Patrimônio cultural em risco permanente
O texto a seguir nos conta a historia do surgimento dos mercados, porem na minha opinião esquece de informar diretamente aos leitores que mercados são considerados patrimonios imateriais, pois isso é deixado subentendido. Mas porque considerar o mercado como patrimonio imaterial se ele é um elemento físico. Isso ocorre porque o mercado somente existe verdadeiramente quando se esta aberto ao publico e la ocorrem manifestações e transitos que somente a estrutura física deste espaço nao consegue representar por si só.
Por Sandra Cureau*
O descaso das autoridades com um dos cartões postais de
Porto Alegre dá bem a marca da importância que emprestam ao patrimônio
cultural.
Nas sociedades primitivas, a distribuição dos produtos agrícolas era
feita a
todos os integrantes dos grupos sociais, conforme vínculos e
alianças que se formavam entre eles.
Os mercados surgiram na Idade Média, para permitir aos senhores
feudais a venda das colheitas de suas terras. Eram semelhantes às feiras
livres e não tinham locais ou datas fixos. Forneciam, além dos produtos
do campo, utensílios comuns à vida diária.
Em 1137, na Baixa Idade Média, iniciou-se a construção do mercado dos
Halles em Paris. Nessa época, o aumento demográfico e o renascimento do
comércio na Europa, associados às inovações técnicas que permitiam
maior produtividade do solo, geraram a necessidade da construção de
prédios para comercialização dos produtos do campo.
Os mercados espalharam-se pelas cidades e são hoje, em todo o mundo,
pontos de atração turística pela importância histórica que adquiriram,
pelas características arquitetônicas e pela própria dinâmica e riqueza
interior.
O Mercado Central de Porto Alegre, também conhecido como Mercado
Público, foi construído em 1869, em estilo neoclássico. Estabelecimentos
que nele se encontram, ou se encontraram um dia, como o restaurante
Treviso _ famoso pelas canjas que oferecia nas madrugadas à boemia
porto-alegrense e que foi testemunha de importantes acontecimentos
históricos _, tornam-se parte da memória coletiva da cidade.
O incêndio da noite do último sábado, de grandes proporções, consumiu
a maior parte do pavimento superior e o telhado antigo de cerâmica.
Apesar da chuva, o fogo alastrou-se rapidamente e só foi controlado três
horas depois. Especialistas estimam que outras partes do prédio podem
ter ficado comprometidas. (...)
O tempo presente é uma construção social: lembrar-se é, em grande
parte, não esquecer. Neste contexto, os bens patrimoniais servem como um
apoio à memória, uma vez que o passado só existe porque se apoia nos
objetos que lhe estão ligados.
Este é o quarto incêndio que atinge o prédio do Mercado. Os outros
ocorreram em 1912, 1976 e 1979. O comprovado descaso das autoridades
com um dos cartões postais de Porto Alegre dá bem a marca da importância
que emprestam ao patrimônio cultural, como testemunho da memória e da
identidade do nosso povo.
*Vice-procuradora-geral da República e especialista em Direito do Patrimônio Cultural
Fonte: Zero Hora
O que o texto nos quis mostrar alem da historia do mercado e a importancia do mercado. Que mesmo que os monumentos se tornem caracteristica e simbolo de uma cidade, as autoridades esquecem de manter os devidos cuidados com estes conjuntos de bens culturais da cidade deixando os desprotegidos sem haver a conservação e a proteção necessária para a sua manutenção e permanencia
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