O texto de hoje se trata de uma questão do seculo 21 em conservação do patrimônio cultural: A urbanização crescente e a manutenção do que ainda resta de patrimônio. Ele comenta questões desenvolvidas relacionadas ao Estado de Minas mas que pode ser aplicada a qualquer estado, é claro que há um pouco do lado politico de exaltar algo como se aquilo ocorresse sem maiores problemas (o que não e verdade mas que pode ser relevado e retirado apenas as boas ideias mas vamos ao texto)
O PAPEL DE CADA UM NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL
Equacionar a proteção do patrimônio cultural e a expansão urbana é um desafio não só do poder público, mas também dos cidadãos
O PAPEL DE CADA UM NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL
Equacionar a proteção do patrimônio cultural e a expansão urbana é um desafio não só do poder público, mas também dos cidadãos
Frederico Prates - Especial para o Lugar Certo
Através do IEPHA/MG, a O3L Arquitetura está desenvolvendo o projeto de restauração da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, no distrito de Milho Verde, no Serro |
Preservar e cuidar da manutenção do patrimônio cultural construído é um grande desafio da atualidade. O crescimento das cidades, a expansão imobiliária, o déficit habitacional e os impactos ambientais constituem fatores que desafiam os gestores públicos a confrontar o desenvolvimento eminente, com a necessidade de minimização de impactos ambientais e sociais.
No âmbito do patrimônio cultural, esforços têm sido canalizados visando a consolidação de uma política de proteção de acervos, assim como ações efetivas de restauração de bens culturais que se encontram em estado de conservação ruim.
Ao circular pelas cidades do interior do país, observa-se, com frequência, a degradação de inúmeros imóveis seculares, de valor artístico e cultural, de propriedade particular ou pública, que lamentavelmente dão lugar a outras edificações. Estas surgem de maneira abrupta e se sobrepõem à paisagem vernacular, tradicional, desconsiderando todos os condicionantes conformadores do espaço urbano e sua história. Desse modo, a leitura espacial e sua compreensão ficam comprometidas, uma vez que os suportes físicos da memória das cidades são apagados, dando lugar a construções que não dialogam e não respeitam o meio existente.
Algumas iniciativas se fazem válidas ao
resgatar e garantir a permanência da identidade cultural, além de
incentivar outras ações que atuarão na manutenção da memória coletiva. O
poder público estadual, através do Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico e Artístico de Minas Gerais –IEPHA/ MG, empenha-se na
preservação e conservação de monumentos religiosos, civis, fazendas e
inúmeros elementos artísticos integrados que compõem o rico acervo
cultural mineiro, que carece de atenção e cuidados especiais.
Neste contexto, o patrimônio cultural de Minas Gerais registra um importante passo na conservação de parte de seu acervo, através da iniciativa do governo estadual, ao colocar em prática ações que intervirão diretamente na manutenção de importantes monumentos distribuídos no território mineiro.
Minas Patrimônio Vivo é um programa da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, que visa a proteção do patrimônio cultural de Minas Gerais. Idealizado e coordenado pelo IEPHA/MG, o programa estabelece ações de restauração de bens culturais protegidos pelo estado, atividades de educação patrimonial, documentação e difusão de inventários, inspeção e vistoria aos bens, instalação de alarmes contra furtos e sistemas de proteção contra incêndio. O programa conta também com as parcerias do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, das Secretarias de Estado de Turismo e Educação, do Ministério Público de Minas Gerais, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Em fevereiro deste ano, foram assinadas ordens de serviços para a execução de obras de restauro e projetos executivos de restauração dos seguintes bens culturais:
Neste contexto, o patrimônio cultural de Minas Gerais registra um importante passo na conservação de parte de seu acervo, através da iniciativa do governo estadual, ao colocar em prática ações que intervirão diretamente na manutenção de importantes monumentos distribuídos no território mineiro.
Minas Patrimônio Vivo é um programa da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, que visa a proteção do patrimônio cultural de Minas Gerais. Idealizado e coordenado pelo IEPHA/MG, o programa estabelece ações de restauração de bens culturais protegidos pelo estado, atividades de educação patrimonial, documentação e difusão de inventários, inspeção e vistoria aos bens, instalação de alarmes contra furtos e sistemas de proteção contra incêndio. O programa conta também com as parcerias do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, das Secretarias de Estado de Turismo e Educação, do Ministério Público de Minas Gerais, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Em fevereiro deste ano, foram assinadas ordens de serviços para a execução de obras de restauro e projetos executivos de restauração dos seguintes bens culturais:
A Igreja Matriz de São Gonçalo, no distrito de
São Gonçalo do Rio das Pedras, também no Serro, é outro exemplo de
patrimônio que passa por processo de restauração, coordenado pela O3L
Arquitetura, por meio do IEPHA/MG
Inúmeras outras ações
são pioneiras e merecem ser lembradas. O programa de repasse do ICMS aos
municípios - critério patrimônio cultural, estabelecido pela lei
estadual 18.030/2009 – conhecida como Lei Robin Hood, já dispõe de
grande adesão por parte dos municípios mineiros. Anualmente, trabalhos
de catalogação do acervo, instauração de processos de tombamento,
implementação de projetos de educação patrimonial, registro do
patrimônio imaterial e fundo municipal de preservação do patrimônio
cultural são atividades que podem ser desenvolvidas pelos municípios com
efeito de pontuação no programa de repasse da quota do ICMS, critério
patrimônio cultural. Minas Gerais é o estado da federação pioneiro no
estabelecimento desta política pública de incentivo e descentralização
das ações de preservação do patrimônio cultural local.
A atuação
da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de
Minas Gerais, vinculada ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais,
também tem colocado em prática ações de vistoria, fiscalização,
acompanhamento e orientações às comunidades detentoras de acervos
culturais. Atualmente, o órgão publicou o Manual Básico de Segurança e
Conservação do Patrimônio Cultural Sacro, cujo conteúdo, destinado às
paróquias e às comunidades guardiãs do patrimônio religioso, apresenta
normas e procedimentos na conservação e manutenção do acervo sacro. A
publicação pode ser consultada online através do link:
De
uma maneira mais tímida, registra-se também tentativas de recuperação
de edificações históricas através da iniciativa de particulares em
manter e revitalizar seus imóveis. Apesar de todas as dificuldades, tais
intervenções garantem e contribuem na manutenção de verdadeiros
suportes da memória coletiva das cidades.
Equacionar a proteção
do patrimônio cultural e a expansão urbana é um desafio não só do poder
público responsável pela gestão das cidades, mas também dos cidadãos,
principais guardiães e interessados no desenvolvimento do seu habitat
com qualidade sustentável. De um lado, os poderes legislativo e
executivo devem estabelecer uma ligação entre as políticas de uso e
ocupação dos solos com a política de proteção do patrimônio cultural, na
qual se estabelece os meios e mecanismos de proteção do acervo
cultural, garantindo a eficácia no cumprimento do que é determinado em
lei. A comunidade, por sua vez, deve se responsabilizar pela guarda e
difusão deste acervo, entendendo-o como parte inerente de sua própria
história.
Apenas uma gestão integrada com os principais atores
desempenhando suas funções adequadamente poderá garantir melhor
qualidade e controle na construção e manutenção do habitat do século 21.
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http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/colunas/o3l-arquitetura/2013/04/09/interna_o3larquitetura,47129/o-papel-de-cada-um-na-preservacao-do-patrimonio-cultural.shtml
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