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terça-feira, 1 de outubro de 2013

REGULAMENTAÇAO DA PROFISSAO DO CONSERVADOR-RESTAURADOR

 Para quem não sabe a profissão conservador-restaurador apesar de existir cursos para isso não é reconhecida no papel ou no Ministerio do trabalho como uma profissão realmente, sendo assim, estes profissionais nao possuem um conselho que o proteja ou para as pessoas reclamarem, não há um piso salarial ou beneficios para a profissão como risco de insalubridade.  E o processo de regulamentação estava acontecendo, chegou a ser aceito pelo senado e faltava apenas a etoassinatura da presidenta que o Vetou alegando que a ausencia da profissão não causa risco a sociedade. Por outro lado, ela esta investindo altamente no PAC para conservação e restauração das cidades e ninguem imaginaria que este veto iria acontecer. Vejam o artigo abaixo da Universidade de Pelotas

Regulamentação da profissão de conservador-restaurador


É lastimável a concepção equivocada que nossa presidente tem sobre o exercício profissional do conservador-restaurador.
  
  Foi vetado o Projeto de Lei n° 370, de 2007 (nº 4.042/08 na Câmara dos Deputados) que dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de conservador-restaurador de Bens Culturais Móveis e Integrados e autoriza o Poder Executivo a criar o Conselho Federal de Conservação-Restauração de Bens Móveis e Integrados e seus Conselhos Regionais. A justificativa do veto vai contra as concepções de proteção ao patrimônio quando afirma que “O projeto de lei viola o disposto no artigo 5º, inciso XIII da Constituição, que assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo a imposição de restrições apenas quando houver risco de dano à sociedade, o que não ocorre no exercício das atividades de conservador-restaurador”.
    Essa decisão demonstra uma preocupante falta de conhecimento, pois mãos despreparadas podem causar perdas e danos como o fato que aconteceu recentemente na Espanha que foi muito comentado na mídia, quando uma senhora julgou-se capaz de restaurar uma tela do século 19 e desfigurou a imagem original. Na internet existem vídeos ensinando técnicas de restauro equivocadas que podem causar danos irreversíveis ao patrimônio histórico, artístico e cultural, além de perdas inestimáveis.
  Tentando compreender a decisão presidencial: uma intervenção realizada por pessoas não qualificadas não causaria prejuízo à sociedade? E nossa memória? O que deixaremos para as gerações futuras? Objetos degradados ou com intervenções inadequadas que evitam a leitura original do bem?
  É isso que se quer? É isso que a sociedade precisa? Com certeza não!
    Sou admiradora de toda arte popular, mas o restaurador há muito tempo deixou de ser um artesão ou uma pessoa “jeitosinha”. Os cursos de graduação na área de conservação e restauro vieram para qualificar profissionais e evitar esse tipo de perda e dano. Para isso, estuda-se a história da arte, os estilos, peritagem de obra de arte, moldes, materiais, técnicas e a ética profissional.
    Algumas organizações e associações já estão trabalhando para que esse quadro se reverta, pois precisamos investir na preservação e guarda do patrimônio brasileiro, eleito pela sociedade como parte de sua cultura e identidade.
 Nosso patrimônio cultural móvel e integrado precisa da mobilização de todos. Devemos evitar que esse veto se concretize e esperamos ser reconhecidos por lei. Por Claudia Fontoura Lacerda, bacharel em 
  
Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis – UFPel