Em minha opinião o texto apresenta alguns pequenos erros que vou comentar aqui antes de vocês inicia-los fora isso ele esta correto e faz uma boa apresentação sobre a profissão (* acréscimo meu)
Pequenas correções: "O restaurador tem como função
primordial garantir que a obra de arte a ser restaurada permaneça
íntegra, mantendo suas características originais durante décadas ou
séculos" O restaurador não restaura a peça para que ela mantenha suas caracteristicas originais. Do jeito que esta aqui eu entendi que a peça fica como se fosse antes e nao é assim, a restauração tenta aproximar das caracteristicas originais e se a peça esta faltando e nao ha referencia ela continua faltante sim pois nao se pode criar a partir do que nao se tem referencia. Se o artista criar na restauraçao entao estará falsificando.
O trabalho dos restauradores
Trabalho de restauradores tem como objetivo perpetuar obras de arte, sejam elas pinturas,
esculturas ou gravuras (*ou objetos de Igrejas e arquitetura)
Garantir perpetuação e reconhecer o valor histórico das obras de arte
de uma forma geral, é o papel dos restauradores. Uma profissão
fascinante e minuciosa, que lida diariamente com a ciência, e exige
muito cuidado e atenção de seu executor. O restaurador tem como função
primordial garantir que a obra de arte a ser restaurada permaneça
íntegra, mantendo suas características originais durante décadas ou
séculos. São desenvolvidos projetos de restauração e conservação, que
evoluem cada dia mais com as novas tecnologias. Entre os objetos que
podem ser restaurados, estão: livros, manuscritos, esculturas, pinturas,
fotografias e monumentos, seja ele de valor sentimental ou histórico.
O restaurador analisa as condições em que tais obras de arte ou
objeto estão, a partir disso, se devem ou não permanecer no local, com o
intuito de prolongar a vida das peças. Este profissional pode trabalhar
em órgãos oficiais do patrimônio, museus, igrejas, galerias de arte e
bibliotecas ou consultor.
Mônica Lima de Carvalho é restauradora, e atualmente trabalha na
Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela coordenou o projeto intitulado
“Ação Educativa/Educação e Comunicação: implantação de um novo sistema
de comunicação museal para a exposição de longa duração do Museu
Antropológico da UFG”. O projeto culminou com a reformulação física da
exposição de longa duração, além da implantação de subprojetos de apoio,
como a construção de câmara externa de fumigação, a adequação da
Reserva Técnica Etnográfica, a implantação do Laboratório de Conservação
e Restauro, o estágio de conservação em coleções etnográficas no Royal
Albert Memorial Museum Art & Gallery, em Exeter, na Inglaterra, onde
teve a oportunidade de especializar-se pelo período de seis meses em
conservação, restauração e gerenciamento de coleções etnográficas e
arqueológicas.
- Dificuldades para formação
Mônica ressalta os prós e contras da profissão, e as possíveis
vertentes da restauração. Ela fala da importância, para quem pretende
seguir essa carreira, de saber outro idioma, além das dificuldades
encontradas no percurso da graduação e possíveis especializações. “Aqui
no Brasil, a graduação nesta área, só é encontrada no Centro de
Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É preciso muita dedicação,
não é um curso qualquer em que podemos ficar somente com a sala de aula,
a cada especialização, você percebe o quanto o estudo aprofundado é de
fundamental importância para seu crescimento como profissional. Uma das
graduações da UFG, oferece apenas uma matéria a respeito de montagem de
quadros. Atualmente, os cursos oferecidos pela Faculdade de Artes da
UFG, deixam muito a desejar no quesito introdução a preservação e
conservação de obras de arte, quanto à tecnologia de construção, como
por exemplo, escultura policromada, pintura de cavalete, gravura e
técnicas mistas”, esclarece.
- Exigência de dedicação
Segundo Mônica, o curso de especialização é realizado em Belo
Horizonte, era financiado com a ajuda de verbas do exterior, e
disponibilizava bolsas oferecidas pela Capes aos alunos. Ela cita, que
no Brasil, não há muito investimento nos profissionais ou na área de
restauração. No entanto, o salário para quem pretende ingressar na
carreira, pode variar de R$ 3 mil a R$ 6 seis mil, nas universidades
federais. “Boa parte das bibliografias do curso são do exterior, ou
seja, em outro idioma, por esse motivo, quem sabe mais de uma língua,
pode ter mais facilidade nos estudos. Os critérios e técnicas usadas na
restauração, também são internacionais. Infelizmente o curso de
especialização do Cecor encontra-se desativado no momento, devido a
implantação do curso de graduação de conservação da Escola de Belas
Artes, UFMG”, explica.
Para a restauradora, o trabalho é estimulante, e a levou a outros
países como Inglaterra, Holanda, Itália, França, Portugal e Índia, tudo
em busca de mais conhecimento. “Normalmente, nos casos dos bens
culturais móveis, o processo de intervenção é desenvolvido em
laboratório de conservação e restauro, mas nos casos de bens culturais
integrados, o processo acontece no próprio local de origem, como por
exemplo, os elementos artísticos integrados de uma igreja como talhas
dos retábulos, altares, pinturas parietais e de forros e outros
elementos decorativos”, diz.
- A importância dos restauradores
Desde obras de arte particulares, peças de colecionadores até mesmo
edificações do patrimônio histórico. Todos podem e devem passar por
restauradores, com o intuito de conservar e prolongar o tempo de “vida”
da peça ou imóvel. De acordo com o colecionador e professor da UFG João
Batista Souza, o bom restaurador tem um papel importantíssimo para a
história. “Tem cerca de dez anos que coleciono obras de arte, sejam em
quadros, esculturas ou até mesmo mobiliário. Tenho três quadros, de uma
família que morava em um casarão na cidade de São Paulo, eles se mudaram
para o litoral, e colocaram a venda coisas do mobiliário, por que não
caberia no apartamento. Não são de artistas famosos, mas sim quadros
acadêmicos. Comprei por que gostei dos quadros, foram os primeiros que
comprei. São dos anos de 1911, e 1939. Outro que também adquiri no mesmo
período é bem grande e data de 1911, inclusive foi objeto de uma prova
recente do vestibular da UFG. Ele ainda não foi restaurado, mas será,
está com alguns descascados na pintura, precisa de uma limpeza, porque
esta há muito tempo guardado, ou pregado na parede e adquiriu sujidades,
excremento de insetos, outros três já foram restaurados. Tenho medo de
deixar meus quadros nas mãos de qualquer pessoa. Por esse motivo somente
a Mônica (restauradora) faz os trabalhos, já houve casos em que
pinturas foram desfiguradas, então precisamos procurar alguém que tenha
realmente indicação e seja habilitado para o trabalho. O valor histórico
e sentimental que essas obras têm, nos leva a cuidar bem delas”, diz o
colecionador.
Para João Batista, além de mandar seus objetos para a restauração,
ele tem cuidados especiais em casa, para que a peça dure por muitos
anos. “A Mônica me instruiu em relação a como posso limpar os quadros
com o pincel”. Fui a São Paulo recentemente e trouxe uma escultura, no
trajeto de volta ela quebrou. Em casa nós colamos com cola instantânea,
mas daqui um tempo aquilo fica amarelado iria ser notável a deterioração
depois de algum tempo, então eu prefiro aguardar um pouco e, logo vou
trazê-la para ser restaurada. Com o tempo eu adquiri uma noção de
valores, se vejo algo que compensa, eu peso se vale a pena ou não
comprar”, esclarece.
- A profissão
A restauração e reconstituição, vem desde o começo do mundo. Existe
todo um discurso sobre isso, no renascimento, por exemplo, os artistas
eram chamados para fazerem essas restaurações, e achavam que o trabalho
de alguns precisava de algumas correções, o que era feito, e designado
como restauração. No Renascimento isso gerou problemas, foi um dos
fatores de maior degradação de patrimônio cultural.
De acordo com Deolinda, no Brasil desde a década de 30, são
desenvolvidos trabalhos na área do restauro. “Inicialmente com Edson
Mota no Rio de Janeiro, e outro restaurador da Bahia, ambos foram fazer
curso na Bélgica, voltaram para o Brasil e descobriram que era bem mais
fácil trabalhar por lá.
No Brasil, na época, não tinha instrumental.
Conheci Edson Mota filho, então a saga deles na construção de
instrumental, de pesquisa da área de restauro, foi muito interessante e é
perceptível como há uma discussão a cerca desses estudos. Você vê as
pessoas falando do trabalho do Edson Mota, como tendo causado problemas
em determinadas intervenções de restauro que ele fez, porque na época
não havia tecnologia e, neste período as pessoas buscavam fazer as
coisas da melhor forma possível, dentro daquilo que havia de
conhecimento na época, imaginando que no futuro poderia ter uma saída
para aquela obra. Você nunca faz uma intervenção que você não tenha
certeza que pode reverter, ou seja, quanto menos você mexer, melhor”
ressalta a restauradora.
Deolinda cita a aprovação do Senado Federal, para uma nova lei que
regulamenta a profissão. “Só há cursos profissionalizantes, no Rio de
Janeiro, Bahia, São Paulo, Minas Gerais em Ouro Preto e Belo Horizonte.
Há um curso na cidade de Goiás, mas é a nível técnico. Nunca parei de
estudar, acho que isso é o fundamental, você não pode dizer que é
restaurador se você não estuda, e se recicla. Há outra questão quanto ao
retorno financeiro, nunca consegui sobreviver dessa profissão, mas
também nunca tentei viver só disso. Gosto muito da profissão, e acho que
a maioria das pessoas que entram nessa área gostam, e se apaixonam. No
período dos anos 80 até 2000/2005, éramos desbravadores, pelas mesmas
dificuldades que o Edson tinha lá na década de 30, 40, 50”, diz.
De acordo com a restauradora, a profissão também tem seus “perigos”.
“Nessa área, somos poucos, você tem um monte de curiosos, tive fases em
que, quando chegava um trabalho no ateliê, que já tinha passado pelas
mãos de curioso eu sabia que iria dar o dobro de trabalho, então acabava
tendo de cobrar mais. E se a obra for roubada? Tem que ter procedência,
é preciso saber com o que está lidando. Já me deparei com situações do
tipo, chamei os órgãos competentes, e se tratava de um roubo em série, a
pessoa chegou na minha casa, no ateliê com indicações, mas a peça tinha
carimbos de origem, e eu achei suspeito. Imagine se eu faço o restauro?
Fico como cúmplice, na restauração você trabalha com peças, ou que
possuem um valor monetário ou afetivo alto, ninguém manda restaurar uma
coisa que não tem valor nenhum para ela”, ressalta. (...)
Fonte: DM.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário