serie da TV Escola sobre desenho em quadrinho parte 1
       
 4 partes desenho em quadrinhos, 
Sugestões de obras em quadrinhos e sites/blogs de quadrinistas, 
Sobre o desenho (texto da mesma autora que arte e artesanato porque barreiras), 
Sobre o Cartaz na arte e a arte publicitaria

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