Conhecida a meio seculo, as imagens em tres dimensões que ela permite ainda são um misterio para muita gente.
O nome holografia vem do grego holos (todo, inteiro) e graphos
(sinal, escrita), pois é um método de registro "integral" com relevo e
profundidade. Os hologramas possuem uma característica única: cada
parte deles possui a informação do todo. Assim, um pequeno pedaço de um
holograma terá informações de toda a imagem do mesmo holograma
completo. Ela poderá ser vista na íntegra, mas a partir de um ângulo
estreito. A comparação pode ser feita com uma janela: se a cobrirmos,
deixando um pequeno buraco na cobertura, permitiremos a um espectador
continuar enxergando a paisagem do outro lado, de um ângulo muito
restrito. Mas ele ainda verá toda a paisagem pelo buraco.
A holografia foi concebida teoricamente
em 1948 pelo húngaro Dennis Gabor, formado na Alemanha mas radicado na
Inglaterra desde a ascensão do
nazismo, em 1933, Gabor chegou à holografia em 1948, quando pesquisava
uma forma de aumentar a nitidez do microscópio eletrônico. Não conseguiu
aplacá-la na prática, pois necessitava de um tipo de luz onde as ondas
não se difundissem em todas as direções e que possuisse apenas uma cor.
Ou seja, necessitava de um laser, que so seria descoberto em 1960.
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A descoberta do movimento surgiu de pesquisas de muitos cientistas,
mas principalmente ao físico americano Lloyd Cross. Com a
seqüência de fotogramas de uma moça sobre o mesmo holograma, ele criou
em 1977 um efeito estereoscópico de movimento, como em um cinema. O efeito do movimento
chegou ao Brasil em 1980, quando, ao percorrer a 1º Mostra Brasileira
de Holografia, em São Paulo, os visitantes puderam acompanhar a
seqüência de uma luta de caratê e uma cena do seriado O Incrível Hulk.
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Durante muitos anos, a holografia foi vista com certa desconfiança, com seus trabalhos de fundo de quintal.
A técnica era utilizada em jóias, painéis de propaganda, museus, mas
costumava-se dizer que os únicos que, de fato, lucravam com a
holografia eram os produtores de imagens pornográficas.
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Ate que na edição da revista americana National Geographic reproduziu a imagem tridimensional de uma águia na capa de seus 10
milhões de exemplares. Foi um sucesso editorial e tanto. No ano
seguinte, a National Geographic repetiu a dose, imprimindo dessa vez na
capa uma caveira chinesa pré-histórica.
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Em 1987, cerca de 100 milhões de exemplares de livros e revistas
circularam pelo mundo com algum tipo de holografia impressa. A Purina,
que produz cereais para crianças, colocou
hologramas dos personagens do filme Caça-fantasmas em suas embalagens. E
no mundo todo o MasterCard surgiu com um novo tipo de cartão de crédito
com dois logotipos holográficos nas laterais. A idéia da empresa, que
no Brasil é associada ao Credicard, é impedir a falsificação dos
cartões - é quase impossível imitar um holograma.
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No Brasil, a holografia já começou a interessar grandes empresas.
Fernando Catta-Preta, diretor do primeiro laboratório holográfico no
país, realizou uma série de trabalhos em cartões de Natal, imagens de
santos, material promocional, catálogos e selos. Psicólogo de formação,
Catta-Preta, 32 anos, interessou-se pela holografia quando trabalhava
com crianças que tinham dificuldade para aprender a ler. "De acordo com
certos teóricos", diz, "os princípios da holografia podem ser aplicados
à psicologia do conhecimento, com base num modelo tridimensional do
cérebro, que permitiria estudar a percepção, o reconhecimento e a
memória do ser humano."
São apenas suposições. Certo é que a holografia se tornou uma ferramenta sofisticada. Sua grande vantagem é a capacidade de reconstituir o tamanho, a forma e as três dimensões de um objeto. Isso permite, por exemplo, perceber qualquer mudança —mesmo milimétrica -numa peça industrial. Os testes podem ser feitos com a peça real em vez de protótipos, e não é preciso inutilizá-la, mesmo que as falhas não estejam ao alcance da vista, como na estrutura interna de um equipamento. Fica-se sabendo que há alguma modificação no objeto estudado pela análise das franjas, que são traços de luz e sombra na sua superfície, provocados pela diferença da luz antes e depois de ser a peça deformada.
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Na Itália, um grupo de hológrafos utiliza essa
técnica, chamada interferometria holográfica, na restauração de quadros
de pintores renascentistas. Os técnicos alteram deliberadamente a
temperatura e o grau de umidade do ambiente para ressaltar os pontos
mais frágeis da obra. A interferometria holográfica ainda é uma
novidade no Brasil. Um dos raros especialistas é o engenheiro paulista
Ricardo Forneris Júnior 27 anos, de São Paulo, que se encaminhou para
essa área quase por acaso.
Há três anos, ao procurar um tema para sua tese de mestrado, Forneris foi aconselhado por um tio, professor do Instituto de Física da USP, a trabalhar com holografia. Atualmente, ele cuida do controle de qualidade em peças de automóveis e circuitos impressos com o auxilio da interferometria holográfica. "Na Europa e Estados Unidos", compara, "isso já é feito até em tubulações de usinas nucleares." Outro especialista, nascido na Argentina mas radicado no Brasil, José Joaquim Lunazzi, do Instituto de Física da Unicamp, usa a interferometria para controlar as alterações provocadas pela umidade e pelo vento em sementes de feijão. O artista plástico Moyses Baumstein mostrou suas últimas holografias na exposição coletiva "A Visão do Artista - Missões 300 Anos" realizada no Museu de Arte de São Paulo no inicio do ano.
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Outra vantagem dos hologramas é a capacidade de armazenar informações. Ao se variar o ângulo de iluminação, eles registram informações diferentes. Assim, um holograma pode arquivar 10 mil vezes mais dados do que os discos e fitas dos computadores eletroóticos. Por enquanto, dispositivos óticos holográficos já são usados em larga escala apenas em caixas registradoras de supermercados que lêem os códigos de barra impressos nas embalagens. Já se começa a utilizar a holografia como complemento dos raios X na Medicina. No futuro, a imagem holográfica poderá substituir a radiografia convencional. Nos Estados Unidos, hologramas também começam a ser usados no aproveitamento da luz solar ou artificial em estufas, hotéis e escritórios, para economizar energia elétrica.
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Atualmente há diversas pesquisas que
pretendem lançar equipamentos de todos os tipos, dentre eles: Televisão
3D, Selos Animados contra falsificações, ainda mais dificeis de serem
copiados, Projetores Holgraficos o que acabará com os famosos e caros
projetores de multimídia, popularmente chamados de "canhões", e ate
Memorias Holograficas, que prometem ser um concorrente sério para as
memórias ROM ("Read-Only Memory") de hoje.
Fonte http://lokomello.blogspot.com/2009/10/holografia.html Lokomello
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