Este é um texto que foi copiado a seguir é de autoria de Silvia Cruz formada em artes plasticas publicada em seu blog. Achei interessante as diferenciações que ela fez sobre a arte, educação artistica e arte-educação que muitas vezes achamos que é a mesma coisa e nao é assim como belas artes, artesplasticas e artes visuais. Enfim tudo é arte mas com focos diferenciados. Entao vamos a ele:
Arte – educação, Educação pela arte ou Educação Artística?
A discussão sobre a terminologia
utilizada para denominar a disciplina que ensina Artes, no ensino fundamental e
médio, é importante, pois evidencia como essas diferentes nomenclaturas não são
idênticas, pelo contrário, cada uma delas aponta para diferentes concepções do
ensino da Arte.
Direi logo a terminologia que
considero a mais coerente com a minha concepção de ensino da arte.
As escolas devem aderir a nome Arte
para a disciplina que ensina Arte, simples assim. Sem associação com outras
áreas, sem pedir licença e sem explicações, assim como Português, Matemática e
tantas outras disciplinas. A Arte possui questões teóricas, práticas e históricas
a serem ensinadas aos alunos: como se dá a construção do pensamento através das
imagens, suas implicações na criação e no cotidiano do aluno, como se
desenvolvem processos criativos e como entende-los, as diversas formas de ler
uma imagem, os diversos suportes da arte, as questões próprias da arte
contemporânea etc. Todas esses são assuntos complexos e próprios da Arte, não
passam pela educação. A Arte não é necessariamente parte da educação, por isso,
sem hífen, sem / e sem eufemismo que nossa disciplina seja nomeada Arte e
ponto.
Muito comum ainda hoje é o termo Educação Artística. Foi oficializado
por uma lei na década de 1970 que visava incorporar a educação escolar as
atividades artísticas porem de maneira incompleta e empobrecida. Muito do fracasso
nesta incorporação das Artes no ensino esta no fato dessa lei ter tido como
consequencia a formação de professores polivalentes: formando profissionais em
artes plásticas, música e artes cênicas em um curso de curta duração (duração
de 2 anos).
Infelizmente essa é uma concepção
ainda muito disseminada por antigos e novos professores. São aqueles
profissionais que vão para a sala de aula na intenção de apresentar as mais
diversas técnicas possíveis de maneira descontextualizada. É a partir dessa concepção
que as inúmeras aulas de “reciclagem” de “releituras” de imagem são disseminadas
e repetidas em uma infinidade do que eu chamo de aulas/tutoriais.
O termo Educação pela arte aponta para a ideia de fusão perfeita entre arte
e educação. Caracteriza-se por uma relação subjetiva com o mundo e visa uma
formação cultural e humanística. Tem origem nas ideias do filósofo suíço Herbert
Read (1948) que enfatiza a arte não apenas como uma meta na educação, mas
também como parte integrante do seu próprio processo, que é por sua vez
considerado também criador.
Teve pequena repercussão na forma de
atuação dos profissionais da educação, no entanto, foi uma influência que
possibilitou pensar as proximidades entre arte e educação e em suas influências
recíprocas.
A Arte-educação é um movimento que surge no final da década de 1970,
fora da educação formal, buscando novas metodologias e formas de ação dos
professores. Visa valorizar o professor e reavaliar suas formas de atuação. Esse
tipo de concepção do ensino considera:
“o espaço da arte-educação é
essencial à educação numa dimensão muito mais ampla em todos os seus níveis e
formas”.
“...nesse sentido, cabe, então, ao
arte-educador o papel de agente capaz de transformar a escola e a sociedade.”
O papel transformador do professor de
artes, na minha opnião, passa primeiramente pela sua eficiência em ensinar
todos os aspectos de sua disciplina. É impreterível que o professor de Artes
tenha como objetivo principal o ensino de todas as dimensões e aspectos de sua
disciplina para só então assuma o também importante papel interdisciplinar da
Arte e possa atentar as atuações da arte como agente transformador da escola e
da sociedade. Isto porque um agente transformador se torna insipto se não
é conhecido por seus professores e alunos.
Como conclusão retomo o que disse
anteriormente, o nome Arte é suficiente, libertador e aponta para uma forma
mais completa do ensino da Arte. É
importante ainda que independente da terminologia, a arte nas escolas seja
sempre repensada conceitualmente por professores reflexivos e ativos.
fonte: arteimagemcotidiano.blogspot.com.br/2012/08/arte-educacao-educacao-pela-arte-ou.html
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