Aos Leitores do blog

Sejam Bem-vindos!!! Este é um espaço dedicado a arte e aos seus (futuros) admiradores. Ele é uma tentativa de despertar em seus visitantes o gosto pelo assunto. Aqui, poderão ser encontradas indicações de sites, livros e filmes de Artes Visuais, imagens de artistas, alem do meu processo de trabalho. É o meu cantinho da expressão. Espero que sua estadia seja bastante agradável e proveitosa.
Este Blog é feito para voces e por voces pois muitas das postagens aqui presentes foram reproduzidas da internet. Alguma das vezes posso fazer comentarios que de maneira parecem ofensivos porem nao é minha intençao, sendo assim, me desculpem. Se sua postagem foi parar aqui é porque ela interessa a mim e ao blog e tento focar os pontos mais interessantes. A participaçao dos autores e dos leitores é muito importante para mim nestes casos para nao desmerecer o texto nem acabar distorcendo o assunto

terça-feira, 27 de novembro de 2012

CONSERVAR PARA NAO RESTAURAR

  Sabem aquele ditado "melhor prevenir que remediar, pois então, o topico de hoje esta relacionado a isso porem foi alterado para melhor conservar que restaurar. Vamos a ele...

Conservar para não restaurar

On 12 de novembro de 2012, in Artigos, Nacional, by Silvana Losekann
Por Gabriela Nogueira Cunha

Denúncia de possível erro na restauração do quadro “A Primeira Missa no Brasil” realça a fragilidade das políticas de preservação de bens culturais no país.

 

    A esta altura do campeonato, a história de Cecilia Giménez, que mobilizou as redes sociais no início de agosto, já esfriou. Mas o caso da espanhola de 80 anos que, cheia de boa vontade, mas com propensão para o desastre, “restaurou” uma imagem de Jesus Cristo pintada no século XIX, serve de alerta sobre a importância deste delicado ofício. Embora a lambança promovida pela amadora senhorinha de Borja seja inigualável, o Brasil também tem histórias mal contadas de restaurações. Uma delas envolve um quadro famosíssimo, abrigado em um dos principais museus do país. Só que aqui a polêmica é velada.
   A obra em questão é nada menos que “A Primeira Missa no Brasil”, de Victor Meirelles de Lima (1832-1903), pintada entre 1859 e 1860 na França. 
    Considerada a primeira pintura histórica produzida por um brasileiro, retrata a missa que Pedro Álvares Cabral mandou rezar para marcar simbolicamente a posse de Vera Cruz pela Coroa portuguesa, assim como a implantação da fé católica no novo domínio, em 1500. Com 2,68 por 3,56 metros, o quadro dificilmente passa despercebido por quem visita a Galeria de Arte Brasileira do Século XIX do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro.
     O que olhares leigos não captam são os possíveis acidentes de percurso resultantes da última restauração da tela, bancada pelo BNDES em 2006. Após a intervenção, duas faixas de cor neutra, nas laterais, passaram a dividir espaço com os elementos épicos da pintura.
    A denúncia foi feita pelo crítico e historiador da arte Carlos Roberto Maciel Levy e endossada pelo restaurador Cláudio Valério Teixeira, atual secretário de Cultura de Niterói (RJ), que na década de 1980 coordenou a restauração de duas das mais importantes telas do acervo do próprio MNBA: “Batalha dos Guararapes” (1879), também de Victor Meirelles, e “Batalha do Avaí” (1872), de Pedro Américo. Em entrevista à Revista de História, Levy contou que na cerimônia de reinauguração do Museu Nacional de Belas Artes, há seis anos, percebeu os novos elementos no quadro, nunca vistos antes. “Quando entrei na sala em que estava a pintura, acompanhado do professor Cláudio Valério Teixeira, reconheci de imediato a moldura original. Ora, eu estava com o maior restaurador de obras de arte do Brasil! Cutuquei o Cláudio, e ele, que já é meio pálido, olhou para a pintura e ficou mais pálido ainda. Não sou restaurador e não vou dar opiniões categóricas, mas naquele momento eu tive a nítida impressão de que a tela havia sofrido um acidente de restauração”.

Fonte: http://www.defender.org.br/conservar-para-nao-restaurar/ 

 Bem como foi dito, houveram alterações no quadro e se tratando de uma restauração que por sinal é feita por humanos, querendo ou nao, mesmo que dizer ser uma ciencia exata e tecnica acho que o trabalho é pacivel existir a subjetividade sim. Vejam comigo, todos nos quando aprendemos a escrever nao aprendemos todos do mesmo jeito e mesmo assim o individual acaba percistindo e dando caracteristica propria a escrita. O mesmo acontece com medicina e com restauração sim e cada um vai por um pouco de si no trabalho mesmo que incosciente. Entao é por isso que se fala em melhor conservar para nao restaurar, pois a conservação nao realiza alterações fisicas na obra, ela trabalha com o controle do ambiente  em que se encontram os trabalhos. Mas se for uma conservação tambem mal feita nao adiantara nada entao vamos o negocio é estudar e quanto mais nos cercamos de cuidado e conhecimento sobre o que estamos fazendo; melhor.
  Ate a proxima ...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

PROFESSOR MOSTRA QUE QUIMICA E ARTE CAMINHAM JUNTAS EM RESTAURO DE BENS CULTURAIS

      O artigo de hoje é para mostrar que arte nem é tao subjetiva assim, se ela se alia a uma materia tao objetiva como quimica e outras materias exatas entao quer dizer que ela tem sua importancia e objetividade.
  
 Reportagem: Fernanda Vilela

Caso da espanhola que tentou recuperar pintura mostra que é necessário conhecimento para restauração de obras de arte (Crédito: Centro de Estudos Borjanos/AFP) 
Caso da espanhola que tentou recuperar pintura mostra que é necessário conhecimento para restauração (crédito: Centro de Estudos Borjanos/AFP)

 Caso da espanhola que tentou recuperar pintura mostra que é necessário conhecimento para restauração de obras de arte (Crédito: Centro de Estudos Borjanos/AFP) Caso da espanhola que tentou recuperar pintura mostra que é necessário conhecimento para restauração (crédito: Centro de Estudos Borjanos/AFP) 
    
     A palavra arte tem origem no latim e significa técnica ou habilidade. Geralmente ela é entendida como a atividade humana ligada à estética e à comunicação, realizada a partir da percepção, emoções e ideias. As manifestações artísticas buscam o mergulho na consciência, dando um significado único e diferente para cada obra. A importância da preservação do patrimônio histórico e cultural de uma nação demonstrou a necessidade da existência de outra habilidade: a conservação e restauração de bens culturais. 
     Com o passar do tempo, as obras de arte envelhecem e se desgastam. Para cuidar desse material tão delicado é necessário ter conhecimento sobre o assunto. Para isso, a união com a Química é fundamental. 
    Um exemplo mal sucedido de restauração feita sem preparo adequado foi o de uma espanhola de 80 anos que decidiu por conta própria restaurar uma pintura do século XIX na parede de uma igreja em Borja, na Espanha. A mulher até agiu com boa vontade, mas acabou distorcendo completamente a obra original, feita pelo artista Elías García Martínez. 
     O Prof. Dr. João Cura D´Ars de Figueiredo Junior, especialista em Química de Bens Culturais na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que o químico auxilia diretamente o restaurador ao escolher, por exemplo, um solvente que funcione de uma forma bem específica na limpeza e na remoção das pinturas. “Pensemos em uma situação em que há uma pintura na qual o seu verniz está envelhecido e de cor amarela. Ao usarmos um solvente para remover esse verniz, há o risco de tirarmos também a tinta. A solução que o químico encontra é que diferentes materiais, como o verniz e a tinta, podem possuir diferentes solubilidades. Em uma situação aceitável, o verniz será totalmente polar e a tinta totalmente apolar. Neste caso, poderíamos usar água para remover o verniz sem o risco de que ela dissolva a tinta”, diz. 
    Segundo Figueiredo, em diversos momentos, o restaurador tem a necessidade de identificar substâncias em obras de arte para conhecer a técnica que o artista utilizou ou proteger o estado de conservação da obra. “O estado de conservação nos diz o quanto a obra está deteriorada e o que causou essa deterioração”, explica. 
    O pesquisador diz ainda que, com o avanço tecnológico, os materiais utilizados no processo de restauração de uma obra de arte evoluíram. “Hoje em dia, temos sistemas com géis, bem semelhantes a sabões, que podem usar materiais como a lipase, uma enzima que auxilia na remoção de tintas a óleo. Há também solventes magnéticos. Esses solventes são géis magnéticos misturados a um solvente de uso comum, como as cetonas. Eles apresentam a facilidade de limparem as obras e serem removidos depois com ímãs”, afirma o professor. 

 História 

   Figueiredo explica ainda que as primeiras tentativas de unir a Química e a restauração começaram no século XVIII. Grandes cientistas como Pasteur, Bertholet, Humphry Davy e Faraday foram os precursores. Bertholet chegou a ser requisitado pelo próprio Napoleão Bonaparte para tratamentos químicos em obras encontradas no Egito. 
    Esses cientistas, porém, passaram por dificuldades. Os restauradores os evitavam, pois acreditavam que os químicos não possuíam sensibilidade para tratar a obra de arte com respeito. “Isso acabava encontrando razão, pois muitas vezes as intervenções dos químicos foram desastrosas. Humphry Davy, por exemplo, acabou destruindo vários pergaminhos ao tentar restaurá-los”, revela Figueiredo. 
   “Infelizmente, o passo mais importante para essa união foram as guerras mundiais. A destruição de monumentos e obras artísticas pelos bombardeios e ataques de exércitos gerou um forte sentimento de que eles deveriam ser preservados e todos os esforços para isso, oriundos de qualquer área, seriam importantes”, complementa o pesquisador.

 Arte e Ciência 

                             O prof. João Cura D'Ars de Figueiredo Junior durante aula de análise de materiais de obras de arte

O prof. João Cura D’Ars de Figueiredo Junior durante aula de analise de materiais de obra de arte

 O prof. João Cura D'Ars de Figueiredo Junior durante aula de análise de materiais de obras de arte O prof. João Cura D’Ars de Figueiredo Junior durante aula de análise de materiais de obras de arte Para Figueiredo, a Arte e a Ciência estão interligadas e devem caminhar juntas. “A divisão do conhecimento em disciplinas existe apenas para facilitar o estudo. Não existe um planeta ‘Química’, ou um planeta ‘História’. Bom, podem até existir, mas aqui no planeta Terra todos os conhecimentos são fundamentais para o ser humano. Precisamos saber sobre artes e sobre exatas. O conhecimento de uma não elimina a outra”, diz. O professor conclui citando uma frase do cientista francês Henri Poincaré: “O cientista não estuda a natureza porque ela é útil; estuda-a porque se delicia com ela, e se delicia com ela porque ela é bela. Se a natureza não fosse bela, não valeria a pena conhecê-la e, se não valesse a pena conhecê-la, não valeria a pena viver”. 

 fonte: http://agenciacienciaweb.wordpress.com/2012/09/14/professor-mostra-que-quimica-e-arte-caminham-juntas-em-restauro-de-bens-culturais/

terça-feira, 13 de novembro de 2012

CULTURA E EDUCAÇÃO

    Quando a Educação se afasta da Cultura ela perde sua alma. Quando a Cultura se afasta da Educação ela perde seu corpo. Reaproximar Cultura e Educação é reaproximar corpo e alma.
 
    Um programa de integração entre Cultura e Educação deveria ser estruturante para todo programa de governo. Há acúmulo teórico e experiência prática, comprovando que este encontro entre Cultura e Educação não somente dá certo como é indispensável para uma cultura cidadã e uma educação emancipadora, como o movimento mundial pelas Cidades Educadoras, ou o conceito das Escola-Parque, formulado pelo pedagogo brasileiro Anísio Teixeira, ou dos Parques Infantis, implantados na década de 1930 em São Paulo, por Mário de Andrade.

    Aqui não se trata da pedagogização da cultura e das artes, mas da integração entre cultura e educação, em um processo permanente, que aconteça em todos os lugares, com todas as gerações e por toda vida. A base da cidadania cultural está neste sutil exercício.

   Integrado Cultura e Educação (e também esportes, lazer e meio ambiente) é possível implantar, paulatinamente, a Educação em Tempo Integral, mas não em tempo integral na escola e sim utilizando toda a rede de Cultura da cidade (não somente a municipal, como também de demais instituições a partir de parcerias). Fora do horário na escola os alunos poderiam participar:

.    a)  Cursos de iniciação artística em Escolas Municipais de Iniciação Artística
.    b)  Formação de público com freqüência a teatros, museus, centros culturais e cinemas;
.    c)  Projetos especiais como o Recreio nas Férias – assegurando programação cultural e esportiva de férias para todas as crianças e adolescentes da cidade;
.    d)  Corpos Artísticos Juvenis (ou vocacionais), como orquestras e corais, grupos de teatro, dança, circo e coletivos em artes visuais ou audiovisual. 
O objetivo seria assegurar a todas crianças e jovens o acesso a, pelo menos, um curso de iniciação artística e freqüência mensal em, no mínimo, uma programação em teatro, cinema ou exposição e uma semana de férias nas atividades do Recreio nas Férias (com atividades de cultura, esporte e lazer nos pólos de férias, passeios e visitas a áreas de lazer – quando desenvolvi esta experiência em Campinas, no início dos anos 90 e em São Paulo, no governo Marta Suplicy, conseguimos atender a mais de 100.000 crianças e jovens por edição).

    Quanto aos Corpos Artísticos Juvenis, faço um exercício para demonstrar o quanto é viável. Imaginemos uma cidade que contasse com 50 Orquestras e Corais Infantis e Juvenis, com participação entre 60 e 100 jovens em cada um. 
  O custo de manutenção de cada orquestra seria de R$ 400 mil/ano, garantindo contratação de regente e professores por naipe (violino, violoncelo, percussão, etc…); um sistema de orquestras jovens com este porte asseguraria 1.000 apresentações de música de câmera por ano (2 por mês, durante 10 meses, por cada orquestra), envolvendo diretamente entre 3 a 5 mil jovens músicos, além de gerar postos de trabalho para músicos recém formados, que atuariam como regentes e professores de orquestra (aproximadamente 500 no total). Há que contabilizar também o público beneficiado com a série de concertos, alcançando centenas de milhares, ou até milhões, de pessoas. O custo total desta ação seria de R$ 20 milhões/ano (numa cidade que assumisse 50 orquestras jovens), pouco para o alcance educacional e cultural da iniciativa.
     A Orquestra de Heliópolis, em São Paulo, é um exemplo de transformação social e beleza que resulta de um trabalho como este. Por que as cidades do Brasil não podem contar com tantas mais experiências como a surgida na favela de Heliópolis, em São Paulo? O mesmo poderia acontecer com grupos de teatro, dança, coral, etc… (neste caso a um custo menor por grupo constituído). Como parâmetro de eficácia, devemos observar o Sistema de Orquestras Jovens da Venezuela, conhecido como El Sistema (atualmente a Venezuela é o país que mais forma músicos eruditos no mundo – em relação à população); com 30 milhões de habitantes, o país conta com mil orquestras e 300 mil músicos em atividade (em proporção, a cidade de São Paulo deveria contar com 100 mil músicos e mais de 300 orquestras jovens).   
       Todo município brasileiro pode e deve ter seu Sistema de Corpos Artísticos Juvenis, seja uma banda de coreto ou orquestra, um grupo de teatro, dança ou circo, ou vários. Investindo muito ou pouco, mas investindo e cuidando de sua gente, este deveria ser o principal objetivo de todo governo.
Sistema Municipal de Bibliotecas, livro e leitura, outra ação indispensável. Biblioteca é patrimônio cultural e, sobretudo, formação. Além de assegurar, ao menos, uma biblioteca por município ou distrito, cabe integrar a rede de bibliotecas públicas com as bibliotecas escolares, bibliotecas comunitárias e demais iniciativas de difusão do livro e da leitura. E ir além da integração e disponibilização de acervos.
      É preciso atualizar o conceito de bibliotecas, transformando-as em espaços convidativos e agradáveis, com acervo atualizado e livros ao alcance direto do leitor (ao menos o acervo mais atual), espaços iluminados e aconchegantes, atividades lúdicas em brinquedotecas e constante programação cultural e artística. Há diversos bons exemplos de como a instituição Biblioteca pode assumir um novo papel de estimulador social e cultural, que vai muito além da guarda e consulta de acervos. A cidade de Medellin, na Colômbia, é um belo exemplo de como potentes bibliotecas se transformam em âncora para a regeneração urbana e o exercício de uma cultura cidadã; isso também pode acontecer em qualquer cidade do Brasil.
       E para além das Bibliotecas. Há a necessidade de políticas de difusão do livro e da leitura, levando-o mais próximo ao público, com iniciativas que vão desde a distribuição gratuita de livros de baixo custo no sistema de transporte público (a exemplo do programa “Para ler de boleto en el metro”, na cidade do México) até a organização de bancas/estantes em praças e pontos de ônibus (a exemplo da cidade de Bogotá, ou da bela iniciativa de um Ponto de Cultura em um açougue, na cidade de Brasília, que disponibiliza 100.000 livros nos pontos de ônibus da cidade). E difusão se faz com gente, Agentes de Leitura (jovens da Cultura Viva, que difundem a leitura em casas, ruas e espaços comunitários) e o próprio incentivo à criação literária. Enfim, não há Cultura e Educação sem a devida prioridade às bibliotecas, livros e leitura.

*Terceiro texto da série “A Potência da CULTURA – ensaio com sugestões para programas de governo”, publicada originalmente e na íntegra na revista Fórum. Clique aqui para ler o segundo texto.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A POTENCIA DA CULTURA

Falando em cultura ontem dia 05 foi dia dela e por coincidencia o texto fala sobre este assunto. O artigo foi retirado da revista virtual Cultura e Mercado

A Potência da Cultura

   E se a Cultura fosse prioridade em programas de governo? Ela seria reconhecida como o fio condutor que une o direito à saúde, ao transporte, à moradia, à educação, ao trabalho, à cidade… à cidadania. Cultura como arte, habilidades humanas, mas para além das artes e da expressão simbólica, Cultura como comportamento, como atitudes e valores que se expressam desde as mínimas relações no cotidiano à economia. Assim, teríamos programas de candidatos e candidatas às prefeituras que tratariam a Cultura em toda sua Potência, central e transversal.

 

   Como primeira medida, o fortalecimento das Secretarias e órgãos de gestão da Cultura. Não é possível que a Cultura continue sendo tratada como mero ornamento, com políticas públicas acanhadas e concentradas, tanto no espaço geográfico, quanto social, ou restritas à realização de eventos e atividades artísticas pontuais.
     Em São Paulo, por exemplo, se de um lado houve a positiva e necessária recuperação de espaços como o Teatro Municipal e a Biblioteca Mário de Andrade, além da incorporação da Virada Cultural (que, em meu modo de ver, deve ser mantida e aperfeiçoada) ao calendário da cidade; de outro, o investimento em Cultura, para além do centro da cidade ou para além de um grande evento anual, ficou praticamente abandonado.
    E este é o retrato de praticamente todo o país. Em Campinas, a mediocrização da gestão cultural vem desde o final do século passado (e, infelizmente, enquanto paro para pensar em alguma exceção positiva, poucos exemplos me vêem à cabeça, talvez Suzano, na grande São Paulo, não muito mais que isso).
    Ao menos em cidades mais dinâmicas, como São Paulo, outros agentes e instituições assumem um papel  mais ativo que as prefeituras na vida cultural da cidade; como o SESC paulista e sua programação de vanguarda, ou a iniciativa privada financiada com recursos de renúncia fiscal (mas neste caso reduzindo a Cultura à dimensão Mercadoria), além de manifestações e organizações autônomas da sociedade (como os saraus literários de periferia ou os pequenos teatros de grupo).
    Sem dúvida, em cidades com as dimensões de São Paulo esta pluralidade de agentes culturais, pode e deve ser estimulada; todavia, o que não pode mais continuar acontecendo é o fraco protagonismo do poder público municipal, não somente em São Paulo como em quase todos municípios do Brasil.
  Tanta coisa boa poderia acontecer se as gestões municipais fossem estruturadas a partir de uma visão ampla integradora da Cultura, sob o conceito da cidadania cultural.
      Nos próximos dias, exercitarei aqui um ensaio de como isso poderia se realizar na prática, em programas de governo. Penso em quatro macro-programas, interligados e transversais, não somente entre si, no âmbito de atuação das secretarias de Cultura, mas em inter-relação com as demais secretarias e programas do governo municipal. Estes programas matriciais deveriam se desdobrar em Ações e Iniciativas.

*Primeiro texto da série “A Potência da CULTURA – ensaio com sugestões para programas de governo”, publicada originalmente e na íntegra na revista Fórum.
         
Autor: Célio Turino
Historiador, escritor e gestor de políticas públicas. Foi idealizador e gestor do programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura.

   Meu Comentário: A cultura ainda nao foi percebida totalmente e nem as pessoas em geral (a maioria delas) conhecem seu potencial. Cultura é o modo de pensar e agir que pode ser vista individualmente (um individuo em particular) e coletivamente. É essa coletividade que vai formar o diferencial de cada cidade, estado e país. E o melhor, esta sempre em transformação. Porem se não respeitamos o outro estamos negando nossa propria cultura que como disse é coletiva tambem. Muita gente nao valoriza e prestigia os eventos sociais que acontecem em seu entorno e desta forma se alienia e quanto mais pessoas forem assim mais o lugar se estagna (nao evolui). Conhecer as comidas/sabores, as musicas/sons, os cheiros, os locais e as artes fazem parte do conhecimento cultural e devemos cultiva-los.

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