Considero que todas as ações devem tomar em conta seu entorno, seu contexto de formação, a população que vive e circula e suas relações geográficas, históricas e culturais. Tudo o que escapa a isso parece-me sem sentido e despossuído de valor e com poucas chances de perdurar. Quando essas relações são tomadas em conta as possibilidades de configurar-se como legado benéfico são grandes.
Como historiadora, vejo muito mais o valor que os espaços propiciavam
enquanto sociabilidades e trocas (sejam elas de quaisquer natureza:
culturais, políticas, comerciais, entre outras) e os espaços
arquitetônicos como a materialização de fazeres e viveres. Se pensarmos
será essa urbanidade vivida e pulsada em cada rua, em cada edificação,
que trará valor para além dos aspectos imobiliários. Uma lembrança para
este caso é o que ocorreu em São Paulo com o Bexiga e mesmo à Nova Luz.
são importantes fontes de mensuração disso.
Quando pensamos uma das variáveis para valor entramos de novo na
forma, uso e ocupação dos espaços através do tempo. As movimentações de
fronteira entre os espaços e a “necessidade imobiliária” de empurrar à
margem o que não tem valor monetário é outro dos problemas, em especial
quando o patrimônio arquitetônico, está tendo outro valor de uso,
ocupação e transito social (caso específico do comércio da Santa
Ifigênia e da área de venda e consumo de craque). A decadência social em
geral acompanha a dos espaços arquitetônicos e em geral de outras
praças e ajuntamentos.
De fato, projetos chamados de preservação, mas que engessam e de
certa forma descaracterizam e museificam espaços não fazem sentido à
preservação como um todo e a cidade especificamente.
Exatamente por ela
conter fortes elementos vivos e de interatividade.
São muitos os critérios e variáveis essenciais para estudos de
viabilidade neste sentido, que devem ser feitos de forma prévia e nunca
imediatista. Infelizmente, vemos que isso ocorre a conta-gotas.
Referências:
Algumas Reflexões sobre Preservação de Acervos em Arquivos e Bibliotecas, [link] A Construção do Conceito de Patrimônio Histórico: Reconstrução e Cartas Patrimoniais, [link]
Algumas Reflexões sobre Preservação de Acervos em Arquivos e Bibliotecas, [link] A Construção do Conceito de Patrimônio Histórico: Reconstrução e Cartas Patrimoniais, [link]
Fonte do site: http://pensadosatinta.blogspot.com.br
Fonte onde foi pega a resportagem http://defender.org.br/artigos/patrimonio-arquitetonico-preservar-nao-e-apenas-tombar-por-eliana-rezende/
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