Eu, Laura, como autora deste blog, estou sempre a procura de noticias e opinioes tanto minhas quanto de outros sobre arte e patrimonio para mostrar aos meus leitores com o intuito de "ensina-los/ajuda-los. Isso acontece pois sinto ser esta a minha função como licenciada e bacharel da area cultural (sou formada em artes plasticas e tecnica em restauro). Sendo assim o que acho interessante coloco aqui e muitas vezes é um texto especifico como este (relacionado ao Rio grande do Sul) e ao meu ver é totalmente universal pois ha muito o que ser aplicado a todos... Sendo assim aqui esta o texto de hoje
Patrimônio cultural, o que é e por que preservar? Por Olivia Silva Nery
  Essa semana, no último dia 19, Rio Grande
 completou mais um aniversário, e, nessa data especial, várias 
características e histórias da cidade são relembradas em reportagens, 
documentários, etc. De certa maneira, é um período em que refletimos 
sobre o patrimônio cultural do Rio Grande. No entanto, não é um 
exercício que devemos fazer só em datas comemorativas. Deve ser algo 
mais constante na vida do rio-grandino.
 Patrimônio cultural é aquilo que nos aquece o coração, é uma chama 
interna existente em tudo que possui um pouco de nós, que nos 
identifica. Por isso, o patrimônio cultural está diretamente ligado à 
identidade e à memória; essa é a definição trazida pelo mestre em 
Museologia Bruno Soares e pela doutora em Comunicação Teresa Schneiner 
(2010). Nesse sentido, o patrimônio cultural de uma cidade, seja ele 
material ou imaterial, faz parte da identidade do lugar e das pessoas 
que nela habitam. O patrimônio cultural é, ao mesmo tempo, a expressão 
da memória, história e identidade.
Preservando e valorizando esses patrimônios, ao mesmo tempo, preserva-se e valoriza-se a história e a identidade da comunidade local. Rio Grande é a cidade mais antiga do estado do Rio Grande do Sul
 e, assim, possui vários prédios, costumes e culturas que contam esses 
mais de duzentos anos de história. Atualmente, a cidade passa por um 
processo de expansão econômica, em que há uma conexão e um diálogo com 
culturas de outras regiões. No entanto, mesmo em um momento de “boom” 
econômico, temos que refletir e observar como andam nossos patrimônios? O
 que eles representam para nós? Eles nos aquecem o coração?
Caso a maioria das pessoas tenha respondido que os patrimônios da 
cidade representam algo para nós e para si mesmo, que se sentem com os 
corações aquecidos quando passam por algum prédio, praça, participam de 
alguma festa, bebem jurupiga ou andam de vagoneta; quer dizer que esses 
lugares e tradições merecem um pouco mais
 de atenção, um pouco mais de cuidado e valorização – um ato que deve 
ser feito por todos que se sentem pertencentes a esses lugares. Vivemos 
em uma cidade cercada de riquezas culturais e naturais, mas nem todos os
 rio-grandinos e pessoas de outros lugares que vivem aqui conhecem.
Ações simples, como ir a lugares que nunca se foi antes, conhecer 
outros bairros, visitar os Museus, as ilhas que possuem tanta riqueza 
histórica e cultural, olhar para cima
 dos toldos e fachadas dos prédios, coisa que aprendi com minha 
professora e amiga Carmem Schiavon. Conhecer os produtos locais, passear
 pelas ruas da cidade com o olhar atento
 àquilo que no dia a dia passam despercebidos. São detalhes que fazem a 
diferença, que mostram o charme, a história, a memória e os 
esquecimentos da nossa cidade. Afinal, o patrimônio cultural não teria 
um pouquinho de cada um de nós?
Os assuntos ligados ao patrimônio cultural estão sendo alvo de muitos estudos dentro da área das Ciências Humanas
 e Sociais, pois o patrimônio cultural pode ser fonte de análise e de 
compreensão de várias características da nossa sociedade. Todo 
patrimônio cultural carrega consigo um discurso político e memorial, 
pois toda a seleção de um patrimônio possui um motivo, um discurso; para
 Doutora em História Maria Letícia Mazzucchi Ferreira (2011), o 
patrimônio é a expressão política da memória e surgirá da relação com o 
passado e a sua gestão no presente. Juntos, os patrimônios de uma cidade
 mostram muito sobre a mesma, sobre a política local, história, 
sociedade e memórias. O patrimônio, material ou imaterial, serve então 
como a consolidação e forma de compartilhamento de uma memória e de 
práticas culturais que são entendidas como heranças culturais, como uma 
ligação entre passado, presente e futuro.
Olivia Silva Nery, Bacharel em História. Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultural – UFPel.
Fonte: Jornal Agora 
http://defender.org.br/artigos/patrimonio-cultural-o-que-e-e-por-que-preservar-por-olivia-silva-nery/ 
 

 
 

